✨ELEITA UMA DAS MELHORES HISTÓRIAS DE 2021 pelos embaixadores do Wattpad e finalista no The Wattys 2021✨
Depois de anos de guerra, a paz continua a ser uma linha tênue entre a ordem e a rebelião. Uma doença aparentemente incurável assolou o mundo e...
Uma palavra. Duas sílabas. Quatro letras. E um passado esquecido.
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Anna
Afundo em seu peito e me agarro a ele. Lágrimas involuntárias preenchem meus olhos. Eu não percebi o quanto senti falta de Gabriel até vê-lo, o quanto ter seu rosto conhecido é um alívio. O abraço com força, guardando seu cheiro e a sensação de seus braços me envolvendo. Seu coração bate acelerado contra meus ouvidos enquanto ele acaricia meus cabelos, como se notasse a falta das grandes madeixas.
Foram apenas semanas longe dele, porém parece que foi muito mais. Me afasto e sorrio para ele. Gabriel retribui o gesto, com duas covinhas. Ele envolve minhas bochechas com as mãos, me analisando de cima a baixo. A preocupação toma seu semblante. Com certeza, ele vê cada um dos hematomas que cobrem meu rosto e minhas olheiras profundas.
Eu não sou mais a garota que Gabriel conheceu no vilarejo, mas ele também não é o menino que olhava para as estrelas ao meu lado. Enquanto eu estou magra demais e com uma palidez doentia dos dias no subterrâneo, Gabriel parece mais alto e incrivelmente bronzeado. Ele brinca com minhas madeixas curtas, porém não diz nada.
A comandante pigarreia, e Gabriel se afasta. Minhas bochechas queimam com o olhar convencido que a rebelde nos lança. É como se ela furasse a bolha de breve felicidade em que estávamos.
— Lindo reencontro — ela diz, estalando a língua. — Mas podemos ir para o que interessa agora?
Gabriel a ignora, e a comandante arqueia as sobrancelhas..
— Ela está machucada — Gabriel constata, então observa Matteo. — E por que raios você o algemou?
— Porque eu mando aqui — A comandante responde, o que faz Gabriel se encolher.
— Embora você saiba que é inútil algemá-lo — a voz rouca e melodiosa de Alika ecoa pelo cômodo.
A rebelde está parada no batente da porta, balançando um molho de chaves no dedo. Ela me lança um sorriso e pisca para Gabriel, caminhando com suas pernas compridas até Matteo. Este estica as mãos para que ela abra as algemas.
— Deixe-me adivinhar: — Matteo diz, massageando os pulsos — você é o cérebro e ela — aponta para a comandante —, os punhos.
Alika gargalha, andando em direção à comandante que fica com o semblante cada vez mais vermelho. Matteo se levanta, exibindo um sorriso presunçoso.
— Não o culpe, Abi — Alika fala. — Você o deixou preso e encapuzado. Tenho quase certeza de que o insultou durante o caminho até aqui. É óbvio que ele estaria com raiva. Perdoem a comandante.
Ela fita cada um de nós, então se vira para a outra rebelde e dá um breve beijo em seus lábios. O rosto da comandante fica vermelho quando Alika se afasta, mas, dessa vez, por um motivo diferente. Alika esfrega as mãos nas calças e acena para nós.