6- Seis☁️

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Kim Seungmin | POV

Assim que Jeongin, Jina e Hyunjin saem para iniciar seu dia, me sento no sofá da sala, respirando fundo e com calma, sendo tomado pelo silêncio.

Calmaria, extrema calmaria.

Ter os irmãos Yang na minha casa, mesmo quando ambos tem a escolha de saírem daqui, me deixa confortavelmente mais seguro e acompanhado.

Eu não tenho mais meus vinte anos como eles, preciso de alguns cuidados as vezes, e tê-los aqui melhora meus dias de todas as formas.

Ouço meu celular tocar e me levanto calmo para pegar o aparelho, que como sempre, está em cima da mesa da cozinha.

Assim que vejo que o número é desconhecido, atendo relutante.

— Alô, quem é?— pergunto de imediato.

Preciso saber se você vai abrir a porta, ou se eu vou precisar quebrar ela pra entrar.— uma voz infelizmente conhecida por mim diz como ameaça, me deixando tenso.

— Cristopher eu já falei que não quero conversar com você, vai embora ou eu vou ser obrigado a chamar a polícia.— digo passando a mão em minha testa, já me estressando com isso.

Seungmin eu só preciso que você me ouça cara, eu não vou poder fazer a coisa certa nunca se nenhum de vocês me escutam.— diz alto, e eu o ouço tanto pelo celular, quanto pela porta da frente, já que ele está atrás dela.

— Eu já disse não, o que seria tão importante? Se nós não te escutamos, é por que temos motivos não é mesmo?— digo irônico, sentindo meu coração acelerar pelo nervoso.

— Só peço dez minutos, eu já tentei falar com minha ex-esposa, com Hyunjin, com Felix, até com a Felícia, mas não deu, ninguém me ouve, minha esperança é você, por favor.— pede desesperado, e eu respiro ofegante por isso.

Não estou fazendo nada mesmo.

Desligo a chamada e caminho até a porta, abrindo a mesma e dando de cara com um Cristopher literalmente acabado.

— Nunca imaginei que ia lhe encontrar nessas condições.— digo amedrontado, dando espaço para ele entrar.

— Presta atenção em tudo que eu disser, por favor.— ele diz sentando no chão, um pouco ofegante eu diria.

— Sou todo ouvidos.— digo me sentando no sofá, já que não sou obrigado a ouvir ele estando desconfortável.

— Eu sei que não sou perfeito, eu estou a cinco anos tentando melhorar a minha vida pagando por milhares de erros que eu cometi e eu vacilei muito, mas eu quero que alguém me dê esse último voto de confiança, não por mim, mas pelos meninos.— ele diz de um jeito comovente, mas não me dou o luxo de simpatizar totalmente.

— Te dou esse voto, agora me diz o que está acontecendo.— peço impaciente, vendo ele ascentir.

Eu não costumo ser assim, mas hoje não estou com paciência para enrolação.

— Felix praticamente não me vê mais como pai, por mais que eu tenha minhas provas e justificativas pra alguns erros, ele não me escuta mais, a Felícia claramente me odeia, e eles não me permitem ver minha neta, tenho certeza de que ela nem sabe que tem um avô.— diz passando a mão na testa, se concentrando— Se o Felix, que é meu filho de sangue, não me escuta, você pode muito bem compreender que o Hyunjin também não, e é aqui o ponto.— ele me encara sério, repirando fundo como uma pausa dramática— Eu sinto que querem fazer alguma coisa contra o Hyunjin, e até mesmo com os amigos dele, incluindo meu filho, mas eu, em sã consciência, não vou permitir, por mais que eu não tenha ligação nenhuma com todos eles, a não ser as considerativas, eu não vou deixar machucarem eles.— diz se contorcendo um pouco, deve estar com dor nas costas ou em outra parte do seu corpo.

— Quem quer fazer o que e por quê?— pergunto encabulado, e ele me olha com os olhos marejados.

— Eu acho que é o Jihoon, pai do Hyunjin.— o mesmo diz e eu me arrepio por isso.

Desde que esse homem chegou na cidade, eu não sinto uma boa energia, e ouvir isso agora me deixa mais apreensivo.

— O que o Jihoon quer?— pergunto confuso— Ele categoricamente não fez mal algum a nenhum de nós desde que chegou mas, a Sra. Hwang não gosta dele, e automaticamente me vejo na posição de não apoiá-lo, mas mesmo assim tenho minhas desconfianças.— profiro incomodado.

— É exatamente isso, até hoje, mas o que esperar dele amanhã? Semana que vem? O próximo mês?— pergunta assustado, o que me deixa ligeiramente alerta.

Cristopher não é a melhor pessoa do mundo, mas ele nunca se mostrou desesperado, nem mesmo quando precisou passar um tempo na prisão após seu julgamento, e também não mentiu depois de ser exposto na delegacia a cinco anos atrás.

— E o que você sugere?—pergunto arqueando uma sobrancelha, e ele parece menos tenso, percebendo que tem meu apoio, pelo menos para o ouvir.

— Eu preciso que o Hyunjin se afaste mais ainda do Jihoon, ele está tramando algo minucioso e sutíl, só Deus sabe o que ele realmente quer.— o mesmo diz encarando o chão.

— Ele falou alguma coisa para você?— pergunto olhando as partes do seu corpo que estão expostos, vendo marcas vermelhas de arranhões e possíveis agressões.

Seus braços, pescoço, um pouco no rosto e, pelo jeito que ele está respirando, creio que o abdômen também tenha sido alvo de alguma coisa.

— Não.— diz me encarando com os olhos cerrados, como se estivesse se esforçando para lembrar de algo— Ele não se arriscaria a se por na minha frente, não somos nem um pouco amigos, ele mandou alguns caras que trabalham 'com' ele vir me dar um "aviso", acho que dá para ver que eu recebi muito bem o recado.— diz passando a mão em seu abdômen, provavelmente por estar sentindo dor.

— Cristopher, se isso for mentira eu também te mandarei um aviso, tá me ouvindo?— digo sentindo um frio estranho, uma sensação nada boa.

— Pode até me matar, só estou tentando proteger meu filho e o Hyunjin, fora isso, não quero mais nada.— diz se levantando cambaleante.

— Irei conversar com ele, me mantenha por dentro de qualquer coisa.— digo abrindo a porta para o mesmo, que se pôs do lado de fora lentamente após se levantar.

— Só quero fazer algo certo, obrigado por me ajudar.— o mais novo diz, indo embora meio encurvado, e eu me ponho a pensar.

Estava tudo muito bom para ser real.

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Soulmates, When The Truth Comes | Hwang + YangOnde histórias criam vida. Descubra agora