2° Capítulo

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As vezes, você tem que esquecer o que você quer, para começar a entender o que você merece...

- Autor desconhecido.

Capítulo -

Hoje é dia 24 de agosto, já fazem 1 mês em que eu sofri o acidente, 4 dias em que eu acordei e 1 dia em que eu encontrei Kuroo.

Ficamos apenas conversando até dar o horário em que ele teria que sair. Confesso que foi divertido, ele era engraçado e me fazia rir facilmente, eu realmente consigo entender o porquê nós dávamos tão bem antes.

O horário de visitas para as pessoas que não são familiares abre apenas na parte da tarde, então teria que esperar todo esse tempo para poder vê-lo novamente.

É realmente complicado e entediante ficar nesse hospital o dia inteiro, nem mesmo celular eu poderia mexer, já que o meu está com os meus pais, e acho difícil eles vierem até o hospital me trazer, então o jeito é me entreter com as pequenas coisas.

Um ponto positivo é que as médicas e enfermeiras são super gente boas e vivem parando para conversarem comigo. Se eu contasse quanta fofoca eu já ouvi nesse curto período de tempo em que eu estou aqui, ninguém acreditaria!

Todos os dias eu tenho que passar por alguns procedimentos padrões para ver se está tudo certo com o meu corpo. Em geral eu tive algumas costelas quebradas, perna torcida, vários arranhões e hematomas, uma hemorragia interna e a falta de memória, mas contudo e entretanto, eu faria de tudo para receber alta logo.

Ficar tomando soro e remédios na veia não é nem um pouco legal, eles me deixam sonolento e cansado...

Fico me perguntando se eu tinha mais amigos antigamente, porque até agora apenas meus pais e Kuroo vieram me visitar, a não ser que eles tenham vindo quando eu estava inconsciente. Mas acho que em breve vou receber mais visitas, não é possível que eu era uma pessoa tão chata ao ponto de só ter um amigo.

Estava sentado esperando a enfermeira trazer o prato de comida totalmente sem gosto para eu finalmente saciar minha fome, já que nem café da manhã eu pude comer por conta dos exames. Momoka entrou na sala com a bandeja em mãos, e depositou calmamente em meu colo.

- Iremos abrir os horários de visitas mais cedo hoje, aquele garoto e mais dois outros já marcaram um horário para te ver - avisou.

- Ok.

- Está feliz de ter seus amigos por perto?

- Não sei, não me lembro deles, então é como se fossem desconhecidos.

- Ah sim, eu entendo - suspirou. - Quem sabe eles te ajudam a ir se lembrando das coisas com calma?

- É, quem sabe? - murmurei.

Ela iria sair da sala, quando a chamei, ainda precisava fazer algumas perguntas.

- Doutora!

- Sim?

- E os meus pais? Eles não vem?

- Até agora não me informaram nada sobre, sinto muito - lamentou.

- Ah, tudo bem então, obrigada pela comida.

- De nada.

Observei a mulher mais velha fechar a porta e passei a encarar meu prato pensativo, o que eu fiz de tão errado para os meus pais me odiarem tanto assim? Eu sofri um acidente gravíssimo, e não importa qual foi o nível de nossa briga, eu ainda sou o filho deles, eles deveriam no mínimo estar preocupados. Não é assim que os pais deveriam agir?

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