E aí pessoal? Tudo bem? Espero que sim. Penúltimo capítulo de O Segredo da Lua. Amanhã publico o último. Obrigado a cada um que acompanhou essa jornada, cada comentário que me incentivou. Até quem não comentou, mas leu, espero que essa história tenha tocado vocês de alguma maneira. Vamos lá então, não esqueçam de comentar e já deixa seu voto. Boa leitura.
*****
Fogo. De algum jeito, o fogo que devia ficar restrito à cobertura estava se alastrando, e eu notei com uma dose de espanto que a culpa era minha. Eu estava encharcado de gasolina (no meio de um incêndio) e tinha deixado rastros por todos os lugares em que tínhamos passado, até o momento em que a gasolina deixou de ser o combustível principal e tudo ao redor passou a ser engolido pelo fogo.
- Inferno! – Ouvimos Romeu Vidal gritar, pouco atrás de nós, separados apenas pela porta.
- Vamos, vamos! – cutuquei William para ele continuar descendo, antes que Romeu entrasse ali e nos visse. De alguma maneira, William e eu, desesperados e assustados, acabamos entrelaçando os pés enquanto corríamos, o que resultou em uma queda por todo o lance de escadas até o próximo andar, o som dos nossos corpos caindo e dos nossos grunhidos ecoando parecendo ecoar por todo o prédio. Meu corpo se chocou dolorosamente contra quinas e madeira enquanto eu caía.
Quando a queda acabou, estávamos em frente o 19º andar.
E Romeu irrompeu pela porta das escadas. A luz o iluminou de repente, como se ele fosse uma aparição saída de algum pesadelo. A luz do fogo brilhou no machado que ele trazia nas mãos, e a visão enviou calafrios de medo por todo o meu corpo.
Ele ergueu a outra mão, a que segurava a arma, e atirou.
Seu rosto estava tão distorcido pelo ódio que já parecia afetar sua visão. O tiro acertou o corrimão das escadas e ricocheteou, William e eu nos abaixamos com gritos de pânico escapando de nossas bocas. Romeu não esperou ver o resultado do tiro e avançou em nossa direção, o machado em punho.
- Vai, vai! – Gritei para William, mas gastamos um segundo a mais para separar nossas pernas e começar a correr. O machado acertou por poucos centímetros o lugar onde estávamos, atingindo o chão com um estampido seco que prometia uma morte sangrenta e dolorosa caso tivesse atingido o alvo. William e eu corremos, Romeu a poucos metros de nós. Passamos pela porta e a empurrei com força, na esperança de retardar Romeu. Apenas ouvi os sons conforme corríamos, do machado chocando-se contra a porta e abrindo-lhe buraco após buraco. Não ousamos olhar pra trás para ver a destruição.
Seguimos desembestados pelo corredor, procurando algum lugar onde pudéssemos entrar e nos esconder. A polícia chegaria a qualquer momento, eu sabia. Meu celular ainda estava conectado à chamada, então eu esperasse que alguém do outro lado estivesse ouvindo tudo, e que aquilo fosse uma prova a mais para derrubar o trono de Romeu naquela cidade.
Mas a sorte que tivemos no andar superior já não existia mais. Aquele andar parecia estar quase desocupado, não havia sinas de que alguém trabalhasse ali.
As portas estavam todas trancadas. As luzes de emergência foram acesas. O fogo parecia se alastrar cada vez mais pelos andares superiores. Quanto tempo teríamos até nos alcançar?
Romeu entrou no corredor, a porta arrebentada atrás de si e o machado em mãos.
- O elevador! – William gritou e correu até ele. Apertou o botão. Entrar em um elevador em um prédio pegando fogo era suicídio. Mas entre morrer nas mãos de Romeu e morrer em um elevador, eu escolheria o elevador. Não daria para aquele homem o prazer de me matar, não depois do que ele fez com Ian.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Segredo da Lua
Romance"No passado, um crime mudou a vida de duas crianças Agora, as consequências irão unir seus destinos" Quanto pode o futuro ser influenciado e definido pelo passado? Ben é um garoto órfão de 19 anos. Estudante de Direto, ele aprendeu a conviver com a...