30- Trinta☁️

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Procuração do Jisung ~ dia 3

Han Jisung | POV

Assim que Yeji conseguiu convencer o pai dela, de que não precisávamos de supervisão porque eu estou sendo totalmente controlado por ela, nós saímos para um parque bem longe de onde ela mora.

Se seguirem a gente, o caminho será maior.

— Você disse ontem a noite que ia me contar que tipo de pessoa o meu irmão é, estou no aguardo.— Yeji diz se sentando em um banco, e eu me ponho ao seu lado.

Eu não me atraio pela aparência das pessoas, mas preciso confessar que ela é muito bonita.

— Primeiro me diga o porquê de você odeiar tanto o Hyunjin.— peço educado, mas em um tom autoritário, a deixando sem opção.

— Ele é o filho favorito do meu pai.— ela inicia, cortando contato visual— Sempre fui posta em uma comparação enorme entre ele, mesmo que eu mal o conheça, a frase "se fosse o Hyunjin teria ficado melhor" já me foi dita tantas vezes, que não tenho como contar.— ela continua, me encarando em seguida.

— Então o problema é inveja?— questiono tentando entender todo o lado dela, até porque todo criminoso que não é psicótico tem um motivo por trás dos atos.

— Eu chamo de favoritismo desnecessário, se o Hyunjin é um filho tão bom, por que meu pai não mora com ele? Se ele é tão perfeito, por que ele mora tão longe, nem meu pai sabe onde ele se esconde, se ele é tão maravilhoso, por que meu pai teve mais dois filhos depois dele? Não era o suficiente ter o filho perfeito? Qual o motivo de ter mais dois?— ela questiona deixando meras lágrimas cair do seu rosto, o que momentaneamente me comove.

— É porque o Hyunjin odeia o pai dele.— começo a explicar, e ela me olha confusa— O pai de vocês abandonou o Hyunjin sozinho com a mãe assim que ele nasceu, nunca quis ajudar em nada, mas quando ele descobriu que o filho cresceu e se tornou um policial de renome, veio atrás.— argumento me lembrando da ligação que Hyunjin atendeu à anos atrás.

— Então é isso.— ela diz juntando algumas peças— No final ele não ama nem o sei primogênito, e sim o dinheiro e cargo que ele tem, é incrível como eu consigo odiar mais esse homem a cada dia.— ela diz passando a mão em seus fios longos, parando um pouco atrás da nuca, puxando um pouco eles— Eu curso medicina à quatro anos, eu praticamente saí da escola fazendo faculdade, esses últimos anos foram um inferno pra mim, quando eu fiz dezoito anos, meu pai me contou que eu tinha um irmão mais velho, meu medo era de que ele fosse igual meu pai, ainda mais quando ele disse que o Hyunjin é um policial, eu lutei pela vaga da faculdade aqui na Coreia, e só um ano depois eu consegui ela, na minha cabeça, se eu fizesse algo mais importante que o Hyunjin, meu pai iria parar de me comparar com ele.— ela desabafa, ignorando o fato de chorar na minha frente.

— Então você tem vinte e três anos agora?— pergunto para ela, que confirma em silêncio.

— Completo vinte e quatro ano que vem, em maio.— diz como informação extra, e eu apenas a observo.

— Agora você vai conhecer o verdadeiro Hyunjin.— digo me virando mais para ela, que está me encarando com uma certa expectativa.

— Estou ansiosa para descobrir que meu pai mente mais ainda.— ela diz séria, fazendo meu peito doer.

— Ele é um amigo preocupado, digo nessa posição porque não sou parente dele; ele é um ótimo chefe, odeia injustiça, cuida tanto dos amigos e do seu irmão mais novo que parece um pai, as vezes.— digo lembrando de todas as vezes que levamos brinca dele por não nos alimentarmos bem em dias puxados de trabalho— O Hyunjin é um homem respeitoso, que priorisa a opinião de todos, e é um filho incrível, a mãe dele sente muito orgulho da pessoa que ele se tornou, graças ao psicólogo dele, que também é uma pessoa incrível.— menciono ao me lembrar de Seungmin, que nessas horas deve estar tendo um leve trabalho para acalmar o Hyunjin.

