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JÚLIA;15 ANOS

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JÚLIA;15 ANOS.

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QUERIDO DIÁRIO NÚMERO 7.
18/06/2020.

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QUERIDO DIÁRIO;Fiz 15 anos a uma semana atrás,vovô e vovó me levaram para me mostrar a surpresa mas antes quiseram passar no supermercado.

Eu pedi para que não fomos por estar com um pressentimento ruim,mas mesmo assim eles teimaram e foram.

Na volta quando estávamos indo para a casa deles um carro na pista contrária bateu no nosso nos fazendo capotar diversas vezes,eu perdi a consciência por minutos mas logo voltei a realidade.

Tentei desesperadamente me soltar e consegui,logo após fiz isso com meus avós e depois disso o carro explodiu.

Uma mulher ligou para a emergência e senti vovô e vovó pegando em minhas mãos e logo disseram as seguintes frases que não param de girar na minha cabeça.

"nós amamos você querida,não se esqueça disso."

"não desista e seja feliz por nós,nós sabemos o quanto está sendo difícil."

E logo após desmaiei,acordei novamente em um hospital perguntando sobre meus avós os médicos fizeram aquela típica cara de "as notícias são pessimas".

Vovô e vovó morreram no local,eu desloquei o braço e tive um traumatismo craniano mas já havia me recuperado.

E quando me toquei que meus heróis,minhas únicas inspirações haviam morrido eu chorei.

Chorei igual um neném precisando de colo,chorei pelas únicas pessoas que eu  amei na vida haviam morrido.

Chorei por ter os meus únicos exemplos de quem eu queria ser um dia ter morrido ao meu lado e eu não pude fazer absolutamente nada.

Pude observar quando Olivia e Miguel chegaram no hospital,quando os olhos de Olivia encheram de lágrimas ao receber a notícia dos médicos.

Como Miguel me olhou com um resquício de pena quando viu meu estado na cama.

Pude observar Olivia indo furiosa em minha direção me acertando um tapa no rosto e sendo tirada da sala por uma das medidas,pude ver Miguel se sentando com em uma cadeira no quarto onde me encontrava.

E por último pedi para que uma enfermeira que checava meu soro me sedasse,não por dor física e sim por dor psicológica.

Enquanto estava sedada sonhei com meus avós,estávamos em um campo cheio de flores e lá eles estavam felizes.

Disseram que não foi minha culpa e que estavam bem e que por hipótese alguma eu deveria desistir.

Eu lhes perguntei sobre a surpresa e eles me disseram sobre terem feito um grande livro com todos os adereços que eu gostava com algumas páginas livres para escrever o que eu quisesse.

E ali eu chorei mais,chorei por ter ganhado uma coisa que eu queria desde quando era criança.

Mas derrepente eles me soltaram e disseram que eu deveria voltar relutante fiz isso,quando acordei senti meu rosto molhado e quando passei a mão nele senti minhas lágrimas e notei duas medidas me olhando preocupadas.

Eu só desviei o olhar e não falei mais,quando voltamos pra casa eu só me recuperei do acidente e Olivia voltou com as surras eu não dizia nada,não sentia mais nada a muito tempo.

Eu só desviei o olhar e não falei mais,quando voltamos pra casa eu só me recuperei do acidente e Olivia voltou com as surras eu não dizia nada,não sentia mais nada a muito tempo

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QUERIDO DIÁRIO NÚMERO 7.
14/07/2021.

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QUERIDODIÁRIO;Já faz um mês desde a morte de meus avós,Olivia e Miguel venderam a casa mas antes de vende-la fui me despedir.

Me despedi de cada cômodo,chorei em cada lugar daquela casa. O único lugar que me trazia paz que foi meu verdadeiro lar.

Eu encontrei o livro que iria ganhar deles  acompanhando em um "amamos você." e aquilo me fez chorar mais.

Tanto na escola quanto em casa sou culpada da morte de meus avós.

Hoje depois da aula de artes jogaram três baldes de tintas em mim mas adivinha quem jogou?Se você disse Arthur e os dois patetas você acertou.

Quando olhei para eles não demonstrei nada apenas o vazio dos meus olhos,acho que eles nunca deram consciência da pessoa quebrada que eles me transformaram.

Quando cheguei em casa banhada pela tinta não disse nada como nos últimos dois anos (bem antes até do acidente),apenas iria subir para meu quarto porém fui interrompida por uma cintada diretamente no meu couro cabeludo,depois um puxão de cabelo logo após uma sequência de socos,tapas,chutes e por assim foi.

Quando ela se deu por satisfeitas eu apenas me levantei e fui para meu quarto,a dor física não me incomodava mais.

Depois de tantos anos me acostumei com ela,comparando com a minha dor psicológica a física é totalmente irrelevante.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐈𝐀𝐑𝐈𝐎 • 𝐀𝐑𝐓𝐇𝐔𝐑 𝐅𝐄𝐑𝐍𝐀𝐍𝐃𝐄𝐒 (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora