29 | a família perfeitamente imperfeita

1.6K 134 78
                                    

HASSELT, 2020

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

HASSELT, 2020

Hasselt amanheceu com um Sol luminoso, espalhando seus raios solares pelas plantas, construções e pessoas que transitavam animadas naquele dia.

Blue observava da janela do seu quarto, a extensão do vasto e florido campo de lavanda que estendia pela propriedade da família. Os olhos atentos, assistia o balançar do vento, enquanto ouvia o cantar dos pássaros em uma sinfonia calma, sem cacofonia dos grandes centros.

O ar puro e a monotonia exacerbada, fazia com que tudo aparentava ser fácil e sutil ignorando a existência de todos os problemas e dramas que abrangiam cada célula do corpo da garota.

Os dias passavam em uma estranha e necessária rapidez, fazendo com que a jornalista começasse a voltar ao seu eixo. Blue estava de volta à terapia após anos e conseguia pelo menos dar um volta com Cate pela cidade natal.

No fim de semana anterior, seu pai e sua madrasta tinham feito uma visita rápida. Arnold pareceu ser mais humano e carinhoso, abraçando a filha caçula com o apreço que tanto demonstrava anos atrás. Talvez naquele momento, ele começou a entender que se tornou um pai ausente desde o acidente de Derek.

Seu irmão estava longe de Hasselt, em Monza, no último grande prêmio que Claire Williams estaria à frente da escuderia inglesa. Os Hayes entrariam definitivamente no comando da equipe, indo efetivamente a elite da competição.

Um toque na porta interrompeu a concentração de Blue, Cate apareceu na fresta aberta e sorriu para a belga.

— Oi, você tem visita. — anunciou e Blue franziu a testa, saindo da frente da janela.

Cate deixou a porta aberta e Blue passou por ela na sequência, passando pelo corredor, chegando na sala rapidamente.

Seus olhos se encheram de água e ela correu para abraçar a mulher parada com os braços abertos, ao lado do homem sorridente.

— Mama! — ela enterrou o rosto no ombro da mãe.

— Oh, mi Cielo Blue! — Dulce passou a mão nos fios de cabelo da filha. — Queria ter vindo antes, mas precisei resolver algumas coisas antes. — deixou um beijo sobre o cabelo dela.

Blue não conseguiu emitir palavra alguma, abraçar sua mãe já dizia muito por si só. O carinho e o cuidado que Dulce tinha com a filha era extremamente importante, Blue era a única coisa certa que tinham sobrado de seu relacionamento falido.

— Eu estou aqui, meu amor! — Blue afastou-se da mãe, que limpou as lágrimas acumuladas sobre as bochechas dela.

— Oi, Blue! — Julio abraçou a enteada. — Está tudo bem, querida? — a jornalista sacudiu a cabeça, ainda em meio a emoção que tomava conta de si.

— Sim. — sussurrou, dando um sorriso fraco. — Agora eu estou feliz por vocês estarem aqui.

Os três sentaram-se no sofá. Dulce observou a casa com certa curiosidade, tendo lapsos de tantas memórias dos dias que teve ali. Havia passado por inúmeros bons momentos, mesmo que tudo tivesse ruído, ela podia guardar as coisas boas.

BLUE | GEORGE RUSSELLOnde histórias criam vida. Descubra agora