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__Não Revisado__

Quando por fim tudo teve o seu encerramento na sala de Margot, a mesma não tardou em me dispensar. Ela estava irritada, contrariada talvez. O seu desejo ao me ver passar por aquela porta, foi unicamente o de assinar a minha demissão até o fim do dia. Isso ficou mais do que evidente para mim. Mas não foi o que ocorreu, a contratante do momento não permitiu e, essa ação a frustrou.

A presidente daquela empresa não era alguém que passasse medo, mas ela não admitia erros. E o meu acabou sendo grande.

Em sua percepção, a carta de demissão seria o ideal para a minha falta. Da forma como faz toda vez em que precisa dar o exemplo, ela não exitou. Não era nada pessoal, eu sabia muito bem disso. Não teria o que dizer caso sua decisão tivesse mesmo se firmada, aceitar o desfecho seria tudo o que sobraria. Me lembraria de agradecer a Sra Santos por sua intervenção, era o mínimo a ser feito. Havia me retirado da sala antes dela, então tudo ficou para o dia que estava por vir.

Uma cópia do contrato deveria ser entregue a mim em breve, e lê-lo não era algo que devesse ser deixado para ser feito em cima da hora. Chegando em casa, seria o meu primeiro afazer. Mas antes, aproveitaria mais algumas horas pelas ruas da cidade. E ao invés de novamente chamar um táxi, faria da minha volta uma longa caminhada, um momento para pensar no que houve até agora.

O olhar que recebi sobre sim ao me fazer presente dentro daquela sala, não foi nada comum. O modo como a Sra Santos se dedicou a me garantir como sua escolha, aquilo me causou alguma confusão. Estava feliz por ter conquistado a vaga que a mesma me oferecia, mas isso não quer dizer que deixei de pensar em possíveis motivos para que a mesma tenha me tirado da degola. O que poderia ter se passado em sua mente, era uma questão que não saía da minha cabeça. Sentia a necessidade de entender os seus motivos o quanto antes, mas se fosse mesmo necessário, saberia como esperar sem me perder do assunto.

Quando enfim acabei por adentrar os limites da minha casa, não estava pensando em mais nada, a não ser buscar pelos papéis que já deveriam ter sido entregues. Mas confesso ter me surpreendido ao subir as escadas que me levariam ao meu quarto, e encontrar minha prima bem a vontade sobre a minha cama com aquilo que gritava por minha atenção ao seu lado. Ela parecia estar curiosa com o que estaria dentro daquele envelope, mas sendo quem é, não se atreveria a abrí-lo sem antes receber uma confirmação para isso. Então liberei todo o ar preso em meus pulmões e escolhi por me fazer presente.

- Deixe-me adivinhar. Foi a mamãe quem pediu para você vir aqui, na esperança de que pudesse me convencer a mudar de idéia? - deixando de lado toda a sua observação sob a tela de seu notebook, exibiu um divertido sorriso ao me dedicar toda a atenção do seu olhar - Sabe que não vai adiantar em nada, não sabe?

- Claro que sim, Leen - se pondo de pé ao depositar o aparelho sob a pequena mesa que ocupava espaço ao lado da cama, se aproximou me prendendo em um apertado abraço - Nem mesmo estou disposta a tentar ir contra uma decisão sua, mas é muito difícil convencer a sua mãe a aceitar essa posição.

- Tem certeza de que está dizendo isso pra mim? - jogando a brincadeira ao receber distância para a encarar de frente, devolvi o sorriso recebido e deixei o meu corpo cair sobre a cama ao soltar um longo suspiro. Estava cansada daquele assunto - Será que custa muito pra ela entender que sou uma pessoa adulta e dona de todas as minhas ações? - o lamento era sério, não me sentia bem discutindo o mesmo tema durante quase todo o mês. Era algo que se tornava exaustivo em um tempo muito rápido.

- Você precisa apenas aceitar que ela só quer o seu bem, prima. No mais, a decisão será sempre sua. Ela querendo ou não aceitar, a última palavra sempre será sua. É a sua vida - se pondo ao meu lado, disse de maneira simples e suave. Assim como eu, ela também havia visto no teto uma ótima paisagem.

Nova Etapa da Vida [ Hiatus ]Onde histórias criam vida. Descubra agora