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Anos e anos se passaram, e eu fui me tornando um mito entre os seres, muitos me deram o nome de Morte, o que acabou enfurecendo ela por um determinado tempo até que ela não ligou mais.

Mais na verdade eu sou isso, por onde eu passo a morte me segue. Se eu estou em um lugar é porque alguém sempre vai morrer, se não for pelas minhas mãos, será por de outras.

Passei a entender a importância do meu trabalho, mesmo não gostando, eu entendi porquê eu era tão necessária, passei a entender muitas coisas e a saber muitas mais coisas.

Foi aí que entendi porquê que o conhecimento é o maior dos poderes, para usar o poder é preciso conhecimento, não ter conhecimento o mesmo que não ter nada.

Do que adianta ter poderes, mas não ter conhecimento o suficiente para saber o usar, para saber manipular ele, conhecimento é essencial.

É essa busca pelo conhecimento se me conforta nos dias que penso em desistir, também por saber que o meu caminho ainda é longo, ainda há coisas que não em foram reveladas e que preciso descobrir.

Entro na caverna e suspiro vendo ele sentado me esperando, esse é meu carrasco, infelizmente.

__ Saudades?- pergunto caminhando até ele que sorri ao me ver.__ Para até me esperares lado de fora do seu castelo.

__ Não me provoque ceifadora, se estou do lado de fora é porque a missão é urgente e importante, e tenho de ordena-lá pessoalmente- diz me fazendo rir e sento de frente para ele.

__ Ordenar não, pedir com muito jeitinho e se eu achar que é importante para o universo, farei a missão- digo e sorrio sarcástica para ele que segura meu queixo com força, o confronto com o olhar sem medo.

__ Não estou gostando dessa nova Eve, estás se esquecendo quem sou e do que sou capaz. Acho que terei de reviver o seu medo- diz apertando meu queixo ainda mais, segura sua mão em meu queixo e a retiro violentamente.

__ E o que você vai fazer para reviver meu medo querido?- Pergunto e ele me encara irritado__ Me violentar novamente?, Podes fazer quantas vezes quiseres que já não me importo. Reiniciar meu treinamento?, Sinto dizer que isso já não é possível, porque já passei dessa fase.   Matar crianças e dizer que a culpa é minha?, em todos esses anos que passei ao seu lado devias saber que meus sentimentos já não existem faz tempo e mais uma criança morta não faz diferença na minha vida. Me bater até quebrar não sei quantos membros?, não será nada inteligente, já que precisas de mim para uma missão de extrema urgência. Eu já me acostumei a todos seus castigos que já não ligo em os receber.

__ Não tenho tempo para discutir contigo Eve de ...- o corto antes dele continuar.

__ Ceifadora, deixei de ser Eve faz muito tempo- digo e observo ele fechar suas mãos em punhos, para controlar sua raiva, o que me faz sorrir por dentro.

__ Ceifadora, um dos Arcanjos está na terra em uma missão, consegui ver o local em que está antes que o supremo o bloqueasse para mim. Essa será a única chance que teremos de o matar, como tens um ódio gigante por seres divinos e és a única muito mais capaz de o matar sem nenhum problema- diz me deixando muito interessada.

__ Porque ele deve ser eliminado?- pergunto me levantando.

__ Ele vai gerar a chave dos dois mundos e você sabe que isso não pode acontecer, será o fim- diz e concordo.

__ Quem diria um Arcanjo engravidar um demónio- comento perdida em pensamento e o encaro__ Alguma recomendação?

__ Não estarei te vendo, a partir do momento que estiveres no mesmo ciclo que ele sua trajetória também será bloqueada e não terei como enviar reforços se precisares, estarás por conta própria- diz me fazendo revirar os olhos.

__ Sempre estive por conta própria- respondo e vejo seu olhar raivoso em minha direção__ Vou indo, e não ouse enviar seus cachorrinhos para me castigar, lembre-se que os últimos que enviaste não voltaram.

Pego o papel em cima da mesa e me viro para ir embora.

__ Quanto tempo vais levar para concluir essa missão?- pergunta e caminho até a saída da caverna.

__ O tempo que eu achar necessário, estamos falando de um Arcanjo, não de um caído.

Saio da caverna sem olhar para trás, leio o endereço no papel e o rasgo resmungando.

Se eu matar esse arcanjo, isso impedirá que a chave dos dois mundos nasça e o equilíbrio seja quebrado, uma guerra milenar por ser travada por ela e ninguém saberia quem irá vencer.

O bem ou o mal, ou nenhum deles.

Ela não pode estragar esse equilíbrio, por isso que terei o prazer de matar o pai da criança que ainda nem existe fruto de uma relação mais que condenada.

Um arcanjo com um demónio, só pode ser piada.

Eu não acreditava nessa profecia até agora, e o facto dela ser verídica me faz querer rir de tanta loucura.

Mas, enfim, nada que a profecia diz vai se cumprir porque estou indo matar o Arcanjo antes que ele pense em se apaixonar pelo seu oposto.





Ceifadora do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora