Capítulo 27.

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Chloe Beale.

O taxi estava á 5 minutos daqui

Então esse era o tempo que me restava? 5 medíocres minutos?

Olhei para minhas mãos trêmulas e senti meu estômago afundar. Como se eu tivesse levado um soco forte, meu ar foi roubado. Eu conheço essa sensação. Nesse apartamento há 2 anos atrás foi quando me despedi de Beca, foi a última vez que eu troquei uma palavra com ela, e não foi exatamente como o previsto. Eis me aqui novamente, mesmo lugar, mesmas sensações, a beira do meu familiar buraco.

Me questionei por alguns instantes o que me fez entrar nesse romance novamente, o que foi que fez com que eu me entregasse dessa maneira, o que? Por que? Será que eu não tinha sofrido o suficiente? Será que aqueles meses após a despedida de Beca não foram o suficiente pra me manter longe disso?

Senti raiva.

Mas então me lembrei.

- Chlo.

Quando virei a cabeça me lembrei de tudo. De todos os motivos. A morena.

Aqueles olhos azuis, aquela pele pálida, nariz fino, labios rosados, cabelo moreno hoje com uma touca no topo, blusa de frio que mesmo sendo comprado de seu tamanho, cobriam um pedaço de suas mãos.

Meu coração me lembrou que, cada momento em que eu lhe beijei, valia a pena o sofrimento. Afinal, na dor se encontra a beleza. Se existe dor, existe amor. Onde existe dor, se passaram momentos belíssimos, impossíveis de serem esquecidos. Momentos que duvido muito que um dia passarão despercebidos quando me perguntarem se eu já amei alguém de verdade.

Eu amei Beca Mitchell até o último segundo que pude amar.

- Becs. - Respondi. Ela andou até mim com os braços esticados, me afundei neles, permiti que ela se afundasse nos meus. - Então é assim?

- O que? - Respondeu com a voz rouca, baixa. Estávamos tão sensíveis que tínhamos receio de levantar a voz, receio que o som alto nos machucasse de alguma maneira.

- Que termina a nossa história.

A morena se desprendeu dos meus braços para que pudesse me olhar nos olhos. Mecheu no meu cabelo.

- 1 dia e 13 horas de viagem não é muito tempo. - Me fez rir. Ficamos em silêncio. - Mas pelo menos foi uma história intensa.

- Teve muita briga. - Concordou em meio a risadas.

- Muita. Muito sexo. - Beijou o canto de minha boca. Me contorci. - Muito carinho. - O outro lado da boca. - Muitas memórias inesquecíveis. Fomos um ótimo amor de verão.

Outro soco no estômago.

- É isso que eu fui? - Não obtive resposta. - Um amor de verão?

- Isso é ruim?

Sim, pensei. É péssimo. Normalmente são histórias vividas e jogadas no lixo, com prazo de validade.

- Não é exatamente bom. - Torci o nariz.

- Bom, sabe o que significa na minha concepção? - Deu alguns passos pra trás, cambaleei e bati as costas na parede. - Que você foi inesquecível. Amores de verão rendem filmes, livros. - Suas mãos subiam por toda a extensão de minha cintura me dando calafrios. - Sabe por que? Por que são amores inesquecíveis.

660 days afterOnde histórias criam vida. Descubra agora