TRINTA E DOIS

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Juliette Freire.

À noite ela me ligou.

Fiquei ansiosa e secretamente feliz por falar com ela. Perguntou como estávamos, séria como sempre.

- Tudo bem. Cecile mal se dá contado que aconteceu. Quando ela nasceu o pai já era doente. Quase não tiveram contato. A maior parte do tempo ele estava inconsciente. Assim, ela não está sentindo muito a falta dele.

- E você como está, Juliette?

- É difícil para mim. Convivi com ele desde que éramos crianças. Não queria que ele tivesse morrido, mas também não aguentava mais vê-lo sofrer daquele jeito.

- Eu me lembro como vocês eram unidos. Como unha e carne. Pareciam inseparáveis. - Ela dizia com um certo incômodo na voz.

- Mas não éramos e agora estamos separados. - Fechei os olhos por um momento, com vontade de chorar. - E você está bem?

- Sim, obrigada. Bem... É melhor eu desligar.

- Espera... Quando... - Respirei fundo, criando coragem. - Quando vai querer me ver de novo?

- Quando você se sentir preparada. Eu posso esperar. No seu tempo.

- Certo. Obrigada.

Tive vergonha de admitir para mim mesma que queria vê-la desesperadamente. Não podia ser hipócrita e mentir.

- Quando estiver pronta, avise-me.

Ela ia desligar, mas eu não aguentei e disse rapidamente, com o coração disparado:

- Sarah! Eu estou pronta. Acho melhor resolvermos tudo de uma vez.

Não admitiria minha saudade. O melhor seria ela continuar pensando que seria pelo contrato.

Ela ficou em silêncio por algum tempo. Por fim falou:

- Vou pedir para Rodolffo ir te buscar.

- Está bem.

Apertei o celular, o desligando com força e fechei os olhos. Estava tão nervosa que tremia. Era errado. Bil havia acabado de falecer, mas eu tinha uma dívida com Sarah e já fiz pior, transando com ela quando Bil ainda estava vivo.

A verdade era que eu queria estar com ela. Queria me sentir viva entre os braços dela. Queria sentir seu calor, seu cheiro, seu corpo, sua boca. Eu nunca desejei tão desesperadamente estar com ela como naquele momento. A conversa que tivemos não saía da minha cabeça. Nada no mundo me faria retroceder. Nem a culpa a me espezinhar.

Fiquei com vergonha de dizer a Carla que eu iria me encontrar com Sarah, mas a mulher sorriu, como se entendesse tudo, dizendo para eu não me preocupar com Cecile. Cheguei ao apartamento dela por volta das nove horas da noite. Quase chorei de alegria e saudade ao vê-la, lindíssima em calças de moletom branca e uma blusa colada preta.

Entrei no apartamento tremendo, louca de vontade de abraçá-la, beijá-la, acariciar seus cabelos loiros. A vontade era tanta que chegava a doer.

Mas eu parecia não ser a única. Mal entrei, ela puxou-me para si e encostou-me na porta de madeira. Meu coração disparou quando ela me agarrou e me beijou, colando-se a mim, segurando minha cabeça com as duas mãos para melhor poder explorar a minha boca com a língua e os lábios famintos.

Abracei-a com a mesma paixão, sentindo as lágrimas descerem por meu rosto devido a forte emoção que me dominava.

O desejo era violento. Não precisamos de preliminares, palavras, nada. As mãos dela meteram-se entre o meu vestido e arrancaram a minha calcinha. Só tive tempo de abaixar a calça e a boxer dela, antes da mesma me levantar, arreganhar minhas pernas, segurar minha bunda e me penetrar rigidamente. Eu estava molhada demais e ela entrou com facilidade.

CHANTAGEM - SARIETTEOnde histórias criam vida. Descubra agora