XIII

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DOIS MESES DE "LOVING HER?"! 🥳🥂🎉🎊
Em dois meses conquistamos mais de cinco mil leituras, quase 1K de estrelinhas e muito, mais muito carinho! Obrigada por cada interação, elogio, por cada sorriso que me arrancaram, por tudo! Capítulo liberado antecipadamente como comemoração das nossas conquistas <3

Música do capítulo: "I Was born to love you - Queen".

Capítulo treze:

Sentir.

Depois de muito tempo Harry aprendeu que sentir, independente do sentimento, seria sempre um privilégio.

Costumava não validar seus sentimentos como tristeza ou raiva. Costumava os evitar, tentando sempre se convencer de que não existiam.

Não poderia se permitir sentir algo que não fosse felicidade.

Pensou desta forma por muito tempo. Mas a vida lhe ensinou que não era sobre ser feliz o tempo todo.

Era sobre sentir tristeza, para saber apreciar a alegria.

Sentir raiva, para valorizar a calmaria.

Era sobre valorizar cada momento, independente do sentimento vivido através dele.

Infelizmente, Harry só entendeu esse princípio básico quando se tornou uma alma vazia. Presa no nada.

Só entendeu a importância de sentir todos os sentimentos, de se permitir apreciar cada um deles quando, simplesmente, não conseguia mais sentir nada.

Só então percebeu, que mais doloroso do que sentir tristeza, raiva ou medo, era não sentir nada.

E assim ele se viu durante a guerra, e após ela. Uma alma vazia, indigna de qualquer sentimento que o fizesse sentir-se vivo.

Em um certo ponto conseguiu transformar o vazio em raiva, e assim surgiram os seus surtos diários.

Bastava a sensação de vazio vir à tona para Harry transformá-la em raiva, descontando o único sentimento que conseguia sentir, de uma maneira que afetava não só a si, mas aos outros.

Palavras ditas sem filtros. Coisas importantes para si despedaçadas ao chão.

Se via como um monstro. E talvez realmente fosse.

Aos poucos buscou métodos para o ajudar a lidar com os problemas. A música foi um deles.

Ele sabia, sentia quando iria acontecer. Murmurava um feitiço e deixava a melodia adentrar seu corpo por meio da sua audição. Abria a janela mais próxima, sentindo o vento contra o rosto. Fechava os olhos, contava até dez, e respirava fundo.

Parecia estar dando certo. Devagar, Harry conseguiu trazer um pouco da essência daquele Harry de onze anos. Do Harry que sabia sorrir genuinamente, sabia apreciar todos os sentimentos.

Talvez isso fosse tudo que precisava. Resgatar um pouco da criança que um dia foi.

Agora, com o corpo quente de Draco unido ao seu, ele podia, e se permitia sentir algo que não imaginou ser tão intenso.

E com essa sensação percorrendo seu corpo e queimando seu peito, ele percebeu que desde que chegou aqui, nessa vida que não o pertence, evoluiu muito.

Evoluiu como Harry.

Tudo parecia mais leve, mais certo. Harry aprendeu a sentir, a viver sem maiores preocupações. Apenas viver, como se não soubesse o que viria no dia de amanhã, porque realmente não sabia.

Loving Her? - Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora