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JÚLIA;14 ANOS

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JÚLIA;14 ANOS.

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QUERIDO DIÁRIO NÚMERO 6.
20/06/2019.

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QUERIDO DIÁRIO; A alguns dias atrás fiz 14 anos,meus avós me ligaram me desejando felicidade e me chamaram para ir lá ano que ver por que iriam fazer alguma coisa especial que eu ainda não poderia saber.

Fiquei empolgada e logo aceitei,como de costume não tive festa,não ganhei presentes ou até um mero "feliz aniversário" ,mas também não é como se eu esperasse alguma coisa.

Na escola todos estavam me olhando e rindo — o que é normal — mas quando cheguei na sala vi Arthur e aquele outro grupo rindo enquanto ele contava em alto e bom som tudo o que eu havia lhe contado desde meus dez anos.

Em suas palavras ele alegava dizendo que tudo era drama que eu tinha ótimos país e que eu era apenas mal agradecida,quando ele percebeu minha presença ele apenas me deu um sorriso debochado e disse o quanto eu era inútil e que se eu subisse naquele instante ninguém iria sentir falta.

Dito e feito,instantaneamente meus olhos encheram de lágrimas não me atrevi derrubar nenhuma,apenas corri para fora da sala escutando as risadas almentarem e  quando estava longe o suficiente o aperto no peito e a falta de ar começaram,as lágrimas já caiam descontroladamente por todo meu rosto.

E quando em fim me recuperei pulei o muro da escola e voltei para casa entrando no meu quarto pela janela.

Minha mãe não poderia sonhar que eu estava em casa então fiquei quieta até a hora em que eu normalmente chegaria,quando deu a hora pulei a janela novamente e entrei pela porta da frente como se nada tivesse acontecido.

Almoçamos e pela tarde meu pai chegou furioso como nos outros dias e exigiu que eu descesse  para a cozinha.

Quando eu cheguei lá ele simplesmente me agarrou pelos cabelos e começou a me bater e aquilo estava doendo muito,de todas as surras que eu já tomei de minha mãe nunca fizeram tanto quanto essa.

E eu chorei muito como nunca havia chorando antes.

Ele chutou minhas costelas com tanta força que eu achei que ele havia as quebrado,eu levei socos e mais socos por toda a região do meu corpo e quando eu olhei para a minha mãe para pedir socorro ela apenas encheu uma bacia com gelo para que a mão dele não ficasse inchada,quando pedi por socorro ela apenas assistiu toda a cena e não moveu um dedo para me ajudar.

E foi ali que eu percebi que eu não tinha mãe que ela estava morta a muito tempo.

Mas pensando bem eu nunca tive sequer alguma mãe ou pai — apenas morava com dois desconhecidos em uma casa — e não pude contar a ninguém já que Arthur era o meu único amigo — ou foi o que eu achei,depois de hoje não duvido mais de nada. (não que eu duvidasse antes)  — apenas fiquei lá imóvel no cão da cozinha olhando para o nada enquanto ele ainda me batia.

Tive a impressão de ter desmaiado por segundos,provavelmente por não aguentar tamanha dor.

Quando acordei novamente estava na minha cama,com outra muda de roupa e com vários hematomas roxos vermelhos e alguns esverdeados por todo o corpo.

Ao lado da minha cama havia um relaxante muscular e eu o tomei,ao decorrer da semana não sai do meu quarto para nada.

Fazia as minhas obrigações mas fazia de cabeça baixa,depois do ocorrido não tive mais coragem para lhes olhar.

Olivia e Miguel por incrível que pareça tentaram alguma aproximação duvidosa da qual eu apenas fingia que não era comigo e respondia palavras curtas e diretas.

Fiquei uma semana sem ir a escola e na semana seguinte me entupi de moletons para que nenhum hematoma aparecesse.

Na escola nada foi diferente apenas as mesmas brincadeiras de sempre e sempre.

Mas isso logo logo iria acabar e eu finalmente teria a paz que eu não tive em toda minha vida.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐈𝐀𝐑𝐈𝐎 • 𝐀𝐑𝐓𝐇𝐔𝐑 𝐅𝐄𝐑𝐍𝐀𝐍𝐃𝐄𝐒 (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora