Burrinha

5.2K 240 7
                                    

palavras: 1000 Leitor X Vinnie Hacker
————————————————————
É fácil ignorar um sentimento de anos por alguém? Não, nem um pouco.

Mas se tornou tão "comum" para Vinnie, que ele reprimia tudo, parecendo para você um cara frio e sem sentimentos, mesmo que algumas vezes ele não conseguisse esconder o quanto te ama.

E agora é um desses momentos.

Ele observava de longe você receber os convidados para seu aniversário com o coração cheio de amor, os dentes prendendo os lábios para que um sorriso grande não abrisse.

Finalmente você estava completando 18 anos e mesmo sendo dois anos mais velha que Vinnie, isso nunca impediu que vocês frequentassem os mesmo lugares, tanto que se tornaram melhores amigos aos 15.

Ele virou, então, o último gole de cerveja enquanto você abraçava o último convidado. Quando todos terminaram, você olhou ao redor para encontrar ele e ir em sua direção.

Vinnie sentiu o coração acelerando e não conseguir conter o sorriso, ao ponto de quando você se aproximou, ele riu e te abraçou.

Você beijou a bochecha dele, causando-o uma sensação estranha na boca do estômago, a qual ele já estava acostumado. Era sempre assim e somente com você. Não importava o que se passava na cabeça dele, tendo seu corpo entrelaçado no dele já era o bastante para desconcerta-lo. Então, quando se afastaram, ele te deu um beijo na testa, os lábios quentes e levemente molhados. Gostoso e bom, você pôde admirar.

Até que Vinnie levou o olhar para trás de você, fazendo-a tomar a mesma atitude de olhar. Era Cibelle, uma prima distante que raramente aparecia na cidade, mas que com seu convite, veio para seu aniversário. Ela sorriu para vocês e vocês retribuíram, Vincent, mesmo sendo educado, não sorriu grandiosamente como você.

— Precisa de alguma coisa? — você perguntou, para sentir o braço direito de Vinnie passar por sua cintura e te puxar —

— Não. — ela sorriu mais uma vez e suspirou, encarando vocês — Vocês são lindos, sabiam? Eu tenho fé que um dia vou viver algo parecido com o que vocês têm, é algo tão intenso que posso sentir do outro lado da sala.

Surpresa, você riu e com os olhos arregalados, concordou. Você também pôde sentir o pequeno sorriso de Vinnie do seu lado.

— Vai sim, prima. Você merece. — suas palavras deixaram Cibelle ainda mais feliz, até que ela dissesse:

— Estão há quanto tempo juntos?

Você ficou confusa e riu sem humor, para dizer:

— Como assim?

Quando ela percebeu a burrada que havia cometido, suas bochechas rapidamente tomaram cor e você levantou a cabeça para encarar Vinnie, que tinha um pequeno sorriso no rosto. Você sorriu também e Cibelle, sem dizer nada, cobriu o rosto com as mãos, totalmente envergonhada.

— Me desculpem, eu não sabia... — você largou de Vinnie e se aproximou dela para retirar suas mãos e poder encara-la —

— Está tudo bem, você não é a primeira pessoa que acha isso, não é, Vinnie? — você virou para encarar Vincent e Cibelle pode reparar o assentir dele, talvez até perceber a... hm, bem, ela não sabe direito —

— Mas realmente parece, se me permitem dizer. Não digo que homem e mulher não podem ter amizade, mas vocês realmente têm uma tensão que percebem a quilômetros de distância.

Mais uma vez a fala de Cibelle fez você ficar chocada, pois nunca reparou que as pessoas pensavam isso.

— Bem, tudo bem, eu e Vinnie somos somente amigos mesmo. — sua defesa foi automática, sem pensar que era mentira e que houvesse realmente algo ali —

Vinnie ficou incomodado e até chateado, já que você nunca "menosprezou" a relação de vocês desta forma.

— Eu... eu preciso pegar cerveja.. — ele sussurrou e antes que percebesse, já havia saído, deixando Cibelle te encarando com carranca —

Ela suspirou e você tentou entender por que, seus cílios batendo um contra o outro devagar.

— Você sempre foi muito burra, S/n! — a exclamação de Cibelle te assustou, fazendo-a dar um passo para trás, suas costas encontrando a parede —

— O que? Do que está falando?!

Cibelle revirou os olhos e exclamou:

— Ele gosta de você, porra! Será que não percebeu ainda?

Agora faltava seus olhos pularem para fora, sua respiração presa na garganta.

Tudo se encaixou, então.

A vez que ele espancou um moleque porquê queria um nude seu; a vez que negou ficar com a menina mais gata da escola porquê você tinha insegurança em relação a ela; a vez que te acolheu todas as noites enquanto chorava por garotos - e garotas - , e inúmeras outras vezes que te protegeu e sussurrou em seu ouvido: "Vai ficar tudo bem, eu te amo e sempre estarei aqui por você."

Deus! Ele sempre te amou! E você nunca percebeu as vezes que ele encarava sua boca ou brincava que te beijaria qualquer dia, ou que vocês casariam num sítio afastado sem ninguém.

E você nunca percebeu que o ama também!

Agora, já havia largado Cibelle sozinha e saiu à procura de Vinnie. Seu apartamento era grande, mas cheios de lugares pequenos que ele facilmente poderia estar e esse lugar era o sótão.

Tudo bem, não era o melhor lugar para estar, mas aquele lugar não poderia ser realmente chamado de sótão, parecia uma sala ao invés disso.

Ele estava sentado encarando um ponto fixo no chão, a garrafa de cerveja presa em suas mãos tatuadas e bonitas. Você prendeu um suspiro ao ver elas. Vinnie não te notou, preso em seu próprio mundinho.

— Eu nunca reparei, sabia? — seu pequeno respiro fez ele te encarar rapidamente, como se já sonhasse com você ali — Você sempre foi tão discreto, ou talvez eu tenha sido a burra, como diz Cibelle. — você soltou uma risada sem graça e se aproximou para sentar ao lado dele, enquanto o mesmo continuava parado te encarando - esperança no olhar - —

— Do que está falando, maluca? — isso te fez rir e deitar a cabeça no ombro de Vinnie, para o mesmo te abraçar e vocês caírem com o corpo contra o sofá —

— Eu acho que te amo também, bem, você sabe, daquela forma...

//

Just Much - Imagines V. HOnde histórias criam vida. Descubra agora