28 | sempre e sempre

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HASSELT, 2020

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HASSELT, 2020

Quando Blue tinha seis anos, seu avô lhe disse que garotas como ela não deveriam chorar, então para fazer a menininha parar de derramar lágrimas, ele ofereceu donuts, vendo a neta sorrir. Mas naquele momento, nada e nem donuts faria a jornalista dar um sorriso que não fosse forçado. As lágrimas faziam parte da garota, transformado-a em uma tremenda chorona, um mar revolto e profundo.

O tempo pareceu congelar durante todos os dias que a jornalista ficou trancada dentro do quarto. Os segundos se tornaram longas horas, traçando-se preguiçosamente em algo que não teria um fim rápido, como ela desejava do fundo do seu coração.

Os fios de cabelo estavam bagunçados e o rosto estava amassado, quando Marie entrou pelo quarto da melhor amiga. A loira puxou o edredom que cobria Blue e sentou-se na beira da cama, observando a garota.

— Oi, Blue Sky! — exclamou, fazendo a amiga abrir os olhos e virar-se. — Como você está? — segurou a mão dela.

Blue esfregou os olhos e deu um sorriso fraco, sem muito ânimo. Apesar de tudo, era bom ver a amiga.

— Em meio ao caos. — respondeu fechando os olhos. — Você não deveria estar em Spa… — ao citar o nome do local, Blue sentiu um amargor presos nos lábios.

— Garota, já acabou tudo. — berrou altiva. — Em que caverna você estava para não notar o tempo que passou? — Blue deu um risinho.

— Aqui mesmo. — puxou o edredom para cobrir o corpo. — Como George está? — perguntou ansiosa por uma resposta.

Ele era sua principal preocupação. Blue poderia estar a beira do abismo, próxima de despencar em queda livre, ainda assim pensaria em George. Seu amor pelo piloto era grande e intenso, a garota sentia tantas coisas ao lado dele que nunca pensou sentir novamente. Ele a completava de todas maneiras e agora ela sentia-se incompleta.

Os olhos de Blue pareciam perdidos em seu próprio marasmo. Aquosos e sem foco algum, as írises estavam mais escuras e frias, presa no mar revolto que invadia a cada segundo. Na mesma situação, estava sua mente, cheia de pensamentos, deixando-a em um beco sem saída, não tendo para onde fugir. O caos prevalecia e ela precisava enfrentá-lo, antes que fosse tarde demais.

— Ele está preocupado com você. — Marie respondeu. — Não para de me perguntar como você está e deixou claro que eu passe todos os detalhes do seu estado. George te ama demais, Blue. — a loira alisou o rosto dela, assim que uma lágrima escapou dos olhos dela.

— Eu tenho medo de perdê-lo, Marie. —  confessou, enquanto fungava baixinho. — Tenho medo de me perder e deixá-lo ir. — a loira tentou controlar a emoção para não chorar junto com a jornalista. 

— Você não vai perdê-lo. Vocês são apaixonados demais um pelo outro. O George se preocupa de verdade e sente um amor muito grande por você. — fez uma pausa. — Além do mais, eu não vou deixar que ele se desista de você. Eu vou atormentá-lo sempre que puder para ele nunca te esquecer. — Blue riu pelo nariz.

BLUE | GEORGE RUSSELLOnde histórias criam vida. Descubra agora