4° Capítulo

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"O fato de o mar estar calmo na superfície, não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas"

- O mundo de Sofia

Capítulo 4° -

- E então isso aconteceu e você ficou furioso! - Hinata pronunciou animado. - Oikawa ficou com tanto medo que ele evitou ficar perto de você por uma semana inteira.

- Sério? - perguntei, incrédulo.

- Sim!

- Você e Oikawa viviam em um campo de guerra, tinha sempre um motivo para um querer matar o outro, mas ainda sim, vocês não se largavam - explicou o moreno.

- Verdade, só com o Kuroo, Bokuto e Akaashi que você era diferente! - disse, Hinata.

- Como era a minha relação com eles? - questionei, curioso.

- Bom, o Kuroo te tratava como um irmão mais novo, vivia fazendo tudo por você, e sempre garantia que você estava bem, se estava comendo, bebendo água. Já você e Bokuto não eram tão próximos, mas ainda sim, ele sempre ia falar com você. Já com o Akaashi, você era super próximo e- - Hinata ia terminar de falar, porém Kageyama o interrompeu colocando a mão sobre a boca do ruivo e o olhando com um olhar reprovador.

Fiquei confuso pela reação do moreno, mas não tive nem tempo para falar sobre isso.

- Eu e o Hinata precisamos ir, certo Hinata? - disse, ainda com a mão sobre a boca do menor. - Já falamos mais do que devíamos hoje!

Hinata nem teve tempo de se despedir direto pois foi puxado por Kageyama em direção a porta. Percebi uma certa discussão entre os dois pelo corredor, mas não consegui indentificar muita coisa, apenas o ruivo se desculpando por algo.

- O que acabou de acontecer aqui? - perguntei para mim mesmo a fim de tentar entender o ocorrido.

Dei de ombros e caminhei até a janela para observar um pouco do movimento da rua. Estava tudo calmo hoje, apenas carros e mais carros passando.

[...]

No dia seguinte, eu estava lendo um livro quando uma enfermeira chegou para avisar que eu iria receber uma visita da minha mãe, estremeci logo que a notícia foi anunciada, provavelmente ela vai falar sobre a minha volta para a casa, já que é ela quem me levará.

Suspirei fundo, até agora, não tive mais do que 5 palavras trocadas com meus pais, então confesso que estou receoso quanto o jeito deles, se são rigorosos ou não.

Ouvi batidas na porta, porém nem mesmo consegui responder e a mulher já foi entrando na sala, aparentemente, somente ela veio falar comigo, sem meu pai.

- Olá, Kozume, como você está? - perguntou, parecendo estar nervosa.

- Estou bem, e a senhora?

- Também, mas enfim, não vim para falar disso - disse, se sentando na cadeira ao lado de minha maca. - Vim para falar sobre a sua alta, conversei com os médicos, e possivelmente, você poderá voltar para a casa amanhã.

- Que bom!

- Pois é, vou passar para te buscar e te deixar em sua casa, se precisar, peça ajuda a Kuroo, ou ao Akaashi, e só isso, agora eu preciso ir para casa cuidar de negócios.

Se levantou da cadeira, curvou rapidamente e saiu em disparada.

- Caramba, essa foi rápida! - murmurei, impressionado. - Todos estão mencionando muito o Akaashi-san hoje, que entranho, não lembro dele falar que éramos tão próximos assim.

Balancei a cabeça para afastar os pensamentos. Se eu tiver que saber de algo, eles vão me contar na hora certa! Não posso ficar apressando tudo, isso pode ser ruim para mim.

Peguei o livro já esquecido em meu colo e voltei a ler, isso com certeza vai me fazer pensar em outras coisas. Comecei a sentir uma forte dor em minha cabeça, larguei o livro e coloquei a mão no local dolorido, quase chamei a enfermeira, mas me lembrei que caso eu comece a reclamar de dores novamente, eu posso não ir para a casa. É uma alternativa nada segura, mas eu não aguento mais ficar nessa sala! Faço de tudo para sair desse hospital.

Guardei o livro, com essa dor, não consigo ler mais nenhuma palavra. Me deitei e tentei dormir para ver se passava, nada adiantava, cada vez eu senti mais dor e tontura, olhei para o teto branco mais uma vez antes de desmaiar.

E de repente, eu acordei em uma festa, pessoas em minha volta dançando, cantando e bebendo. Eu estava tonto, mal conseguia me manter em pé, minha visão estava turva, e por conta disso, os rostos das pessoas eram apenas borrões.

Tentei focar no copo de bebida em minha mão, talvez se eu olhar em um ponto fixo, a tontura passa! Fechei os olhos com força quando a dor que eu estava sentindo no hospital, resolveu voltar. Ouvi alguém se aproximando e chamando o meu nome, mas ainda era tudo borrado, não consegui identificar a pessoa, e nem o que ele estava falando, me virei para a frente novamente, mas dessa vez, eu não estava mais na festa...

Eu estava dirigindo um carro em alta velocidade, senti minhas bochechas úmidas, eu estava chorando? Toquei em minha bochecha e realmente, aquilo eram lágrimas, ouvi um barulho assustadoramente forte de um pneu raspando e quando olhei para frente, um outro carro estava vindo em minha direção, tentei frear o mais forte possível, mas mesmo assim, o meu carro se chocou contra o outro.

Acordei novamente e finalmente, eu estava na maca do hospital. Respirei fundo, eu estou soando frio! Céus, isso foi só um pesadelo ou eu realmente acabei de me lembrar do dia em que eu sofri o acidente? Pareceu tão real, não é possível que seja um mero pesadelo, parecia que eu realmente estava vivendo aquilo.

Será que eu deveria conversar com a médica? Ou isso me resultaria em mais um mês internado? Tenho medo... Eu sei que isso é o melhor para mim, e que escondendo, só me prejudica mais, mas eu quero voltar a ativa! Voltar a ter minha vida! Não posso passar o meu tempo em uma cama de hospital.

Prefiro pensar que se eu consegui me lembrar de algo, isso quer dizer que eu estou progredindo, e em breve, vou voltar a ter a minha memória novamente! E eu realmente espero de que isso aconteça logo...

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