25 - SACRIFÍCIO

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E aí, tudo bem? Feliz ano novo pra vocês pessoal! Que seja um ano de mais histórias e livros (e leitores) maravilhosos. E boa leitura. Não esqueçam de comentar, dar o seu voto... Espero que gostem (e não queiram me matar). Obrigado a cada um que está lendo O Segredo da Lua. Espero que esteja valendo a pena. E vamos lá ❤️ 

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Aquele foi um dia atípico, preciso admitir.

Cada minuto parecia durar uma hora ao mesmo tempo que parecia ter passado em um piscar de olhos. Eu estava muito ansioso por aquela noite. Henriqueta viria jantar conosco e eu estava pensando na melhor maneira de abordá-la sem dizer "olá, posso ser seu filho supostamente morto".

Paralelo a isso, minha mente voava até Ian. Cada vez que eu pensava nele, uma fisgada dolorosa puxava minha barriga, uma preocupação que eu não sabia explicar, um medo visceral e aleatório.

Já eram mais de 19:30h da noite. Ian geralmente chegava após as 18h, mas sua mãe havia me dito que muitas vezes acontecia de ele se atrasar, quando Romeu o requisitava para algumas tarefas extras. Será como ela se sentia do filho trabalhar para o homem responsável pela morte do marido, mesmo quando aquilo era apenas a fachada para algo maior?

Tentei me tranquilizar dizendo que aquilo não era nada. Nari me chamou para jogar um jogo com ela. Eu olhava meu celular a cada dois minutos, esperando alguma notícia de Ian. Um dos lugares em que havíamos passado após sair do orfanato mais cedo foi uma loja para comprar um celular novo. Os outros lugares em que havíamos passado...

Eu não conseguia me concentrar no jogo, e Nari ganhou todas as partidas de Dama que jogamos até Henriqueta bater à porta e a menina ir saltitante para abri-la. Um calafrio correu por todo o meu corpo. Me levantei do sofá como se fosse saudar a rainha da Inglaterra e dei um abraço em Henriqueta, cumprimentando-a. Aquela mulher possivelmente podia ser minha mãe.

Ela podia ser...

A foto que eu havia deixado em cima da cama de Ian parecia ocupar toda a minha mente. Quando Henriqueta visse aquela foto, o que passaria por sua cabeça?

Olhei cada um dos seus traços, buscando semelhanças que eu podia deixar ter passado quando a vi pela primeira vez.

- Olá, Ben. É um prazer te ver de novo – a mulher disse, com um sorriso. Era impressão minha ou nossos sorrisos eram bem parecidos? E os cabelos? Certamente as cores de nossos cabelos eram parecidas, não eram?

- O prazer é todo meu – respondi, tentando não parecer animado demais.

- Cadê Ian? – Henriqueta perguntou, olhando ao redor.

- Não chegou do trabalho ainda. – Respondi, sentindo o estômago afundar. Ian está bem, larga de ser paranoico.

Helena chamou Henriqueta lá da cozinha.

- Vem me ajudar, amiga!

Henriqueta ergueu uma sobrancelha em minha direção.

- Foi pra isso que ela me chamou aqui de supetão? Pra me encher de serviço? – Ela disse brincando e foi ao encontro da amiga na cozinha.

Eu a segui, analisando suas costas, seu modo de andar, procurando por mais semelhanças que pudessem me confirmar que era filho daquela mulher, por mais nervoso que isso me deixasse. Henriqueta era uma mulher muito bonita. Mais ou menos 1,65m, pouco mais baixa que eu, o corpo belo e bem desenhado, apesar da idade. Naquele dia, ela usava uma blusa de manga comprida branca, calça flare escura e uma sandália de tirinhas.

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