Sabe, eu acho que sinto falta do que costumávamos ser.
Quando me pego inquieta, relembro sempre do seu tom de voz doce me acalmando e dizendo-me que ainda muito para vivermos. Será mesmo amor? Hoje parece tudo tão distante para nós dois. O amor ainda está aqui. Tão latente, tão extenso, tão fiel. Te amar da maneira como amei consumiu cada parte do meu ser e da minha sanidade e mesmo agora, mesmo após o fim e mesmo na dor, eu continuo aqui – não tão forte, mas firme.
Como diria Adele, meus joelhos falham mas minhas mãos seguem fortes. Mas não sei se deveriam amor, não sei se eu deveria. Nosso amor foi incrível. Jamais me perdoaria de estragá-lo ao me fazer doer essas dores que sangram e me cortar esses cortes que doem. Mas eu não sei mais o que fazer. Isso me rouba um sorriso abafado de madrugada – relembro que você saberia o que me dizer. Ainda com a voz doce. Ainda me acalmando, como sempre.
Ainda tínhamos tanto para viver, ainda tínhamos tanto para sentir – e vamos continuar sentindo.
O amor continua me relembrando nossos momentos e as dores continuam doendo as nossas lembranças. Eu sei que ainda há muito tempo para existir, eu sei que há muito tempo para nós dois. O amor não vai embora. Ele não acaba. O amor continua fiel. A dor continua doendo. O corte continua sangrando. E eu vou embora. Você entenderia, sua voz me acalmaria.... ainda há muito para se viver, amor. Eu vou viver.