07 - CALOR HUMANO

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E aí gente, tudo bem? Mais um capítulo de O Segredo da Lua e espero de coração que você goste. Então já deixa aqui o seu voto, faça seus comentários durante o capítulo, compartilhe com alguém que pode gostar... E vamos lá. Boa leitura.

CAPÍTULO 7

CALOR HUMANO

Os cabelos do bebê novo eram tão brilhantes que pareciam ouro escorrido. Eram tão loiros quanto os da mãe, apesar que seus cabelos tinham escurecido um pouco com o passar do tempo.

Na verdade, o bebê já tinha um ano, mas não adiantava falar isso para Ian. Ele tinha acostumado a chamar Ben de bebê e era assim que ele ia continuar chamando, afinal ele ainda era um bebê. Chorava, se arrastava pra cima e pra baixo, a mãe o amamentava (eca!) e mal sabia andar.

Ian não, claro. Já andava pra cima e pra baixo, corria com toda a velocidade e era motivo de eterna preocupação para Helena e Márcio, seus pais. Certa vez, Helena pegara Ian a dois segundos de pular das altas gavetas de seu guarda-roupas. Como ele havia chegado lá? Só Deus sabia. A verdade era que Ian era um garoto muito esperto. Esperto demais. Subia em todos os lugares possíveis, pulava... Aos três anos já conseguia dar cambalhotas em sua caminha de menino grande (berço era uma palavra proibida pelo próprio Ian).

Quando Helena, Márcio e Ian iam visitar o recém-nascido e sua família, era uma festa só. Ian gostava de brincar com Ben, por mais que o pequeno ainda não pudesse contribuir muito para a diversão. Ian entrava com Ben num carrinho de corrida superveloz (na verdade uma resistente caixa de papelão) e brincava que estavam competindo na Fórmula 1. Algumas vezes, Ian fazia seu pai segurar a beirada da caixa e sair arrastando-os por toda a casa.

- Mais rápido, mais rápido! – Ian gritava em plenos pulmões, sendo acompanhado por Ben, que fazia a melhor imitação possível que seu vocabulário reduzido a "as" "os" podia fazer.

Depois, Ian pegava todos os ursos de pelúcia que Ben tinha ganhado e brincava de super-heróis. Ben ficava relegado ao papel de mero observador, mas algumas vezes Ian lhe entregava o Sr. Coelhinho e ele podia ser o vilão. Ben gritava de empolgação e sacudia o bicho pra cima e pra baixo, numa luta ferrenha contra os heróis de Ian.

As vezes Ian corria pela casa toda e Ben o seguia com suas perninhas gorduchinhas, por vezes se arrastando num engatinhar apressado, por vezes apoiando-se nas paredes e móveis e arriscando alguns passinhos.

Helena adorava ver as duas crianças brincando juntos. Pareciam que eles eram um contraponto perfeito um ao outro. Ian, seu filho, com seus cabelos escuros e lisos, como os dela, e Ben com os cabelos loiros e brilhantes, como os de sua amiga. Quando os dois se cansavam (o que, acredite se quiser, acontecia), se sentavam de frente a televisão e viam desenhos por quase uma hora enquanto recarregavam as energias.

- É incrível, não é? – Henriqueta, a mãe de Ben, sussurrou. O filho custava a dormir, então ela aproveitava os momentos que tinha como se fossem uma pedra preciosa difícil de encontrar. – Com a gente ele custa a dormir. Mas com o Ian... Ele dorme sem chorar e sem fazer birra.

- O Ian é uma boa influência pra ele – Daniel, o pai de Ben confirmou.

- Será que eles vão crescer amigos assim como nós duas? – Henriqueta se questionou.

- Não tenho dúvida. Nós somos melhores amigas desde que nos conhecemos. Se continuarmos sempre presentes na vida uma da outra, eles vão espelhar a nossa amizade, com certeza. Já ouviu aquele ditado que diz que a melhor educação é o exemplo? - Helena sorriu para a amiga.

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