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Ele me conduziu de olhos fechados até o campo de flores.

Estava nervoso, quem é que pede pro outro fechar os olhos assim do nada, isso não se faz com uma pessoa que desconfia até de uma formiga.

"Ok, chegamos, mas antes de você abrir os olhos quero dizer que todas qualquer reação é tudo bem, mas por favor evite bater no rosto ok?" - Ele disse soltando minha mão, "Pode abrir"

"Eu juro que se..." - Não consegui terminar de falar, estava fascinado.

Estávamos debaixo da grande árvore que tinha no centro do campo de flores, o sol estava se pondo oque deu um toque mágico mágico a tudo aquilo, algumas velas estavam espalhadas pelo chão em volta de uma toalha que estava estendida no chão.

"Gostou?" - Ele perguntou sorrindo.

"Uou, tá lindo" - Disse olhando em volta, o olhei e sorri, um pouco triste ao pensar pra quem era tudo aquilo, "A Sam deve ter amado, inclusive, cadê ela?"

Ele sorriu e se aproximou.

"Não é para Sam" - Ele chegou mais perto e pegou minha mão, nesse momento pude jurar que meu coração parou de bater por alguns segundos, "É pra você" - Ele olhou nos fundo dos meus olhos.

Meu coração acelerou de um jeito inimaginável, milhares de motivos para aquilo estar acontecendo passou pela minha cabeça, talvez um sonho, ou talvez o universo estivesse testando minha sanidade mental que no momento estava a ponto de fazer as malas dizendo que não aguenta mais e se mudar pro Caribe.

"Eu..." - Não sabia oque dizer, "Está tudo lindo mas, porque?" - Foi a única coisa que conseguiu sair da minha boca.

"Sabe, deve ter sido confuso pra você me ouvir dizer que eu queria ter ouvido sua resposta naquela noite mas depois a Sam aparecer" - Ele riu nervoso, "Também foi confuso pra mim, assustador e parecia que eu estava em queda livre mas depois que vó nos entregou a carta do vô, aquela carta me deu a força e coragem que eu precisava pra enfrentar tudo oque eu sentia e escondia pra mim durante todo esse tempo" - Ele pegou minha duas mãos, "Eu te trouxe aqui hoje pra dizer que eu não aguento mais olhar pra você e não te abraçar, não existem outros que eu queira ver logo que eu acordar, Gulf eu não gosto de você" - Ele fez uma pausa, "Eu te amo"

Eu sonhei com isso, eu desejei esse momento, mas parece irreal escutar essas palavras saindo da boca dele.

Parece que o mundo congelou e da minha boca não saiu uma única palavra, nenhuma palavra existente conseguiria descrever o turbilhão de emoções que eu estava sentindo, era surreal.

"Gulf, eu te trouxe aqui hoje ter a oportunidade de escutar uma resposta de você mas você não é obrigado a sentir o mesmo que eu, sei que você já passou por coisas terríveis no passado e se você não se sentir confortável com isso está tudo bem, se você não gostar de mim tudo bem" - Ele suspirou, "Mas... esse silêncio está me matando, responde alguma coisa, me bate ou sei lá, não precisa..."

Eu soltei suas mãos e ri, ele fez uma expressão confusa.

Me aproximei dele e sorri selando nossos lábios em seguida de forma simples e rápida, logo

me separei e o olhei sorrindo.

Definitivamente palavras seriam inúteis naquele momento, aquela foi a melhor resposta que pude pensar.

"Eu... você... " - Ele disse apontando pra ele e depois pra mim e me olhando confuso, eu ri, sua reação foi uma das coisas mais fofas que eu já vi.

Depois de alguns segundos ele sorriu, aquele sorriso que salvaria até meus piores dias.

Então ele se aproximou e colocou a mão na minha cintura me puxando para si, achei que meu coração não poderia acelerar mais do que já estava.

"Vou considerar isso como sua resposta então você oficialmente não pode voltar atrás, está preso a mim" - Ele riu, piscou para mim e me beijou

Melhor do que qualquer sonho que eu já tenha tido, melhor do que as descrições que eu lia em romances e assistia em filmes quando você finalmente beija a pessoa a qual está predestinado.

Foi como se aqueles braços fossem feitos para me segurar e aqueles lábios pra estar junto aos meus.

Acho que se fossemos personagens se um romance esse momento sério aquele onde fogos de artifícios explodem enquanto para mais importa além de estar nos braços um do outro.

Talvez eu estivesse errado todo esse tempo, talvez eu seja o personagem principal dessa história.

Nos separamos devagar, ele continuou segurando minha cintura.

Estamos sorrindo como dois bobos.

"Você também não pode correr, até porque eu não vou ter fôlego pra correr atrás de você" - Disse rindo.

"Eu não vou a lugar nenhum, eu prometo" - Ele disse e logo depois beijou minha testa.

Nos sentamos na toalha estendida no chão, e por mais alguns minutos ignoramos o fato de que havia um mundo para qual precisaríamos voltar, naquele momento foram apenas nos dois, alguns beijos e sorrisos que pareciam infinitos.

Decidimos ir embora quando começou a anoitecer, e sim, nos deixamos as velas e as outras coisas lá, Mew disse que voltaria para pegar depois.

Fomos andando de mãos dadas até em casa, conversando sobre algumas coisas, mas eu me dei conta sobre algo quando já estávamos debaixo das árvores com flores roxas na entrada da casa.

Parei de andar e Mew me olhou curioso.

"E a Sam?" - Perguntei preocupado com a menina.

Mew apertou minha mão e riu.

"Ela já sabe de tudo, inclusive, foi ela que me ajudou a planejar tudo isso, ela foi nossa incentivadora número 1" - Ele disse rindo de novo, suspirei de alívio.

Ela não merecia sofrer.

" Mas espera" - Ele disse soltando minha mão, "Eu disse que considerava o beijo como resposta mas pensando bem, quero que diga, você gosta de mim pequeno girassol?" - Ele disse cruzando os braços.

Eu ri, ele fica lindo até tentando fazer drama.

"Não Mew, eu não gosto de você" - Disse o olhando, o mesmo descruzou os braços e me olhou incrédulo, eu ri e coloquei meus braços em volta de seu pescoço, "Eu te amo"

Ele riu e então me puxou para outro beijo, e eu poderia beijá-lo pelo resto da minha vida e eu espero que isso aconteça, era como estar nas nuvens, sua delicadeza, uma de suas mãos na minha cintura e outra na minha nuca, esse homem pode me levar ao paraíso.

Nos separamos e continuamos andando de mãos dadas até a casa.

Quando abrimos a porta de entrada Sam e Vó Van estavam sentadas no sofá, Sam deu um pulo ao nos ver entrando.

Seven Years - MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora