Capítulo 20

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Lembra do voto e boa leitura

24 de março de 1997

Anastácia Siofra

Quando nos contam na escola que bebês demoram nove meses para nascer esquecem de contar que não são com exatos nove meses e sim no nono mês. Uma gestação normal deveria durar 36 semanas o que dá um total de nove meses, um parto antes disso é considerado prematuro e era o que eu lutei por três meses acamada para que não ocorresse.

Agora, a dois dias de fazer 38 semanas poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento, se vissem que eu não seria capaz de dar a luz entrariam com uma Cesária de emergência já que uma das consequências do descolamento da placenta seria uma possível hemorragia.

Em caso de chegar a quadragésima semana sem sinal do trabalho de parto também teria que passar por uma Cesária afinal a partir da semana de número 40 pois o líquido amniótico que preenche minha placenta estaria num nível muito baixo e com todas as complicações que tive poderia não ser saudável para mim nem para a criança.

Então de toda forma nosso filho nasceria nas próximas duas ou três semanas de uma forma ou de outra e isso gerou muita ansiedade entre todos os integrantes da família.

George me perguntava diariamente se eu estava sentindo algo e Fred mesmo após ser liberado para voltar ao trabalho escapulia algumas vezes ao dia para conversar comigo e ver se eu estava bem, compadecido pela minha situação de repouso tendo sentido na pele como era horrível passar o dia deitada.

Eu estava num desses momentos tediosos contando os segundos para o expediente do George acabar e ele vir me fazer companhia quando ouvi batidas na porta gritando para quem quer que fosse entrar.

- Boa noite filha – meu pai entrou trazendo uma caixa de chocolates.

Nossa relação tinha entrado num estado de equilíbrio onde não falávamos sobre e fingíamos que estava tudo bem. Isso exclusivamente devido ao fato que o vi se esforçando para ter uma relação minimamente boa com o George, sem xingamentos, palavras rudes ou caras feias.

Ele parecia ter vindo direto do trabalho para cá, por trabalharmos no mesmo lugar ele deu entrada na minha licença maternidade e organizou tudo que eu precisaria para ficar sossegada em casa.

Os meninos sempre fechavam uma hora mais tarde que o horário do meu antigo trabalho, então supunha que Addax tenha achado um bom momento para uma conversa a sós. As matriarcas Weasley e Siofra deviam estar preparando o jantar e o restante dos Weasley na sala jogando conversa fora ou ajudando os meninos na loja.

Angelina havia passado cinco minutos antes no meu quarto dizendo que iria tomar um banho e logo viria ficar comigo, o que significava um longo banho se seu dia foi estressante.

- Boa noite pai, chocolates? – ele acenou vindo se sentar na cama – a mamãe vai brigar com você se te vir me dando chocolate antes do jantar.

- Ela sempre briga – acabamos rindo juntos compartilhando o momento enquanto pegamos um bombom cada. Era algo que fazíamos desde que eu era pequena e mamãe acabava nos pegando no flagra todas as vezes – sinto falta da minha garotinha...

- Pai... – tentei o interromper.

- Deixa eu terminar de falar, por favor – concordei surpresa por ele pedir por favor – eu sinto falta da minha garotinha e sempre vou sentir, mas passei tanto tempo me iludindo que seria sempre uma menina que precisaria de mim, como quando acordava no meio da noite depois de um pesadelo e só eu conseguia te acalmar, que esqueci de ver a mulher incrível que estava se tornando. Eu fui bobo em achar que nada nunca mudaria e em vez de agir como um homem adulto lidando com minha frustração e acabei jogando em você.

Accidental love - George Weasley (CONCLUÍDA )Onde histórias criam vida. Descubra agora