Enlaçados (ABO)

Capítulo 7 - Dormi junto?

O sol estava tímido naquele dia, escondido pelas nuvens espessas indicando uma provável futura chuva.  Deidara acaricia o torso desnudo do marido deliberadamente. A noite anterior fora deveras divertida para ambos redendo marcas no tórax alvo. Sorrir ao recordar dela.

Pensamentos há pouco esquecidos retornam a mente do ômega. Ele giravam em torno de uma única palavra: filhos. Filhos, a sociedade rotulou como um padrão obrigatório tê-los. Existe uma ordem a se seguir para chegar neles 1º, faça faculdade; 2º, tenha um enprego; 3º, se case e 4º, os filhos. O loiro já estava na terceira etapa daquela ordem imposta a si, não desejou nunca chegar na quarta fase. Agora que estava casado em toda reunião ou evento famiar ou social as pessoas o questionavam de quando teria filhos. Fazendo questão de engrandecer como eram uma benção. Nunca achou isso, não queria ser responsável por outra vida. O impasse era que sabia do sonho de Itachi em ter filhos. Não nutria o mesmo desejo, porém tinha compreendimento que em um relacionamento um lado terá sempre que ceder. Olha para seu ventre e então para seu amante, se questionando como seria uma criança deles.

O alfa se acorda e observa com ternura o ômega dedilhando seu abdômen com a canhota e a cabeça repousando sobre seu ombro. Aproxima a face da cabeleireira loira aspirando o cheiro emanado por ela. Deposita um beijo casto atraindo a atenção dos olhos claros.

– Bom dia, amor! – Proclama o moreno.

– Bom dia. – Responde o menor não muito empolgado.

Deidara suspira e fixa os olhos nas orbes escuras, as quais sustentam o olhar. Eles ficam a se encarar por um tempo. O loiro estava a tenta tomar coragem para iniciar um diálogo sobre gerar uma vida. Queria deixar claro sua posição enquanto a isso e seus medos de ser responsável por uma criança.

– Itachi? – Chama docemente. – Você quer ter filhos?

Tal indagação deixa o alfa surpreso, não esperava ter uma conversa a respeito disso logo ao acordar. O Uchiha tinha entendimento da relutância de Deidara em gerar uma vida, respeitava sua opinião. Porém, Itachi sabia que boa parte dela era hesitação e receio em não ser capaz de tomar conta do bebê. Isso só se agravou após Sasuke ter Yuki, todo o trabalho de parto demorado e vários dias do seu irmão no hospital fizeram seu ômega temer em terem uma criança. Fora o fato do menor não se sentir capaz de educar e criar uma criança de maneira adequada.

O moreno dá um beijo suave na cabeleireira alheia para então responder:

– Eu sei que tem medo do parto e de criar uma criança. Mas saiba que você não estará sozinho nisso, eu sempre vou estar com você, Dei. Você não será como sua mãe. – Segura o queixo fino do ômega fazendo-o o olhar, e passa segurança por meio dos feromônios.

Deidara enfia o rosto no pescoço alvo e chora brevemente. Tinha medo de tudo aquilo. Tinha medo de falhar como pai assim como sua mãe falhou consigo. Teve uma infância e adolescência complicada por culpa da sua mãe narcisista. Nunca esperou conhecer alguém que o amasse apesar de seu passado, mas ali estava esse alguém o abrançando e o confortando. Talvez no fim cedesse e teria um filho daquele que amava. Respira a fragrância do marido se acalmando. Tinha compreendimento que Itachi não o obrigaria a nada, mas estava disposto a tentar uma futura gestação. Lá no fundo tinha um desejo de aumentar a família deles.

– Vamos com calma, não precisamos ter um filho. – Diz com os lábios no ouvido do ômega.

Deidara sentia medo, medo de perder Itachi por não querer ter filhos. Medo dele encontrar alguém que o desse uma família completa. Tinha pavor disso acontecer. Porém sabia que uma criança não descartaria tal possibilidade, e ela não devia vir para impedir isso. Soluça agarrado o corpo do alfa que tanto amava, aspirando o cheiro dele e gravando-o em sua memória.