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NARRADORA ONISCIENTE

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NARRADORA ONISCIENTE.

DEPOIS DE ESCREVER AS ÚLTIMAS PALAVRAS EM SEU DIÁRIO JÚLIA O GUARDOU NO ESCONDERIJO DE SEMPRE E FOI PARA SUA CAMA.

Não desceria para jantar como sempre fez aos últimos anos,a garota suspirou pegando as caixas de remédio e a garrafinha de água.

Escolheu aquele horário para ter a madrugada a seu favor,durante o dia ninguém poderia levá-la a tempo para o hospital e a salvar — não que ela achasse que tal ato iria acontecer. — .

Ela se acomodou entre os cobertores de sua cama e começou a tomar os remédios um a um de caixinhas  diferentes e quando sentiu sonolência e se deitou virando para o lado onde estava o quadro dela e de seus avós.

O Natal,onde ela se sentiu mais feliz que nunca.

Ela sentiu que iria apagar a qualquer momento então os últimos pensamentos dela foram as últimas palavras dos avós.

"nós amamos você querida,não se esqueça disso."

"não desista e seja feliz por nós,nós sabemos o quanto está sendo difícil."

— Me desculpe vovó e vovô por não ter sido forte o suficiente. - sussurrou e caiu em um sono que se tornou eterno.

No andar de baixo seus pais jantavam em silêncio imersos em seus próprios pensamentos sem nem imaginar o que havia acabado de acontecer no andar de cima.

(...)

Na manhã seguinte Olivia e Miguel acordaram com a sensação de que haviam perdido algo para sempre,só não sabiam o que exatamente.

Durante o dia Olivia ficou em casa enquanto Miguel trabalhava,eles eram ricos muito ricos ocasionalmente Miguel era dono de uma das empresas mais famosas e lucrativas da cidade.

A mulher tinha consciência que o casamento deles já não era mais o mesmo desde antes do nascimento de Júlia,ela pensou que com o nascimento da pequena garota melhoraria o casamento deles o que foi um mero engano.

No meio disso a adolescente foi a que mais sofreu,ela também tinha plena consciência disso e sabia que sempre foram um tanto quanto negligentes com a garota.

Sabiam que foram péssimos pais,tratavam a garota assim a desde tão nova que simplesmente se acostumaram.

Ela nunca iria admitir mas ela sentia falta de escutar os passos e as risadas infantis da garota quando ela era mais nova,porém desde os dez anos não escutava mas nada vindo da garota.

As vezes até velava o sono de Júlia,muitas vezes as quais ela nunca iria saber.

Era mais difícil ainda escutar sua voz,ao longo dos anos falava pouco e baixo até que simplesmente parou de falar em casa não descia mas para jantar,apenas almoçava.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐈𝐀𝐑𝐈𝐎 • 𝐀𝐑𝐓𝐇𝐔𝐑 𝐅𝐄𝐑𝐍𝐀𝐍𝐃𝐄𝐒 (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora