Água em minhas veias, veneno em minha alma

Yu Cheng

Jiang Cheng tinha acabado de voltar de sua estada em Meishan, agora trazendo duas amigas (primas, víboras) para ficar com ele (fazê-lo companhia, era a desculpa que sua avó usava, queria ter certeza que seu neto era bem tratado, apenas isso, não confia no pai dele, nem na maioria dos habitantes do lugar).

Elas eram legais, tinham a sua idade, seus humores se complementavam, sempre dispostas a estudar ou treinar, mas adoravam pegadinhas também.

Atualmente eles estavam quase chegando ao Píer Lótus, as duas iriam treinar com as antigas aranhas da Madame Yu, e ele treinaria com uma professora, Yu Xifeng, ela o ensinaria um pouco de chicote e confecção de armas.

Sua avó exigia que ele lutasse com mais de uma arma, para poder se defender em mais de uma situação, ela também lhe entregou um chicote espiritual de treinamento, para quando ele for maior ter uma noção do que o espera com Zidian e com o outro, além, é claro, da responsabilidade de aprender a fazer armas da forma de Meishan, uma arma como as dele poderiam mudar o rumo de uma guerra quando usada em seu potencial máximo.

Ele já conseguia ver o cais, Wei Wuxian e Yanli o esperavam, agitados. Seu pai estava quieto, um pouco para trás conversando com alguns comerciantes, provavelmente fingindo o esperar apenas por conveniência. As pessoas no local eram alegres, rindo alto e sem receio, alguns estavam na água, tentando espantar o calor abafado com a água fresca.

Seu pai realmente o esperava, falar com o comerciante foi conveniente, mas Wanyin não se permitiu ter esperanças

Quando o barco se aproximou o suficiente ele pulou, caindo de frente para seu irmão, que o abraçou.
Os dois não eram de demonstrar emoções antes, mas agora, que sempre passam três meses separados, eles são muito mais sensíveis, não sentem mais a necessidade de afastar-se, e ninguém iria puni-los por mostrar sua irmandade. Isso ajuda também, agora, na verdade eles buscam esse conforto, essa certeza de que é real, de que não serão deixados de lado.

-Wei Ying.

-A-Cheng! Senti a sua falta! Como você está? Parece que eu te vi anos atrás! Você está mais alto? Eu não aceito isso! Eu sou o Gege, tenho que ser mais alto! Se bem que eu ainda sou mais alto, então pare de crescer, você já está alto o suficiente!

Eles riram, ainda abraçados, sua irmã se aproximou, acariciando a cabeça dos dois antes de recuar novamente.

-Nem cheguei e você já está reclamando? Eu quero ver quando você lutar comigo! Aprendi um monte de coisas e aposto que agora eu ganho de você!

-Hah!?

As outras pessoas estavam saindo do barco enquanto o encontro acontecia. Suas aranhas, timidamente (como a maioria das crianças em um ambiente novo) foram para o seu lado, sem querer se separar nesse ambiente estranho. Yanli notou-as primeiro, sorrindo ela as chamou para mais perto, porém as víboras se mantiveram perto de Jiang Cheng. Inseguras de como se aproximar dos irmãos de seu irmão marcial e líder.

Ele se afastou do irmão, foi para os braços de sua irmã, agora Wei Wuxian estava na frente das duas crianças desconhecidas. Ele sorriu, pronto para fazer novos amigos (~quem eram elas? Essas duas vão tirar seu shidi dele?~).

-Aiya. E vocês quem são?

-Eu sou Yu Qian cortesia Biyu.

-E eu Yu Song cortesia Daiyu. Somos as herdeiras de Meishan Yu, e víboras de A-Cheng.

Fengmian, que prestou atenção disfarçadamente, endureceu sua postura. Huang não tinha vergonha de ser tão descarada ao tomar medidas de proteção para com o seu filho enquanto ele ia para casa? A mulher não daria o mínimo rosto para ele?