23 | minha estranha casa

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SPA-FRANCORCHAMPS, 2020

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SPA-FRANCORCHAMPS, 2020

Ela sabia que pisava em areia movediça, desde o instante que o avião aterrissou na Bélgica. O país que fora seu berço, onde deu os primeiros passos, tinha se tornado estranho e frio.

A expressão tensa e quase irreconhecível de Blue, tornou-se constante após ela descer da aeronave e andar pelo corredor do aeroporto, tendo Gregory e Jess ao seu lado.

Os dois sentiram que sua amiga tinha mudado, mas não quiseram deixá-la arredia, então apenas sorriram e disseram que era incrível estar no país natal dela.

Hasselt ficava na Bélgica e era sua cidade natal, no entanto, a garota tinha passado por muitas coisas em Spa-Francorchamps. Muitos momentos felizes foram desenhados naquele circuito, porém, também havia o gosto amargo e trágico, que cercava cada curva.

Para seu total bem, as memórias tinham sofrido um bloqueio, que impediram que ela lembrasse com tanta nitidez. Quando tentava recordar, tudo era um borrão escuro e sem foco.

Pisar naquele lugar após anos, fazia cada poro da jornalista arrepiar-se. Spa-Francorchamps não era um paraíso, estava longe de ser o circuito mais feliz e animador para ela, porém, ela tentava ao máximo não dar ideia para os pensamentos traumáticos.

Os olhos dela estavam perdidos entre as paisagens, que sequer notavam a aproximação de George.

— Oi, amor! — foi surpreendida por George, enquanto estava parada na pista.

O piloto passou as mãos por trás, agarrando-a, dando-lhe um beijo na bochecha.

— Oi, amor! — virou-se para ele, passando as mãos em volta do pescoço do piloto.

George beijou-a ali mesmo, ouvindo alguns gritos dos engenheiros que estavam com eles. O piloto levantou o dedo do meio sem cerimônia alguma, enquanto Blue ria.

— Senti sua falta, linda. — segurou as mãos dela.

— Eu te vi antes de pegar o avião, piloto. — explicou. — Sente tanta saudades assim? — tombou a cabeça para o lado.

— Muita, que eu nem sei como medir. — Blue virou-se e ficando ao lado dele.

Russell passou o braço por cima do ombro dela e os dois começaram a caminhar.

— Eu também senti. — confessou em seguida.

A jornalista encarou o namorado por alguns segundos. Ele tinha uma aura grandiosa e pacífica, capaz de acalmá-la pelo tempo que fosse possível. Os olhos azuis lhe traziam uma certa calma e carinho, que embalavam a garota em seus melhores e mais preciosos sonhos.

BLUE | GEORGE RUSSELLOnde histórias criam vida. Descubra agora