𝚂𝚞𝚛𝚐𝚒𝚌𝚊𝚕 𝙲𝚊𝚜𝚎 1/2

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VINNIE HACKER

Pergunte a um cirurgião por que ele escolheu esta carreira e todos dirão a mesma coisa: foi pela sensação, pela agitação, pela adrenalina de abrir alguém e salvar sua vida. Foi a tranquilidade que me levou para a cirurgia. A sala de operações é um lugar tranquilo. Calmo.

Tem que ser assim para que nos mantenhamos alerta, para que antecipemos os problemas. Quando ficamos na SO, com um paciente na mesa, todos os ruídos e toda a preocupação desaparecem. A calma desce sobre você. O tempo passa sem que você note. Naquele instante você se sente em paz.

Pergunte aos cirurgiões por que escolheram esta carreira. Normalmente dirão a mesma coisa. A sensação. A agitação. A adrenalina do corte. Para mim, foi o silêncio.

O estado de paz não é permanente. Acontece em momentos. Sempre escapando. Vai embora antes mesmo de sabermos que estava lá. Podemos vivê-los a qualquer momento, na bondade de desconhecidos, em uma tarefa que precise de concentração, ou no simples conforto de uma velha rotina.

Todo dia, passamos por esses momentos de paz. A dificuldade está em identificá-los para podermos aproveitá-los, e vivê-los. E finalmente, deixá-los passar.

ALEXIE MACKENZIE

A biologia determina muito a maneira como vivemos. Desde que nascemos sabemos respirar e comer. Quando envelhecemos novos instintos vem à tona.

Nos tornamos espaçosos. Aprendemos a competir. Buscamos abrigo. Mais importante de tudo? Nós reproduzimos. Mas às vezes a biologia pode se virar contra nós. Sim, biologia é um saco, às vezes.

A biologia diz que somos o que somos
o nascimento. Que nosso DNA é gravado em pedra. Imutável. Mas o DNA não explica tudo o que somos. Somos humanos. A vida nos muda. Desenvolvemos novos traços. Ficamos menos espaçosos. Paramos de competir. Aprendemos com nossos erros.

Enfrentamos os piores medos. Por bem ou por mal, encontramos maneiras de superar nossa biologia. O risco, é claro, é mudarmos demais a ponto de não nos reconhecermos.

Encontrar o caminho de volta pode ser difícil. Não há compasso, ou mapa. Devemos fechar os olhos, dar um passo, e rezar para chegarmos lá.

— Alô?

— Dra. Mackenzie, não é? — reconheço a voz da minha mãe, a qual não ouvia há muito tempo, já que a última vez que a mais velha me ligou foi em minha formatura.

— Sim. — falo com a voz trêmula. — Eu mesma.

— Como você está? Soube da cirurgia que irá fazer com Vincent, é um tumor extremamente arriscado Alexie.

— Estou bem, e você? Como está meu pai? — antes ele mantinha contato comigo, sempre me apoiou porém muita das vezes se deixava influenciar por minha mãe, faz algum tempo que não tenho contato com ele, confesso que sinto falta das nossas conversas quando ainda estava na faculdade, meu pai me encorajava a continuar e sou muito grata a ele por isso.

𝘀𝘂𝗿𝗴𝗶𝗰𝗮𝗹 𝗰𝗮𝘀𝗲  - vinnie hackerOnde histórias criam vida. Descubra agora