Capítulo 13.

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Usei a ponta de meus dedos para trilhar um caminho que rezei para ser infinito.

Fui das panturrilhas da ruiva subindo lentamente. Joelhos, coxa, bunda, costas. A pele nua se arrepiava com meu toque bem diante de meus olhos. Terminei de passear por ela e trilhei beijos dessa vez, em toda a lateral de seu corpo até sua nuca, onde deixei um beijo mais longo, atraindo um riso dela.

- Você já pode parar de me beijar, sabe? - Disse com a voz sonolenta. - Não sei como ainda não se enjoou.

- Ah eu não vou me enjoar. - Continuei a beijando, por todo o pescoço, costas, rosto, cabelos. - Não vou me enjoar nunca.

A ruiva que antes estava de costas, virou-se para mim. Ela ainda tinha suas bochechas coradas, ela conseguia ficar mais linda ainda depois do sexo.

- Você esqueceu um lugar.

Sorri me lembrando que ela sempre dizia isso pra mim enquanto estávamos na faculdade, e bom, sempre funcionava.

A beijei novamente, eu sinceramente acho que quando eu fosse embora, meus lábios jamais se acostumariam com outra boca e meu corpo jamais se acostumaria com outro calor.

Nosso beijo era sincronizado, quente, carinhoso e ao mesmo tempo voraz. Eram quase dez anos de atraso, nos beijamos outras vezes mas nunca se entregando dessa maneira.

Puxei seu lábio inferior encerrando o beijo e a senti sorrir.

- Você estava falando sério? - Ela perguntou depois de abraçar o meu pescoço.

- Quando?

- Quando disse que me amava. - Eu balancei a cabeça afirmando. Não que fosse novidade. - Eu também te amo.

- Você estava dizendo que me odiava há uma hora atrás. - Levantei uma sobrancelha mostrando conflito em suas palavras.

- Eu te odeio por te amar tanto... ? - Tentou se safar. Enrruguei o nariz, ela poderia fazer melhor que isso. - Você acha que podemos... sabe, deixar tudo pra trás? - Mexeu em meus cabelos.

Deixar tudo pra trás de uma certa forma era assustador. Meu ressentimento por Chloe era a única coisa que me mantinha firme na decisão de não cair em seus encantos e me machucar... Mas olhe para mim. 100% nua com ela na cama, após transar pelo menos três vezes. Eu acho que eu já havia caído em seus encantos, afinal.

- Acho. - Com o mesmo dedo que desenhei sua pele antes, levei até seu rosto fazendo o mesmo. Sarda por sarda, centímetro por centímetro. - Não vou deixar você ir embora.

- Eu não vou a lugar algum.

Estendi um dedinho. Ela riu, não achou que eu estava falando sério, mas permaneci com ele ali. A ruiva revirou os olhos e juntou seu dedinho ao meu, dando um beijo.

- Pronto, feliz?

- Estou. - Respondi. - Promessas de dedinho não podem ser quebradas.

- Nenhuma promessa pode ser quebrada. - Ela rebateu.

- Mas as de dedinho são especiais.

Três batidas na porta. Me levantei vestindo a camiseta que Chloe havia jogado em um canto do quarto. Esperei que ela ajeitasse os lençóis em seu corpo antes de abrir e ver Katty.

- Eu ainda não consegui um quarto, mas... - Estava ofegante. Ela olhou para Chloe e paralisou. A ruiva acenou. - Vocês... Não vão precisar de outro quarto, vão?

- Acho que não. - Segurei o riso. Ela estava tímida demais.

- Que bom por que eu acho que eu não iria encontrar, estamos lotados. - Limpou o rosto molhado de suor. - Vou tomar um banho e voltar a trabalhar no bolo.

660 days afterOnde histórias criam vida. Descubra agora