15 de Janeiro de 2020,
João Pessoa - PB.
21h26minP.o.v. Juliette
Sentir seu abraço enquanto nossos corpos se recuperavam do que tínhamos acabado de provar juntas, era tudo que eu precisava. Eu realmente estava necessitada dessa sensação que a tanto tempo não havia mais sentido, porém com ela foi diferente das minhas outras vezes, já que meu corpo denunciava o quanto eu queria sentir ela, sentir com ela, e... como a gente fez, com cuidado, com carinho e leveza.
É notório o quanto queríamos isso, e aproveitar cada segundo, toque, beijo, movimento e entrega, foi indescritível. E como explicar isso a minha razão que gritava em minha mente? Na verdade como me desculpar com o meu coração, por ter feito pouco caso e não escutado o que ele me dizia e insistia? Simplesmente o meu corpo por inteiro estava vivendo em um campo minado.
Depois de recuperadas, ela se ajeitou na cama, entre os travesseiros e me puxou para seu corpo desnudo, fazendo deitar minha cabeça entre o vão de seu pescoço, e meu corpo se aconchegar ao seu. Ficamos assim por algum tempo, curtindo em silêncio a companhia uma da outra. Recebendo os carinhos que fazíamos, eu com a ponta dos dedos traçava linhas em seu braço direito, assim como traçava em mim uma batalha entre meu coração e razão, enquanto recebia um cafuné que me acalentava carinhosamente.
Estávamos muito confortáveis e presas nessa bolha, até que eu rompi o silêncio, impulsionada pela vitória da razão.
– Sarah, e agora como vai ser?
– Como assim?
– Como, como assim? Estou falando da gente, do que mais seria? — Disse me levando do seu peito para encarar ela melhor.
– Ei, calma. Isso que aconteceu entre a gente foi mais que uma transa, ou só sexo, atração. Envolve coisas a mais, e a gente sabe disso, da minha parte eu já deixei claro, mas que tal a gente descobrir juntas o que é? Me deixa mostrar para você essa coisa ao qual você está cega. — Me respondeu toda calma, enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, e fazia um carinho na minha bochecha.
– Você fala assim como se fosse fácil.
– É porque é mesmo.
– Mas você mora em São Paulo, e eu aqui. Essas coisas não dá certo.
– Como pode ter tanta certeza se a gente nem tentou?
– E nem precisa, né? Principalmente, porque você é a "pegadora", rica e poderosa, Sarah Andrade.
– Você já viu que eu não sou tudo isso que dizem, né? E ainda mais que eu não tenho olhos para nenhuma outra, só pra você. — Se inclinou em minha direção me dando um selinho.
– Por que você faz tudo isso se tornar ainda mais difícil?
– Tem certeza que sou eu?
– Claro! Não foi eu que fui flagrada em uma boate beijando uma morena e na manchete da matéria a frase: "A pegadora, Sarah Andrade, voltou!" — Apenas proferi o que minha razão insistia em me dizer e me irritando ainda mais com seu cinismo.
– Por que isso agora, Juliette? Tudo isso é ciúmes de mim? Foi por isso que você ficou estranha comigo essa semana?
– Nem viaja, Sarah. — Me levantei da cama, tentando me enrolar de qualquer jeito com um lençol.
– Ei, volta aqui...
Ela veio em minha direção me abraçando por trás, fazendo uma trilha de beijos do meu ombro até minha orelha, onde ela começou a sussurrar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nosso Nó(s) - Sariette G!P
Hayran KurguNa vida encontramos vários tipos de amor, mas apenas um foi destinado à você. Você vai provar mil beijos, porém apenas em um vai viciar. Podem até fazer o seu coração acelerar, mas apenas um fará ele parar de bater e ainda assim você continuará vive...