refuge-Vinnie Hacker- 1 e 2 TEMPORADA

⁕ two ⁕

POV Vinnie

quando a gente perde alguém querido, é sempre algo difícil.

mas quando se perde a mãe, Deus, é algo horrível. 

mesmo sua mãe sendo uma mãe horrorosa e deplorável e que nunca quis ser mãe. 

mesmo ela sendo uma viciada em metanfetamina.

ela ainda é sua mãe.

e ainda vai dilacerar seu coração.

e seu coração se partirá por inteiro ao ver sua sobrinha chorando aos soluços por querer seu colo. 

e ver seus irmãos mais velhos desabarem. 

e seu pai se embebedar.

e a família cair.

é doloroso e cansativo ter que se tornar pilar da família.

mamãe morreu numa manhã, depois de alguns dias de cama.

ela dizia ser febre e não queria ir para o hospital.

mas eu sabia que não era isso.

a quantidade de metanfetamina que ela estava consumindo era assustadora.

e então teve um AVC.

eu estava de plantão no hospital quando me ligaram. 

eu via gente morrendo o tempo inteiro. 

quando estava no exército principalmente. 

e eu me considerava totalmente sangue frio para isso.

mas quando é sua mãe, as coisas são diferentes.

quando acabou o plantão ontem no almoço, fui para meu apartamento e fiquei lá deitado, sem saber o que fazer. 

eu não comi nem dormi, apenas vegetei.

e agora estava em frente a casa qual cresci, com um terno preto o que era fora do meu jaleco habitual.

- Vinnie, oi, graças a Deus.- Lau abre a porta. os olhos pesados e cansados e os cabelos presos em um coque junto de um vestido preto.- entre querido, Fred está tentando falar com Connor.

- O que aconteceu com ela?- pergunto preocupado.

- Ela não quer se trocar, não fala nada desde que contamos a ela. fiz macarrão com queijo de janta para ela e ela não comeu nem metade do pratinho.- fala cansada.- pode tentar falar com ela, querido? ela ama você.

- claro.

ando aos poucos pelo corredor e esbarro com Fred.

- oi.

- oi maninho.- fala e abraçando então sai, ele devia estar exausto já que ele e Lau e meu pai arrumaram o velório todo.

então abro a porta e dou de cara com o conto de fadas que era o antigo quarto de Gideon e agora era o de Connor. 

a garotinha, com os cabelos mais escuros, os meus olhos e do meu irmão e seus quase oito anos estava deitada na cama, coberta com colcha cor de rosa e um pijama de ratinhos.

- Connor? bunny?

quando a pequena me vê, corre para o meu colo. a pego em meus braços e logo ouço um chorinho.

- ei meu amor, não chore. o tio Vinnie está aqui.- falo, fazendo um leve carinho em seu cabelo.- fale comigo, boneca.

- eu quero a vovó.

- Ah sweetheart. a vovó está em um lugar melhor. sei que é difícil. mas por que você não se arruma agora para podermos nos despedir dela? 

Connor parece pensar mas logo cede e eu suspiro fundo, a observando.