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  __Não revisado__

×× Susan ××

Com a chegada dessa data em especial, todos se movem em benefício de manter a estabilidade de Alana. Pois mesmo que ela afirme estar bem, e os médicos garantirem que sua afirmação não é uma mentira, todos nos mantemos preoucupados e em alerta com cada acao sua.

Olhando para trás no calendário, nem mesmo da para crer que seis anos já se passaram como se não fossem nada. 72 meses que se esvaíram como poeira ao vento, deixando para trás apenas as inúmeras lembranças desde aquele lamentável dia. Inúmeras lembranças de como tivemos que dar duro para manter a Dos Santos bem consigo mesma, de como fomos obrigados a nos superar para fazê-la entender que desistir não era o certo. Inúmeras lembranças das vezes em que me vi em guerra com a minha mãe, para que uma nova perda não se fizesse presente em nossas famílias.

O dia em que Alana recebeu o diagnóstico de depressão com tendências suicidas, foi quando algo começou a mudar. Havíamos entrado num acordo, decidido que nossas ações seriam em prol da melhora da mãe da minha sobrinha. Os nossos planos poderiam esperar, mas a saúde dela não. Alice não precisava crescer sem a presença dela também. E para o nosso alívio, tudo correu bem. Tão rápido quando cedeu, Alana também se viu melhorando.

Sua volta ao trabalho ocorreu de forma leve e tranquila. Sob a supervisão de Elly e Mário, seus afazeres começavam a voltar a rotina que sempre gostou, a rotina pela qual batalhou por anos dentro de uma faculdade. Além da filha, o trabalho era o seu alicerce para se manter firme diamte de tudo, e junto a família ela estava vencendo cada uma das batalhas que se colocavam a sua frente, derrubando todo e qualquer obstáculo que se fazia presente. Aos poucos ela estava voltando a ser o que era quando se encontrava ao lado da minha irmã, e a nossa melhor prova ocorreu no decorrer do mês em que marcamos de nos divertir junto aos seus gêmeos na praia. Os seus sorrisos possuíam força positiva, eram mais verdadeiros, sua expressão se mantinha leve. Ela estava se divertindo com quase tudo o que observava, com tudo o que era relacionado a filha e aos gêmeos. Ambos possuía, tudo o que era necessário para tirar de Alana o mais intenso dos seus sorrisos, algo que somente Ellen co seguia fazer com uma frequência tal grande. Alice era o clone da minha irmã, e apesar da sensibilidade que herdou de Ellen, ela começava a desenvolver toda uma personalidade de Alana. Podia se parecer com a minha irmã fisicamente, mas a postura exibida pela Dos Santos começava a se fazer presente em cada traço seu. Isso vinha desde o dia em que ela disse a primeira palavra.

O momento foi algo magnífico, ninguém esperava que fosse acontecer daquela forma, e Alana não soube como conter as lágrimas.

" No auge dos seus dois anos, Alice já ointava e bordada com os avós, da mesma forma que fazia com cada um dos tios. Era comum ela se manter 60% do seu tempo longe do apartamento da mãe, não porque Alana estivesse tentando conseguir espaço, mas sim porque nenhum de nós estava disposto a cedê-lo pra ela.

Quando Adam não a arrastava para a casa de seus pais, cabia a mim e Marcelly, o trabalho de trazê-la para a minha casa. E mesmo que não fosse do seu agrado, não havia muito o que pudesse ser feito por sua parte. Em todos os casos a razão nos pertencia, e assim como era péssima em conseguir algo da minha irmã, também nao conseguia da gente. Os seus argumentos eram fracos, e os nossos pais não estavam do seu lado, queriam mais tempo ao lado da neta e ter a certeza de que Alana estava tão bem quanto dizia estar.

Assim como vinha se tornando uma rotina muito comum, me limitei a apenas abrir os braços para receber Alice em meu colo quando Elly bateu a porta naquele fim de semana. Só estranhei a ausência de Alana ao seu lado, algo que rapidamente se resolveu com a mesma sendo empurrada sem muita sutileza por Rodinei.

Entre nós, ele era aquele que menos se importava. Não escondia a sua preocupação com a amiga, mas não conseguia se igualar a nossa. Mesmo que para muitos, o tempo passado servisse para a superação, não era difícil entender o porquê de Alana ainda estar tão presa a tudo, mas ele não se via capaz de algo tão grande assim. Estava do nosso lado nos apoiando e ajudando, mas a minha visão sobre os seus pensamentos já se encontrava tão clara quanto a luz do dia. Em algum momento as coisas começariam a desandar.

