Luzes de São Paulo

2.1K 94 122
                                    

São Paulo - Sp
22h05min

P.o.v. Juliette

Não tinha conseguido pregar o olho na noite anterior. Estava muito ansiosa com a viagem e de como tudo seria quando estivesse aqui. Mas, nada, nada se comparava a ansiedade que eu sentia ao imaginar que eu a veria de novo. Ficava a todo instante imaginando como seria a carinha dela de surpresa ao se dar conta de que eu estaria aqui, onde estou agora. Foi nessa de ficar pensando que eu comecei a escrever aquele texto que eu mandei para ela.

Cada palavrinha que eu escrevi vinha uma imagem nossa na minha cabeça. E eram tantas... sendo muitas delas também subjetivas, fruto das nossas conversas por mensagem de texto, o que não dava brechas para deixar de ser momentos tão importantes quanto outros. As lágrimas que caiam pelo meu rosto, eram as provas fiéis, a esse sentimento, e grandes companheiras enquanto eu ouvia as músicas, escrevia, lia, relia e reescrevia.

É muito louco e ao mesmo tempo muito gostoso sentir esse amor. Esse sentimento que te sufoca e que mesmo assim é o motivo da sua leveza no mundo.

Palavras não são suficientes para descrever. Nunca foram e nunca serão.

Mas talvez eu tente descrever a visão que eu estou tendo agora na minha frente.

Seus olhos verdes, que eu tanto amo, encontravam-se marejados. Seu rosto todo vermelhinho de choro e sua expressão de surpresa, como se estivesse vendo um anjo na sua frente, superou todas as expectativas do estado que eu imaginei encontrá-la. Ela era a coisa mais linda e fofa desse mundo. Já valia tanto a pena eu estar aqui, só por esse cena.

– Oi. — Eu disse ainda com o celular na orelha e sorrindo.

Nem tive tempo de reagir quando ela partiu para cima de mim me abraçando. Só ouvi o baque depois de alguma coisa caindo, por suas mãos estarem agarrando tão forte as minhas costas, devia ser o seu celular  que tinha caído no chão. Já que o meu eu segurava ainda mais forte depois do seu ato desesperado.

– Você aqui... — Sua voz trêmula anunciava que ia chorar a qualquer momento e logo senti o meu ombro sendo molhado.

– Ei! — Chamei sua atenção e descolei um pouco os nossos corpos. — Achei que fosse ficar feliz em me ver.

– Mas eu feliz! — Enxugou o seu rosto. — E-eu... eu só não esperava por isso.

Não gostava de vê-la chorando, por isso coloquei as mãos no meu rosto e logo as tirei. — Surpresa!

– A melhor de todas!

Quando, novamente, o seu abraço efusivo e apertado me circundou, tudo que eu fiz foi aproveitar o impulso para pular em seu colo, agarrando seu corpo como se eu fosse um bicho preguiça apregado nela. Era perceptível a nossa felicidade. E o quanto ela não iria aumentar quando Sarah soubesse que eu não estava aqui só de passagem?

Pois é, as nossas surpresas, cada vez mais, ganhava grandes proporções no nosso relacionamento. E, pela primeira vez eu tinha conseguido tal feito, mas em minha defesa, ao contrário dela, eu não era a romântica louca que largava tudo para passar um diazinho comigo. Eu era a romântica consciente que aceitou a proposta vinda dos céus e que agora teria esse seu abraço mais perto. Bastaria uma ligação para que pudéssemos matar a saudade em questão de minutos. Eu estaria respirando o ar — Poluído, infelizmente, diga-se de passagem. — da mesma cidade que ela. E,  esse pequeno grande fato era o suficiente. Nossas novas histórias começavam a ser escritas a partir de hoje.

...

Tive que descer do seu colo para que pudéssemos sair da porta e andarmos abraçadas, entre leves rodopios e tentativas de beijos, até o sofá. Onde mais uma vez um abraço apertado nos enroscava. Sentada no seu colo, eu  abraçava a sua cabeça, temendo estar lhe sufocando, mas é que as minha tentativas de demonstrar carinho são sempre sem ter a noção com o cuidado, eu quero mais é esmagar a pessoa, principalmente se essa pessoa for a Sarah.

Nosso Nó(s) - Sariette G!POnde histórias criam vida. Descubra agora