✨ELEITA UMA DAS MELHORES HISTÓRIAS DE 2021 pelos embaixadores do Wattpad e finalista no The Wattys 2021✨
Depois de anos de guerra, a paz continua a ser uma linha tênue entre a ordem e a rebelião. Uma doença aparentemente incurável assolou o mundo e...
Uma palavra. Duas sílabas. Quatro letras. E duas mortes.
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Anna
Cora cai.
Há um grito e um disparo. Dois gritos e um novo disparo.
Tudo vira um borrão enquanto corro para Aurora. Meus dedos tremem tentando desfazer o nó das cordas que a prendem, mas eles são fortes demais.
— Aqui, Anna — Matteo chama, deslizando uma faca para mim.
Corto as amarras de Aurora, puxando-a para meu colo. Ela enterra a cabeça em meu pescoço, seu corpinho tremendo em espasmos. Beijo seus cabelos e me afasto o máximo possível do corpo caído de Cora. Uma poça rubra já mancha o chão.
— Temos que sair daqui. Agora — Lilia diz, me puxando pelo braço. Ela tem uma arma na mão, uma arma de um guarda, que, agora, está caído na porta. Ele está morto como Cora. Lilia corre até Cora, rouba outra pistola de sua cintura e um cartão de seu bolso, depois os estende para Matteo. — Não vai demorar para que soem o alarme. Um dos guardas conseguiu fugir.
Saímos da sala correndo. Matteo sibila a cada passo, mas não reclama e ninguém diminui o ritmo. Aurora se agarra a mim com força, ainda escondendo o rosto em minhas roupas. Onde está a maldita Sombra?
Guardas chegam de todas as direções, amontoando-se nos corredores escuros para entender a origem dos gritos e dos disparos. Caminhamos contra eles, costurando pela multidão de homens fardados. Meus membros parecem feitos de gelatina. Eu ainda não acredito no que acabei de fazer. Não quero imaginar o momento em que os guardas descobrirão que fui eu quem a matei e que virão atrás de nós.
Apresso o passo. Não posso ser pega.
Lilia faz uma curva abrupta nos corredores de pedra, se embrenhando em uma reentrância para recuperar o folêgo. Está escuro demais para que eu veja qualquer um deles, mas sinto os braços de Matteo em minhas costas, abraçando Aurora e a mim de forma desajeitada. Apoio a cabeça contra ele, ouvindo o retumbar constante de seu coração e sentindo seu peito subir e descer em um ritmo descompassado. Vivos. Matteo e Aurora estão vivos.
— O que você fez? — ele murmura, exasperado. — O que você fez?
Não tenho ideia.
Matteo ri. Um riso desesperado e insano.
— Eu não acredito — ele exclama. — Eu sempre quis fazer isso, sempre quis... — matá-la, ele não diz. — Mas nunca tive coragem.
Meus membros finalmente param de tremer e a adrenalina deixa meu corpo. Agora, sinto apenas a fraqueza em minhas pernas.
— Ela os matou também — um nó se forma em minha garganta. — Cora atacou os rebeldes.