Massacre nas colinas

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A reunião durou pouco, o plano deixou muitos líderes de seitas menores hesitantes, tudo dependia da força dos dois parceiros, aqueles que não entendiam o poder das criaturas dentro deles ficaram assustados. Como duas pessoas tinham tanto poder e eles nem tinham noção disso?

Xichen lidou rapidamente com eles usando algumas palavras doces que eram a sua especialidade. Com todos concordando por uma última vez, revisão de números de soldados e mantimentos sendo feita, os nervos de todos estavam à mostra, todos em seu limite enquanto marchavam em direção no que seria a primeira batalha decisiva entre vida e morte, a primeira grande luta que definiria o resto da guerra. Que os deuses protegessem todos.

Chegando no topo da colina, os dois parceiros se voltam para suas segundas formas vestindo as armaduras que Meishan mandou fazer.

Eles ficaram assim no momento que o destino se aproximou, sua aparência assustando aqueles que nunca os tinham visto, principalmente por estarem em modos hostis, que alteraram consideravelmente suas aparências para algo mais intimidador.

Xichen tinha suas asas de couro, não mais claras, mas de pontas em azul escuro, com o que pareciam ser garras saindo delas, semi-abertas, as garras eram brancas como jade, seus caninos afiados se mostrando toda vez que abria a boca pintando uma imagem assustadora acompanhada de seus olhos dourados em fendas e as escamas que cobriam grande parte de seu corpo.

Sua armadura era feita como as outras, porém suas asas estavam recobertas por seda de aranha estígia, o resto do corpo estava coberto pelas escamas protetoras, então os ferreiros não se deram o trabalho de colocar também.

Seu companheiro era exatamente o contrário, suas escamas protegiam apenas seu rosto e pescoço, diferente das armaduras comuns era uma veste justa, feita inteiramente da seda impenetrável. Suas garras negras arroxeadas eram protegidas por luvas de metais que pareciam se fundir aos chicotes, prateadas e mortais por si só, assustadoras quando colocadas em garras grandes o suficiente para atravessar o pescoço de um homem adulto sem esforço. Seus dentes todos ligeiramente afiados, davam ainda mais destaque as presas que de vez em quando soltava gotículas de veneno negro como a noite. Marcas que pareciam tinta se espalharam por seu corpo, pareciam matrizes e feitiços, armas secretas passadas por seus ancestrais, um labirinto que tornava seu próprio corpo uma arma perigosa para qualquer inimigo que ousasse tentar tocá-lo.

Os dois eram exércitos por si mesmos, belos e mortais, o poder de suas presenças sendo o suficiente para deixar os cultivadores mais fracos incomodados quando ficavam por perto durante muito tempo.

Os dois começaram a andar na frente do exército, junto deles estavam Nie Mingjue e Jin Zixuan com seus segundos no comando (MianMian substituindo Zixun que se recusou a participar da batalha, um covarde se assumindo).

Um mar de vermelho e branco se estendia no horizonte, milhares de homens, soldados, inimigos. Marchavam em direção de Qinghe, com o mesmo objetivo deles, ganhar, seja honra, mérito, dinheiro, poder, todos eles estavam ali pela mesma coisa e lutando pelo que pensavam ser certo.

Patético, mas agora que começou apenas um grupo sairia vivo daquilo, a violência só poderia ser exterminada, não impedida, não na escala que aconteceu, não quando a alma dos injustiçados gritavam por sangue em suas costas todas as noites, pedindo, exigindo, um pagamento de sangue que estava prestes a começar.

-Zewu-Jun, Sandu Shengshou. Vocês tem certeza que não querem mais nenhuma arma? Vocês são nossa principal estratégia, tem que abater pelo menos mil homens cada, ter tão poucos protetores é realmente uma boa ideia?

Um líder de seita menor apareceu e perguntou, um grupo deles estava esperando a resposta, a presença do líder Yao entre as pessoas dizia o suficiente sobre o que eles queriam.

Água em minhas veias, veneno em minha almaOnde histórias criam vida. Descubra agora