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Eu não mereço seu amor

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Eu não mereço seu amor

Mas você o dá para mim de qualquer maneira

Eu não sou o suficiente

I don't deserve you — Plumb

Adam coloca o violão no banco de trás do carro, ao seu lado no motorista, ele contorna a frente do carro enquanto eu me concentro em combinar os doces da mesma cor na tela do meu celular. É engraçado como a propaganda do jogo é uma clara e verdadeira mentira "doçura para desestressar" eu nunca me senti menos estressada jogando Candy Crush, muito pelo contrário, a cada fase que perco uma vida não obtendo sucesso no desafio eu tenho que fechar os olhos e suspirar fundo, e as vezes, eu levo os dedos até as têmporas massageando o local. Eu mordo os lábios quando consigo combinar doces o suficiente para formar um brigadeiro.

— Eu não vou dizer como você parece nervosa. — Adam bate à porta do carro atrás de si. Ele esfrega uma mão na outra soprando o meio tentando se aliviar do frio. Encara o painel do verificando se tem gasolina o suficiente.

Mais cedo eu não precisei encher nem uma gota sequer do tanque, Adam tinha me entregado o carro com ele quase cheio, não gastei muita coisa indo até o banco e cruzando Eastside para ir até o meu apartamento tomar banho e buscar tudo que eu precisava para passar uma noite em sua casa, apesar de ter algumas peças de roupas minhas abandonadas e muito bem dobradas em seu armário.

— E eu não vou dizer como essa sua camisa te faz parecer o Johnny Bravo. — Levanto as sobrancelhas em sua direção como forma de desafio. Tenho a língua afiada e a mente rápida, posso rebater qualquer coisa que Adam se limite a pensar como resposta. Adam tem pelo menos uma dúzia de camisetas pretas dentro do armário, mas essa excepcionalmente está justa nos braços, como se ele tivesse passado dos limites nos músculos, e para completar o visual "apertado" a blusa é dobrada na manga média como se Adam fosse um daqueles ratos de academia que gostam de ficar se exibindo por aí.

Coloco meu celular dentro da bolsa de franjas que eu separei para usar essa noite, antes de entrar do carro eu a tinha pego de dentro da mochila e passado o essencial para dentro dela, como minha carteira — com míseros vinte dólares lá dentro, minha carteira de motorista e um punhado de cupons de descontos amassados no bolso das moedas — um tubo de hidratante para as mãos, brilho labial e uma cartela de analgesico caso eu tenha uma dor de cabeça.

Adam se estica em minha direção para pegar um boné de dentro do porta luvas, ele ajeita na cabeça passando os fios de cabelo para trás com a mão e os amassando com o boné, leva as mãos novamente no porta luvas e pega dois pirulitos do saco que deixa guardado lá — normalmente o pacote dura pouco mais que uma semana — estende um pirulito para mim e coloca o seu na boca.

Me ocupo em livrar o doce da embalagem enquanto ele começa a dar ré no carro. As luzes da casa principal estão apagadas, o que quer dizer que os avós de Adam devem estar em algum evento dos quais eles estão acostumados a frequentar.

For You (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora