Capítulo 15

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Abri meus olhos lentamente recendo a claridade do dia que entravam pela janela, iluminando todo o meu quarto do um belo que começava a nascer, mesmo em um tempo azulado e com bastante vento, escutando os galhos batendo um contra o outro e a iluminação escura tocando na minha parede degrade de mesma cor, que me fazia sorrir impressionada com tamanha beleza em cada detalhe escondido, mesmo a Lena não estando mais ali.

Involuntariamente toco nos meus lábios, me recordando da última madrugada e o gosto do meu lençol fino em minha boca que senti ao dar um beijo nela, que me recordava do sabor de 'Tutti-Frutti', que agora assumia o meu sabor favorito.

— Aaaaaaaaah!!! — Exclamei me cobrindo o meu rosto com a mesma coberta que ela usou, envergonhada, mas podendo sentir o seu cheiro suave nele, também de tutti-frutti.

 Eu não sei dizer que sentimento estranho é este que eu sinto, é algo novo que fazia meu coração bombardear alegremente junto com um largo deixava escapar. Era um 'novo' tão bom, uma sensação tão boa que me fazia querer mais e mais.

Que sensação é está? Como se chama esse sentimento? Será que é isso que as pessoas chamam de.... Amor?

Eu estou mesmo apaixonada pela Lena? Eu finalmente consegui me apaixonar por alguém?

Se os nossos corações se unirem que dizer que eu posso finalmente caminha sobre a areia e brilhar como o sol e sair desse mar escuro que tanto me puxa?

 Eu não conseguia esconder a minha felicidade, eu sou capaz de me apaixonar por alguém, entretanto, eu deveria falar para a Lena o que eu fiz, o beijo que lhe dei sem a sua autorização, porém... e se ela brigar comigo?

Depois de fazer a minha higiene matinal segui para a cozinha preparar o meu café da manhã, tentando me concentrar no pó de café que colocava sobre a água que começava a ferver, mesmo toda desconcentrada ainda pensando nela e no que eu fiz. A verdade é que o que eu fiz foi um errado. Eu não pedi permissão da Lena e ela ainda estava dormindo e, para piorar, talvez ela nem goste de meninas ou nem de mim.

Eu sou um monstro que apenas aproveitou a inconsciência dela.

— Queria te fazer surpresa — Escutei a voz da minha mãe entrando em de casa com a roupa de academia toda suada segurando uma caixa de bolo nas mãos.

Uma surpresa que virou costume e, como habito nesses últimos dez anos. Ela e eu tomamos o café da manhã juntas enquanto experimentávamos o bolo de chocolate que ela comprou uma padaria pelo caminho. Mesmo sendo uma data considerada importante, não passou apenas de uma manhã onde os barulhos dos talheres batendo nos pratos de vidro predominava.

Era estranho, mas o meu problema de comunicação não eram apenas na escola ou na rua, era em casa também.

— Sabe... — Minha mãe quebrou o silêncio enquanto limpava a mesa, deixando apenas o bolo e a faca — Pensei no que lhe dar de presente, mas você tem celular, computador, videogame... Então passou algo em minha cabeça — Ela falava tão pausadamente como estivesse se segurando para não estragar a surpresa — Que tal passarmos duas semanas na Disney?

 Eu arregalei meus olhos surpresa com o presente dela, o que lhe garantiu um largo sorriso animado ao ver a minha expressão, entretanto, ele logo desapareceu. Talvez por esperar que eu correspondesse em uma grande felicidade e gritaria que qualquer um faria. Quem não sonhava em tirar uma foto com o Mickey Mouse? Entretanto, eu não. Eu tenho pavor e nojo de ratos. Todavia, não era o bicho que me fazia estreitecer, era ficar longe dela.

— O que foi? — Perguntou minha mãe, curiosa, tirando seus fios ondulados pretos que caiam sobre o rosto — Pensei que você gostaria da ideia — Eu neguei sem olhá-la.

Magnólia (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora