Nosso Nó(s) - Sariette G!P

De volta a realidade

17 de Fevereiro de 2020,
São Paulo - SP
07h08 min

P.o.v. Sarah

Acordei com os raios de sol ,que atravessavam as frescas das cortinas do meu quarto, iluminando meu rosto. E só então, me dei conta que o dia já havia amanhecido. E por mais que tivesse dormido pouquíssimas horas, que para mim foram meros segundos, eu me sentia estranhamente disposta. Quer dizer...inconscientemente, sim.

Me espriguicei na cama sentindo falta de acordar de conchinha com ela, sentir seu cheiro, ouvir sua respiração e até seus sonhos malucos durante a noite. E antes mesmo de abrir os olhos, já sentia um aperto no peito de saudades dela e ver que teria que voltar a minha dura realidade, depois do melhor final de semana da minha vida e do sonho que foi tê-la para mim. Nossa! Era uma coisa muito difícil para eu conseguir conciliar nessa volta a minha rotina.

Bom, hoje era mais um começo de semana, e como todos os outros, eu iria para o trabalho, me dividindo em duas para dar conta dos meus serviços e tarefas, empresa e agência. Seria um dia estressante ao ponto de explodir de dor de cabeça mais tarde, ou ficar brava com algo que não saiu como havia planejado, e aí inocentes teriam que pagar o pato, por conta do meu mau humor. Nunca fui de ficar estressada, assim, facilmente, mas a responsabilidade que era colocada em mim estava me fazendo ficar.

Enfim, era hora de voltar para realidade, e essa era a minha nos últimos 8 meses desde que voltei dos EUA, mudando um pouco de dois meses para cá, quando achei o meu ponto de paz, e então, eu já não me estressava tanto por besteira, porque quando sentia prestes a explodir, era só receber uma mensagem dela ou pensar nela que os meus problemas rapidamente eram esquecidos.

"Ai, morena... o que você fez comigo,ein?"

Quando fazia menção de finalmente abrir os olhos e levantar, o meu celular começou a tocar e foi aí que eu fui convidada, de fato, a despertar, agora, contra a minha vontade, que era de ficar na bolha de pensamentos que eu estava.

Fui em busca do meu celular e quando olho a tela, vejo que era o meu melhor amigo, que eu sabia que certamente estava furioso comigo, principalmente por não atendê-lo ontem, mas convenhamos que eu tinha coisas mais importantes para fazer do que escutar esporro de amigo. Assim que atendi, já comecei a ficar surda com os seus gritos do outro lado da linha.

– SARAH CAROLLINE! ONDE FOI QUE VOCÊ SE ENFIOU?

– Oi, meu amor! Bom dia, eu também estou bem, tá? E que bom que você está bem!

– Não estou para suas gracinhas, vamos pode ir me contando TUDO! Ontem se eu estivesse morrendo já teria morrido faz tempo se fosse esperar por sua ajuda.

– Mas não morreu, então, está tudo certo.

– Não estou de brincadeira, já disse. Eu aqui preocupado com você, e você nem aí, né?

– Se acalme, pois, já estou em minha casa e muito bem, por sinal, se quer saber. — Disse calmamente.

– Quem foi a da vez?

– Não entendi.

– Vamos, Sarah, quem foi a mulher com que você passou o final de semana?

– Tá falando como se eu fosse a pegadora que dizem por aí.

– É não é?

– Não.

– Me engana que eu gosto, Sarah...

– Não estou enganando ninguém não.

– Vai para a construtora hoje?