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  ×× Alana ××

𝙿𝚊𝚜𝚜𝚊𝚍𝚘...

Faz alguns dias que não sei o que é ter uma noite de sono decente, e dessa vez não seria nenhum pouco diferente, ao menos não para melhor.

No relógio ainda não batia sequer uma da manhã quando acordei com a forte crise de tosse de Elen. Ela estava sentada aos pés da cama, focada em nada a não ser tentar controlar a tosse, talvez para não me acordar. E sem reparar em mim para ter essa certeza, ela saiu da cama e foi até o banheiro, então sem dizer nada, fiz o mesmo e fui atrás dela. A tosse não dava tréguas, e quando me aproximei para ter uma visão melhor, me deparei com uma quantidade considerável de sangue na pia e ela lavando o rosto enquanto fitava o espelho.

— Deveríamos ir ao hospital, meu anjo — me fiz presente ganhando sua atenção, seus olhos completamente assustados me encararam firmemente enquanto a água da torneira corria.

Ela estava pronta para negar uma vez mais o meu comentário, tenho certeza disso. Mas seu nariz começou a escorrer. E tentando não passar a verdadeira gravidade da situação, levou as costas da mão para impedir o fluxo e deu um passo à frente na intenção de deixar o banheiro, porém, simplesmente desabou ao perder por completo a consciência. Não atingiu o chão porque meus reflexos agiram rapidamente me deixando na possibilidade de segurá-la a tempo.

— Ei, amor? Por favor fala comigo, acorda — pedi dando leves tapinhas em seu rosto e já sentindo meus olhos arderem em lágrimas —  Vamos lá Len, não faz isso comigo — não obtendo a resposta de que precisava, nem me preocupei em correr atrás de alguma roupa ou chamar uma ambulância que poderia levar uma vida para chegar aqui, simplesmente a tomei em meus braços e corri para descer ao andar térreo já com as chaves do carro em mãos. A coloquei no banco do carona já acionando o cinto e dando a partida ao tomar meu lugar como motorista logo em seguida.

Apesar do trajeto ser feito com cuidado por causa dela, também foi feito o mais rápido que o momento me permitiu.

Deixando o carro pela rua mesmo, entrei no hospital já pedindo apoio e para que o Mário fosse chamado o quanto antes. Enquanto ele não aparecia, encaminharam-na para a UTI a ligando em todos os aparelhos necessários, mostrando o quanto seus batimentos estavam fracos, o quanto estavam caindo assim como a pressão.

— Como está a paciente? — entrou perguntando enquanto a checava por conta própria, então olhou pra mim por breves segundos antes de dar a sua ordem —  Tirem ela daqui — pediu em um segundo, e no outro um enfermeiro já estava me arrastando para fora da sala mesmo contra a minha vontade.

Não precisava ser um gênio para saber o porquê dessa ação em si, pelo menos eu sabia. E sabendo também o que deveria fazer no momento, peguei o celular para avisar Susan sobre o ocorrido, e não demorei muito com isso. O nosso relacionamento continua naquele caminho cheio de obstáculos que precisam ser superados, então não tinha porque me prender ali. Eu precisava tentar não entrar em pânico e agradecer mentalmente por minha pequena ter ido passar esse final de semana com os pais de Elen, ela estava segura e bem com eles.

Meia hora depois da minha ligacão, Susan apareceu ao lado de Elly e meu irmão. Todos me cederam um abraço apertado e palavras de conforto se pondo ao meu lado no banco de espera. Dessa forma, mais quinze minutos foram embora até que Mário finalmente veio falar com a gente, e só pelo semblante dele eu já sabia que as notícias não eram nada boas.

— Eu sinto muito, Alana. Mas não há mais nada que possamos fazer por ela, infelizmente não há possibilidades de esse dia ser completado pela mesma — disse ele me nocauteando de uma só vez, meu mundo desabou ali —  Vocês estão liberados para ficar ao lado dela enquanto puderem — sem dizer nada e deixando as lágrimas descerem perante minha face, passei por ele indo até o quarto onde ela estava, onde me sentei ao seu lado e tomei sua mão nas minhas.

Nova Etapa da Vida [ Hiatus ]Onde histórias criam vida. Descubra agora