28 - ESTRELAS, PERGUNTAS, RESPOSTAS E PROMESSAS

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TRÊS ANOS DEPOIS

Ian correu até mim. Carregava quase seu peso em balões que flutuavam para todos os lados e usava uma tiara com o meu nome e duas orelhinhas de alienígena.

- Ei, meu amor! – Ele disse ao se aproximar de mim, entrando pelas grandes e iluminadas portas do salão em que estávamos. Ouvi-lo me chamar de meu amor sempre disparava meu coração e fazia meu estômago querer dar uma pirueta e chutar o estômago. As mãos estavam ocupadas com os balões, então ele apenas se inclinou e me deu um beijo rápido com a ponta dos lábios. Segurei o capelo para ele não cair e alisei a beca de formatura pelo que poderia ser a quinquagésima vez. – Estou muito orgulhoso de você. – Aquele sorriso que podia ser capaz de derreter gelo apareceu.

- Obrigado – falei, dando-lhe a minha própria versão daquele sorriso. Puxei-o para mim e dei-lhe outro beijinho.

- Ei vocês! – Identifiquei a voz de Nari no meio da multidão cada vez maior e a vi correndo até nós. Nari estava naquela fase de adolescência em que o rosto adquiria os contornos que teria na fase adulta. Graças à boa genética asiática da mãe, a garota não tinha nem a sombra de uma espinha no rosto e eu tinha certeza de que ela seria uma mulher linda em um futuro próximo.

- E aí, garota! – Comecei a falar, mas ela correu e me abraçou.

- Nem acredito que você está se formando! Passou tão rápido!

- Passou rápido porque não foi você surtando – Falei rindo.

- Mal vejo a hora de chegar a minha vez! – Ela exalava empolgação. Nari era muito inteligente e eu sabia que ela teria um lindo futuro pela frente.

- Aproveita enquanto não chega, porque depois...

- Filho! – Outra voz disse, e me virei para ver Henriqueta se aproximando de mim.

- Mãe! Pensei que vocês iam chegar atrasados!

- Para a formatura do meu filho? Jamais! – Vi que havia um banner dobrado em seu braço, e tentei olhar furtivamente para ele. – Nada de espiar. Na hora certa você vai ver.

- Devo me preocupar? – Indaguei.

- Jamais – Mamãe me deu um sorriso.

Os dias após jogarmos toda a merda no ventilador foram um pouco... Complicados, para dizer o mínimo. O nome de muitas pessoas grandes e influentes da cidade foi exposto e os crimes foram todos revelados. O rebuliço em Rio Azul foi enorme. Um grupo de cidadãos mais envolvidos em causas políticas chegou a organizar passeatas e manifestações para que os nomes envolvidos naquele escândalo de proporções épicas fossem afastados e exonerados dos cargos. Uma grande parcela da população política foi exposta. Nos dias seguintes, um grande número dos nomes citados nas provas desapareceu misteriosamente, indo para cidades pequenas onde esperavam não ser vistos e ouvidos. Apenas não contavam que o Dossiê chamado O SEGREDO DA LUA fosse ter repercussão nacional. Apesar das emissoras regionais tentarem fazer de tudo para abafar o caso, grandes emissoras estaduais e algumas de nível nacional vieram para Rio Azul cobrir o caso, tornando impossível que aquela merda fosse apenas varrida para debaixo do tapete.

Os dias seguintes foram uma loucura. Os policiais e os bombeiros conseguiram resgatar Romeu Vidal, Rogério e Igor do prédio, apesar de os três terem queimaduras em algumas partes do corpo. Ian, eu e, consequentemente, nossas mães, tivemos que passar por longas horas de interrogatórios e testemunhos. Alguns tentaram nos colocar como culpados, questionando a veracidade das nossas informações, mas estávamos sendo completamente sinceros e nossas entrevistas deixaram isso muito claro. Minha história tornou-se famosa pelas redondezas. O menino aparentemente órfão que encontrou a família enquanto lutava para derrubar o Império de Romeu Vidal. Minha história com Ian também ficou bem famosa. O casal que se separou, mas que foi unido novamente pelo destino em circunstâncias completamente contrárias a tudo.

O Segredo da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora