Capítulo 11

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Lembrem do voto e boa leitura.

29 de setembro de 1996

Anastácia Siofra

Acordei perto do pôr do sol, senti cheiro de comida e fui para cozinha. George parecia fritar algo no fogão e o cheiro de óleo queimado era visível. Resmungou puxando o dedo para perto do corpo e vi que fazia batatas fritas.

- Você está bem? - se sobressaltou pondo a mão no peito.

- Vivo, mas tenho certeza que minha alma está perdida em algum lugar depois desse susto - o empurrei assumindo o fogão terminando enquanto ele colocava o dedo embaixo da água.

Tentei entender a lógica da refeição que ele tentava preparar, haviam bifes prontos, um macarrão empapado com molho e batatas fritas. Desisti de tentar entender e vi de canto de olho pôr a mesa.

Me sentei começando a comer sem vontade alguma, mas tinha que fazer pelo meu filho. Suspirei brincando com o resto da comida, não aguentando mais comer.

- Você está bem? - levantei o olhar sem acreditar na sua pergunta.

- Eu pareço bem? - George largou os talheres acabando de comer.

- Olha o lado positivo, pelo menos ele não me matou - seu tom era de piada e foi a gota d'água para que eu explodisse.

- LADO POSITIVO? HÁ UM LADO POSITIVO? - levantei espalmando as mãos na mesa - EU TE PEDI PARA NÃO FAZER NADA E VOCÊ SIMPLESMENTE ME PEDIU EM CASAMENTO SEM ME CONSULTAR ANTES.

- Que eu saiba pessoas normais não combinam pedidos de casamentos - ele parecia calmo.

- VOCÊ NUNCA EM MOMENTO ALGUM PERGUNTOU SE EU QUERIA ME CASAR, SÓ FOI LÁ E FEZ, NUNCA ME PERGUNTA NADA E AGE COMO SE DECIDISSE TUDO POR MIM - não conseguia parar de gritar.

- Não é bem assim...

- Eu não quero mais ouvir, simplesmente não consigo lidar com você agora - levei meu prato para pia.

- Certo, foi um dia cheio. Vamos dormir - me seguiu.

- Você não está entendendo, não quero te ver mais hoje, vá embora - deu um passo para trás assustado.

- Ana...

- Não - elevei a mão o interrompendo - por favor, vá embora.

- Está certa disso? - afirmei - certo.

Andou até a porta e ouvi o barulho da aparatação. Sentei no chão da cozinha e chorei até não aguentar mais, depois levantei indo deitar em posição fetal na cama abraçada ao meu estômago pedindo desculpas ao meu bebê por tudo aquilo. A porta do meu quarto abriu e um ruivo de um metro e noventa entrou.

- O que está fazendo aqui? - tive esperanças que ele tinha voltado, mas era só o mesmo rosto.

- George não queria que dormisse sozinha, Angelina tem treino cedo amanhã então não deixei que mandasse uma mensagem para ela - o gêmeo do homem que eu amava sentou na cama.

- Porque não quer se casar com o George? - foi tão direto que sentei confusa.

- Eu nunca disse que não queria.

- Então porque brigou por ele não ter te consultado antes sobre se casar? - cruzou os braços - O que achava que ia acontecer? Ele disse que assumiria a responsabilidade pela criança. O casamento parecia meio óbvio nisso tudo.

- Esse é o ponto - funguei desolada - eu não quero um casamento sem amor. Sempre sonhei desde menina viver a relação dos sonhos onde seria amada intensamente, então ele veio e me pediu por mera obrigação - algumas gotículas fugiram dos meus olhos - isso doeu, se não fosse o bebê nem sequer estaríamos juntos.

Accidental love - George Weasley (CONCLUÍDA )Onde histórias criam vida. Descubra agora