— Ele tem um irmão mais novo?— Yeji questiona confusa, e eu começo a rir por isso.

— Lee Felix, outro homem e amigo maravilhoso, eles são filhos da mesma mãe, porém de pais diferentes.— explico a questão, e ela parece pensar.

— Acho que meu pai não conhece esse Felix como irmão do Hyunjin, e sim como funcionário.— ela diz como se tentasse se lembrar de algo.

— Em resumo, Yeji, o Hyunjin é um dos homens mais corretos que já conheci em toda minha vida, se não quiser acreditar em mim, sei duas pessoas que podem te convencer melhor que eu em tudo isso.— digo com o nome da princesinha de Felix em mente, e da mulher que um dia foi nossa a garotinha.

— Quem?— ela pergunta esperançosa, e eu não deixo de abrir um sorriso.

— As duas sobrinhas dele, uma de consideração e outra de sangue, filha do Felix.— digo com o maior orgulho delas.

Lucy é uma criança sincera e muito bem educada, e Jina se tornou uma mulher forte, e de muito conhecimento.

— Elas são crianças?— Yeji tenta supor eufórica, e eu nego.

— Uma é adulta, a outra é uma princesa de cinco anos.— digo pendendo minha cabeça para o lado, e Yeji consente.

— Eu realmente estava odiando a pessoa errada.

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Depois de conversarmos maid sobre o Hyunjin e suas qualidades, eu pedi para ligarmos na delegacia, e para minha sorte todos estavam lá.

Foi um momento complicado, seria muito fácil se eu pudesse simplesmente ir embora e deixar a Yeji com o pai, e nada ser minha culpa.

Mas, se eu fizer isso, estarei livrando um desgracado de ser pego pela polícia, e provavelmente matando uma jovem que, apesar de mil defeitos, tem um coração intimamente bom.

Pelo tudo que sei, Yeji e Ni-ki são tratados de maneiras diferentes por Jihoon, e Hyunjin mais ainda, apesar de que ele deixa claro o tanto que odeia o pai.

Yeji é agredida, desrespeitada, obrigada a fazer coisas que não gosta, mal cuidada, não recebe atenção devida, posta em comparação entre pessoas que ela mal conhece, ignorada por ser de um sexo mais frágil biologicamente falando, e praticamente odiada pelo pai, simplesmente por ser mulher.

Ni-Ki é privilegiado, mesmo sendo posto a distância, sempre recebeu dinheiro do pai, ele não conhece o lado sombrio da sua família, ele é ingênuo e inocente, deixado sempre como último a saber das coisas, isso quando ele sabe de algo.

Yeji nasceu na Coreia, mas cresceu no Japão, diferente de Ni-ki, que nasceu e cresceu lá, mas que precisou aprender coreano por conta do país do pai.

Não preciso nem mencionar que Hyunjin é o centro da atenção de Jihoon, pelo simples fato de ter muito dinheiro, o que me leva a supor que o objetivo do Jihoon com isso tudo é extorquir seu filho mais velho.

Vindo desse ser ridículo, eu não duvido de mais nada.

Até porque, uma vez criminoso, criminoso para sempre.

— Jisung.— ouço ela me chamar, então a olho.

— Pois não?— questiono esperando a continuação.

— Em algum momento, você acreditou em mim?— ela pergunta, provavelmente questionando a nossa relação antes de eu revelar que estou consciente.

Eu nunca acreditei em você, querida.— respondo sorrindo ladinho, ela parece se incomodar— Mas talvez, eu acredite agora.— finalizo vendo ela me encarar.

Quando uma mentira é usada uma vez, ela não funciona mais. Yeji não irá conseguir me enganar tão fácil, nem da primeira vez deu certo, uma segunda nem ocorrerá.

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Frase do Jisung ✓✓

Soulmates, When The Truth Comes | Hwang + YangOnde histórias criam vida. Descubra agora