– Como o meu anjo está? - deixando que Elly resolvesse a questão formada com a ação do namorado, me direcionem a Alice, que apenas sorriu ao levar ambas as mãos em minhas bochechas.

Foram longas as horas em que passei brincando com ela, hora ou outra fazendo breves comentários sobre a minha irmã, algo que Alana pouco fazia. Mas em minha concepção, era muito importante que Alice soubesse tudo o que fosse possível sobre aquela que lhe trouxe para esse mundo. Com isso, sempre que possível estava relatando partes do passado de Ellen pra ela, contando tudo o que representava a historia de vida da sua vida, desde que ela se integrou a minha vida, até os primeiros meses de vida do pequeno ser deixado por ela. Mesmo que não estivesse em seu entendimento, me sentia bem relatando tudo sobre o relacionamento de suas mães, como uma sustentava a outra de formas inimagináveis, o modo como Alana se via capaz de mover o mundo pela felicidade da minha irmã, o modo como Ellen não se via em um mundo que não tivesse conhecido a morena de olhos azuis.

– Su, eu vou subir pra ver como ela está - Elly avisou assim que se despediu de Rodinei, pois o mesmo havia sido acionado por alguns amigos. Ele estava longe de ser o mesmo amigo que concheci no dia em que Alana nos apresentou o irmão.

– Eu vou com você - disse não me importando com a sua ação em tomar Alice de mim. Assim como eu, ela também babava sobre a minha sobrinha - O que acha amor, vamos dar um oi a sua mãe? - perguntei ão ceder leves apertos a sua bochecha, uma ação que ela não gostou muito. O bico formado por seus lábios tão rosados quanto no dia em que nasceu, gritava essa afirmação.

– O lado da Alana está começando a aparecer - sorrindo para a criança em seu colo, disse aquilo que minha mente processou em silêncio. Então apenas assenti ao me direcionar aos degraus da escada ao seu lado.

Não era nenhuma novidade encontrar a Dos Santos presente no quarto que pertencia a esposa. Apesar dos muitos quartos de hóspedes, ela se sentia melhor aqui, e o fato de mamãe ter optado por deixar tudo exatamente da forma em que minha irmã gostava, deixava bem claro o porquê da sua escolha. Era a sua forma de se ver perto de Ellen sem precisar sair de casa para visitar a lápide com o seu nome. Em meu ponto de vista, era bem mais saudável.

– O que acha de um lanche naquela pizzaria que você adora, Alana? - invadindo sem pensar em avisar, Elly logo jogou a questão. Ela então elevou o olhar já ajeitando a sua postura para tomar a filha em seus braços e abriu um pequeno sorriso para a pequena sem ceder a resposta esperada.

– Não é uma ideia tão ruim, podemos chamar o seu irmão e o Rodinei se quiser - realmente me agradando com a proposta de Elly, acrescentei na intenção de a convencer.

– Pode ser, estou mesmo precisando espairecer um pouco - deixando a mostra um breve sorriso, disse deixando a filha xeretar o que quisesse sob a sua supervisão - Mas não acredito que os rapazes vão aceitar o chamado. Adam comentou algo sobre curtir em grupo com ex-colegas da universidade.

– Está tudo bem, nós garotas somos mais do que o suficiente - Elly afirmou com enorme sorriso, o que me fez em negação ao fechar os olhos com sua autoconfiança. Sempre admirei isso nela, é uma de suas qualidades que mais me agrada.

– É por isso que dizem que vamos dominar o...

– Mamãe? - o chamado foi responsável por Alana deixar a frase morrer e se virar para a filha, que se encontrava com a atenção presa a um porta de retrato de Ellen. O chamado não foi para Alana, mas sim para minha irmã. Foi impossível não sentir o peso daquela simples palavra, impossível não me render a emoção do momento. Elly não estava diferente de mim, mas Alana ia além. A Dos Santos abriu um meio sorriso enquanto tentava impedir o derramar de suas lágrimas ao tomar a filha nos braços junto a imagem de Ellen e buscou respirar fundo.

– Sim meu amor, é a mamãe.."

Em momento algum cogitamos a ideia de que suas primeiras palavras seriam um chamado por Ellen. Mas não tem como negar o quanto isso me deixou feliz, o quão importante era saber que minha irmã estava ali, retratada nos mínimos detalhes sobre a sua filha. A minha sobrinha.

Nova Etapa da Vida [ Hiatus ]Onde histórias criam vida. Descubra agora