30. Sonho

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Sonho | s.m.

so.nho

Uma palavra. Duas sílabas. Cinco letras. E um futuro assustador.

 E um futuro assustador

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Anna

O frio me envolve, gelado e afiado. Frio a ponto de fazer meu queixo tremer. Esfrego os braços para me aquecer, mas é inútil.

A escuridão do lugar, se é que posso chamar de lugar, parece me engolir. É tudo tão negro e vazio, tão gélido e solitário. Estendo as mãos, procurando encontrar algo em que me agarrar, porém não há nada.

— Matteo — grito para o vazio.

Meu eco é a única resposta.

Matteo.

Matteo.

Matteo.

Mate-o.

Mate-o.

Mate-o.

Meu coração troveja e minha cabeça gira quando sou mergulhada em uma visão.

Reúno forças suficientes para tirar a faca do bolso. Meus dedos tremem quando aperto seu cabo frio e fito Matteo uma última vez. Me afasto dele apenas para que possa vê-la. Ela assente, como se lesse meus pensamentos.

Mate-o, ela articula.

Giro a faca em minha mão e o ar ao meu redor ruge. A lâmina voa de meus dedos

e acerta seu peito.

Um grito fica preso em minha garganta quando desperto

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Um grito fica preso em minha garganta quando desperto. Meu coração retumba enquanto observo o negrume ao meu redor que, lentamente, é substituído pelo branco mais puro que já vi. Tudo ao meu redor é branco: as paredes, o piso e o céu infinito, de onde relógios pendem como fios de prata, tiquetaqueando em meus ouvidos.

Tique-taque. Tique-taque.

O som vem de todos os lados.

— Tique-taque. Tique-taque. — Sua voz grave faz meus pelos se arrepiarem.

Cidade dos Corações Sombrios | Livro 1 | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora