Vocês não sabem o prazer que é estar de volta! Primeiramente, bem vindo a você que está aqui e resolveu dar um voto de confiança para O Segredo da Lua. Segundo, devo desculpas para quem estava lendo Traveller - Além do Tempo, meu livro anterior. Aconteceram algumas coisas no meio do caminho e eu acabei tendo um bloqueio muito grande com ela, não conseguia continuar escrevendo e não sabia como continuar a história. Mas GARANTO que isso não vai acontecer novamente, porque encontrei novamente a paixão por escrever quanto escrevia O Segredo da Lua. Espero muito que isso se reflita em cada palavra, em cada personagem, em cada acontecimento e em cada sentimento retratado aqui. Essa história mexeu muito comigo enquanto eu escrevia. Foram personagens muito reais que me faziam ficar pensando por horas neles quando eu não conseguia escrever. Espero que você sinta ao menos um pingo do que eu senti enquanto estava mergulhado nessa história. E sim, eu já acabei de escrever e vou postar dois capítulos a cada semana, aos sábados e quartas-feiras. Espero do fundo do coração que você goste. E por favor, votem nos capítulos, avaliem, comentem, compartilhem com alguém que acha que vai se apaixonar também... E vamos lá. Boa leitura ❤️
PRÓLOGO
O carro prateado acelerou e fez perigosamente uma curva à esquerda, deixando rastros no asfalto. O motorista achou engraçado que o fato de ser meia noite e as ruas estarem praticamente desertas era ao mesmo tempo uma benção e uma maldição. Uma benção porque ao menos ele não atropelaria ninguém. E uma maldição pois não havia ninguém que poderia ajudá-los. Dentro do carro, duas crianças choravam, o som estridente competindo com o do motor do carro em fuga. Uma luz acendeu em uma casa assim que passaram por ela, mas tão rápido quanto acendeu, ela foi apagada.
Poucos segundos depois, dois carros pretos fizeram a mesma curva que o primeiro carro havia feito a pouco, dois rastros de derrapagem se juntando para fazer companhia ao rastro inicial. Os carros pretos aceleraram, diminuindo a distância entre eles e o carro prateado. O primeiro acelerou o máximo que podia, abrindo um espaço maior entre ele e os algozes. Um gato correu iluminado pelos faróis, miando em protesto à importunação indesejada. Os postes de iluminação tinham sido colocados há pouco e a luz amarelada que emanava deles não era o bastante para iluminar as ruas apertadas. Aproveitando esse fato, o carro prateado urrou quando seu acelerador foi pressionado e tomou distância, entrando em um beco à direita. O motorista não percebeu que apenas um dos carros pretos continuou a segui-lo.
A verdade é que, naquela época, a cidade não era tão grande, então as pessoas no segundo carro preto deduziram o caminho a ser tomado por suas vítimas e resolveram adiantar-se a eles. O carro prateado acelerou pelas vielas dos becos sombrios nos quais tinha entrado, o motorista arrependendo-se imediatamente da decisão. O barulho alto causado pelos carros acordou uns poucos moradores de rua que ali estavam. Eles viram um carro prateado sendo perseguido por um carro preto, ambas em alta velocidade, como se a sua vida dependesse disso.
É claro que mais tarde, todos eles foram comprados com uma quantia pífia de dinheiro, que mesmo sendo pouco, era mais do que eles tinham recebido em muito tempo.
O carro prateado viu a saída do beco, finalmente. O alívio tomou todos que estavam ali dentro. Não significava o fim daquele tormento, mas daria a eles uma chance maior de conseguirem escapar. O motorista pisou fundo, o motor roncando alto na noite escura.
Mais um pouco, só mais um pouco...
E assim que atravessaram a saída do beco, o segundo carro preto – droga, ele devia ter previsto isso – avançou com toda a força contra o seu pequeno carro. Primeiro viram a luz dos faróis, perto demais. E então o impacto veio. O som do metal sendo amassado e retorcido se fez ouvir sem piedade. O impacto arremessou o carro prateado, fazendo-o capotar. O teto foi prensado como uma latinha de refrigerante sendo esmagada com o pé. Gritos foram ouvidos dentro do carro. Uns de susto pelo impacto, outros com a dor de sentir o metal rasgar a pele. O carro estava de ponta cabeça agora. O choro de uma das crianças cessou e o silêncio caiu sobre o carro com um peso sepulcral.
Aquele acidente seria encobrido, é claro. Ainda não haviam câmeras de segurança na cidade a serem roubadas. Então ninguém viu quando uma criança, um menininho de quatro anos, arrastou-se desnorteado pra fora do carro. Olhou ao redor confuso e começou a chorar. Haviam alguns ferimentos em seu corpo, causados pelo acidente. Um corte no alto da cabeça fazia o sangue colorir um lado de seu rosto de vermelho escuro. Ele cambaleou, as pernas trêmulas. O ursinho de pelúcia em sua mão parecia blindado para o sangue, pois permaneceu limpo. Os homens no carro preto não viram nada. Um deles já ligara para avisar ao chefe que a missão estava cumprida. Aqueles ali provavelmente não falariam nada que não devessem. Das seis pessoas no carro, incluindo duas crianças, apenas dois estavam mortos.
Tudo o que você precisa saber, é que pouco depois daquele carro ter capotado e de uma das crianças ter rastejado para fora, outra criança escapou. Em seguida, duas mães despertaram da inconsciência e trilharam um caminho desesperado para fora do carro, segundos antes de ele explodir em chamas que coloriram o céu noturno. E aqueles segundos, aqueles breves segundos que separaram o despertar de cada um deles, definiu o restante de suas vidas e mostrou que o destino, o imprevisível, cruel e brincalhão destino, tinha planos para eles que eram diferentes de tudo o que haviam planejado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Segredo da Lua
Romance"No passado, um crime mudou a vida de duas crianças Agora, as consequências irão unir seus destinos" Quanto pode o futuro ser influenciado e definido pelo passado? Ben é um garoto órfão de 19 anos. Estudante de Direto, ele aprendeu a conviver com a...