14 | la bicicleta

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BARCELONA, 2020

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BARCELONA, 2020

A tarde de domingo desceu com o traçado alaranjado cortando o céu catalão, formando uma das mais bonitas vistas que George poderia ter. O piloto passou a concentrar-se na cena que corria diante de seus olhos azuis fascinantes que sequer notavam a aproximação da jornalista.

— Gosta do que vê? — ela entoou e só então os olhos do piloto moveram-se para ela.

George sorriu e balançou a cabeça em concordância.

— Sim. — pronunciou. — Você é linda. — Blue sorriu, desviando os olhos, morrendo de vergonha.

— Não estou falando de mim, bobinho. — sentou-se ao lado dele, tendo os olhos dele sobre seus movimentos. — Estou falando do céu. — apontou para o alaranjado.

— É lindo também. — comentou olhando para o céu. — Mas não sei se é páreo para você. — Blue teve que lhe empurrar pelo ombro, para não queimar de vergonha mais uma vez.

George amava as reações da jornalista, os trejeitos, o sorriso, a forma como ela enxergava o mundo, com as íris atentas a cada detalhe. Puta que pariu, ele estava muito apaixonado.

No dia anterior, ele tinha visto a jornalista, logo após a qualificação, onde notou que ela não tinha deixado de usar o cordão que ele tinha lhe dado. Os dois seguiram juntos para o hotel e puderam ver o pequeno show que Marie tinha preparado para fazer, usando Max como vítima. Foi um tanto cômico.

— Posso te fazer um convite? — Blue perguntou.

O piloto moveu seus olhos para ela e balançou a cabeça.

— Um convite vindo de Blue Hayes? A fugitiva? — caçou, empurrando a belga pelo ombro.

— Você não vai superar, não é? — ela riu.

— Nunca. — afirmou. — Normalmente nenhuma foge de mim. — mexeu os ombros.

Blue revirou os olhos.

— Agora me diga. — pediu, olhando nos olhos dela. — Qual é o convite? — um sorriso travesso subiu nos lábios cheios da mulher. — Ah, meu Deus. — exclamou. — Com esse sorriso eu sei que devo ter medo. — Hayes fez uma careta.

— Quer dar uma volta comigo por Barcelona, George? — ela segurou a mão dele.

Os longos dedos de George tocaram a mão de Blue. A eletricidade correu pelo corpo de ambos, a tensão que os dois tinham quando estavam juntos, um ao lado do outro era palpável, visível a metros de distância. Era destinado a estarem ligados, com uma estrela presa em uma constelação.

— Uma volta? — George pareceu pensar. — Claro. — sorriu. — Preciso pegar as chaves do carro. — soltou a mão de Blue e apalpou os bolsos, verificando se o objeto estava ali. — Vamos? — levantou-se.

BLUE | GEORGE RUSSELLOnde histórias criam vida. Descubra agora