22° - Sam POV

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"Dona Van, Dona Van" - Entrei na cozinha sussurrando procurando, ela estava sentada na mesa de jantar e parecia aflita.

"Bom dia querida" - Ela disse me olhando, "O que houve?" - Perguntou se levantando.

"Porque os meninos estão cada um pra um lado da sala chorando? Eles brigaram?" - Perguntei afobada.

A senhora riu.

"Só você pra me fazer rir em um momento como esse" - Ela suspirou, "Eles não brigaram pode ficar tranquila, mas era de se esperar que eles chorassem"

"Porque?" - Perguntei me aproximando.

"Senta um pouco querida, vou pegar um pouco de suco pra você e já te explico" - Ela sorriu e foi em direção a geladeira.

Eu me sentei, ansiosa com oque eu iria escutar a seguir.

Dona Van se sentou um momento depois me entregando um copo de suco.

"Antes do avô deles falecer ele escreveu uma carta para cada um, eu não sei oque nessas cartas, mas ele me disse que escreveu coisas que os meninos talvez precisassem ou ir dele em algum momento e já que ele não estaria mais aqui ele arrumou um jeito de dizer" - Ela sorriu fraco, "Ele disse que eu sentiria o momento certo de entregá-las a eles, e eu imagino que tenha naquelas cartas e agora era o momento certo"

"Oque acha que tem nas cartas?" - Perguntei mas que curiosa.

"Ah querida, difícil explicar, mas sei que isso pode ajudar os dois a se entenderem mais do que qualquer coisa" - Ela deu uma pausa e então deu de ombros, "Mas se não funcionar, a gente tranca os dois no porão até se resolverem" - Ela riu.

"Vocês tem um porão?" - Perguntei arregalando os olhos.

"Não, mas a gente arruma um se precisar" - Ela riu de novo.

Ri junto com ela e parei pra pensar.

"Mas, oque a gente faz agora? Deixa eles chorando até se resolver? Ou a gente pode chegar na agressão?" - Porque sinceramente, eu já tenho ideia do próximo passo e se o Mew se recusar a fazer eu afogo ele na privada.

"Acho melhor a gente esperar mais um pouco, vamos guardar a agressão para caso fique mais sério" - Ela disse pensativa.

Eu amo o Mew, e entendo o medo dele, mas eu cansei dele querer destruir a própria vida.

Ele continuou pensando no Gulf durante os últimos 7 anos e na resposta que ele não conseguiu escutar.

Tenho umas coisas pra falar pra ele e ele vai me ouvir, querendo ou não.

Fui tirada dos meus pensamentos quando Gulf entrou na cozinha.

Ele estava com os olhos um pouco vermelhos.

"Bom dia Gulf" - Falei sorrindo pra ele.

"Bom dia Sam" - Ele falou tentando sorrir e falhando, mas ele fica fofo até assim, Mew é um cara de sorte.

"Onde está o Mew querido" - Vó Van perguntou

"Ah, eu não percebi quando ele saiu da sala, achei que ele estivesse aqui mas, ele deve ter ido para o quarto" - Ele disse olhando para o nada.

"Eu vou lá falar com ele" - Falei olhando para o Gulf e depois pra vó Van que assentiu com a cabeça.

Queria falar algo para Gulf, mas tinha medo de falar demais.

Então sai da cozinha em direção a escada, agora é hora do Mew me ouvir.

Bati na porta do quarto onde os meninos dormem e não tive nenhuma resposta.

"Mew, sou eu, eu vou entrar então pelo bem da minha sanidade mental acho bom você estar devidamente vestido" - Disse e comecei a abrir a porta.

Ele estava sentado na cama com a cabeça baixa e com um papel em mãos.

"Mew..." - Chamei ele.

"Meu avô" - Ele começou a falar mas parou para limpar as lágrimas do rosto, "Meu avô sabia, ele sabia oque eu sinto pelo Gulf, e nesses últimos dias eu imaginei oque ele me diria pra fazer caso ainda estivesse aqui e..." - Ele deu uma pausa, me olhou e levantou da cama, "Ele disse, mesmo não estando aqui ele me deu a força que eu precisava" - Ele levantou o papel em sua mão.

"Ah Mew" - Eu disse e fui em sua direção e o abracei, ele me abraçou de volta, "Ainda bem que não vamos precisar ir atrás de um porão" - Disse rindo quando o soltei.

"Um porão?" - Perguntou confuso.

"Longa história meu caro, longa história" - Disse rindo

"Sam, meu avô amou um homem antes de casar com a minha avô, ele foi impedido de viver um grande amor por conta do pai, e tudo oque ele mais queria e que isso não acontecesse comigo" - Ele disse pensativo.

"E não vai, sabe porque? Porque você tem a mim, você tem a dona Van, e nós não vamos deixar você desistir de um amor como esse" - Eu disse o olhando, "Agora senta aí, que eu tive uma ideia e preciso te contar".

Seven Years - MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora