24- Vinte e quatro☁️

121 33 320
                                    

Narradora | POV

Após várias reuniões, depoimentos, leves brigas e afrontas, todos da delegacia foram para suas casas refletir sobre suas próximas decisões.

Hyunjin, assim como ele queria, descansou em um banho meio corpo, sendo internamente perturbado por constantes pensamentos da ligação com seu pai mais cedo.

Ele odeia brigar com ele, suas energias se esgotam.

Alex e Minho foram para sua casa após relerem os documentos da procuração do Jisung pela milionésima vez no dia, se sentindo mal por não poderem resolver no mesmo instante.

Jeongin e Jina foram para casa juntos, passando um tempo conversando com seu atencioso pai adotivo, que os ouviu vírgula por vírgula os confortando após entender o quão difícil está a situação.

Felix e Felícia ficaram mais em cuidar de sua doce garotinha, evitando que as más notícias cheguem a afetar a relação deles em casa.

Os demais apenas seguiram para suas casas e foram descansar, até porque o dia foi cheio e cansativo para todos.

Enquanto os policiais analizam os métodos mais eficazes para encontrar Jisung em vinte e quatro horas, Yeji continua tratando ele como seu namorado, que ao menos tem noção do quanto seus amigos estão mal tentando encontrá-lo.

~~~☁️~~~☁️~~~☁️~~~

Hwang Yeji | POV

Depois de assistirmos um filme, Jisung e eu acabamos por dormir no sofá ontem a noite, porém como tenho leves crises de insônia, acabei acordando de madrugada.

Eu não podia fazer barulho, então automaticamente me pus a observar o quão lindo Han Jisung é dormindo, sereno apenas descansando.

Hora ou outra eu via ele fazendo certas caretas, e presumo que elas eram causadas por conta de alguma dor, ele se mexia muito enquanto isso.

Agora que amanheceu estou preparando algo para nós comermos. Enquanto o café está ficando pronto, ouço alguém batendo na porta, me deixando confusa.

Quem estaria aqui às seis e meia da manhã?

— Quem é?— pergunto apreensiva, me pondo atrás da porta.

— Seu irmãozinho!— ouço a voz do mais novo ecoar pelo corredor, e logo um frio me passa pelo corpo.

O que ele está fazendo aqui?

— Nishimura?— abro a porta de uma vez, e ele me abre um sorriso enorme assim que me vê, mas minha reação não é a mesma que a dele— O que você está fazendo aqui?— pergunto estática, e ele parece confuso.

— Ué, o papai disse que te avisou que eu vinha passar uns tempos aqui...— diz meio confuso, e eu estou mais confusa do que ele.

— Quem é, amor?— Jisung pergunta meio sonolento, vindo atrás de mim, e meu irmão olha um tanto assutado para ele.

— Amor? Calma, você tem namorado?— ele pergunta, e eu me encontro totalmente perdida.

— Olha, é muita coisa pra explicar, conversa com o papai direitinho, mas aqui você não pode ficar, tá bom? Tchau.— digo fechando a porta na cara dele, me sentindo em pânico.

Meu irmão tem apenas quinze anos, e não sabe de nada do que meu pai me obriga a fazer.

— É seu irmão? Deixa ele entrar, vida.— Jisung diz me abraçando pela cintura, me deixando nervosa.

Eu me sinto mal por tudo que estamos fazendo, eu não queria machucá-lo, isso é mais do que cruel da minha parte, e mais ainda da parte do meu pai.

— Noona, eu não tenho lugar para ir, me deixa entrar, por favor.— ouço meu irmão dizer batendo na porta com uma voz tristonha, e eu acabo cedendo.

Isso não vai dar certo.

Abro a porta e vejo um sorriso se formar de novo no rosto do mais novo, e eu acabo sorrindo minimamente também.

Ele mora no Japão com minha madrasta, mãe dele, desde os dez anos, e como eu e meu pai nos mudamos para a Coreia a cinco anos atrás, acabamos não acompanhando a pré adolescência dele, que é um jovem maravilhoso e totalmente inconsciente dos monstros que nós somos.

— Obrigado.— ele diz tirando seus sapatos, entrando em casa animado.

— Como é seu nome?— Jisung pergunta chegando perto dele, que olhou singelo para o mais velho.

— Nishimura, Hwang Nishimura*.— meu irmão responde sorrindo— Mas meus amigos me chamam mais de Niki, então pode me chamar assim também.— ele diz estendendo sua mao para o Jisung.
*este não é o nome real do Ni-ki (Enhypen).

— O meu é Jisung, Han Jisung.— ele se apresenta, e então me lembro do que estava fazendo minutos atrás.

O café da manhã.

— Você já comeu, Niki?— pregunto indo para cozinha, sendo seguido pelos dois rapazes.

— Sim, comi durante a viagem.— ele responde calmo, e logo um silêncio perdurou no cômodo.

— Quantos anos você tem?— Jisung pergunta para meu irmão, e eu me sinto nervosa por isso.

Quando tudo vier a tona, eu irei me arrepender eternamente.

— Quinze, e o senhor?— Niki pergunta educado, se mostrando um pouco engraçado.

— Eu acho que vinte e sete.— Jisung diz meio imerso, e eu sinto um frio na barriga.

— Como assim acha?— Niki pergunta rindo, e Jisung acompanha ele.

Até sua risada é doce.

— Eu sofri um acidente e acabei perdendo bastante da minha memória, mas graças a sua irmã eu estou melhorando aos poucos, ela é uma ótima namorada, e muito inteligente.— Jisung diz com um grande sorriso nós lábios, e isso me dá uma enorme vontade de chorar.

"...ela é uma ótima namorada, e muito inteligente."

— Meu Deus, eu não imaginava, espero que melhore logo, e minha irmã é mesmo incrível, não é Ji?— Niki me questiona, mas eu engulo seco antes de responder.

— Se vocês dizem.— respondo pondo o café da manhã sob a mesa, atraindo a atenção dos dois.

— Uau, eu sei que eu disse que já tomei café, mas eu me vejo na obrigação de comer de novo, olha isso!— Niki diz me deixando sem graça, e Jisung reage da mesma forma.

— Parece delicioso, amor, podemos comer?— ele pede mais do que pergunta, e eu permito apenas assentindo.

Eu estou me suicidando lentamente ao me apaixonar por alguém que eu não posso e nem poderei ter ao meu lado definitivamente, e isso dói de um jeito absurdo.

Eu só queria poder te amar, Han Jisung.

~~~☁️~~~☁️~~~☁️~~~

Soulmates, When The Truth Comes | Hwang + YangOnde histórias criam vida. Descubra agora