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Três anos

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Três anos.

Três anos se passaram desde a última vez que [Nome] Hanagaki esteve no único lugar em que pôde ter o aconchego, o conforto e o amor genuíno de uma família.

Quando digo família, não falo somente daquelas pessoas que carregam o mesmo sangue que você, mas também daqueles que chegam a ser tão importantes e preciosos quanto, os amigos.

Todo este tempo que esteve fora de Tokyo não foi de todo ruim, mas também não foi as mil maravilhas como a garota esperava que fosse. Afinal, não tinha como ter sido totalmente bom, sendo que com apenas treze anos na época a menina havia sido praticamente tirada da única família que se importava com a sua felicidade e bem-estar.

Em um determinado momento o qual [Nome] não consegue distinguir qual foi, seus pais começaram a brigar muito. Eram discussões constantes e diárias, que duravam desde a hora em que ela acordava até o horário de se deitar na cama e ir dormir novamente.

A garota não aguentava mais o clima ruim e a pressão que era colocada sobre ela quando estava em casa. Já não bastava lidar com seus problemas pessoais como a autocobrança que tinha consigo mesma, a ansiedade e as crises de pânico que sempre estiveram presente em sua vida. Porém, com todo o seu esforço e com um sorriso falso no rosto, você mantinha sua máscara e fingia que tudo corria perfeitamente bem, para poder assim dar amparo à seu irmão apenas um ano mais novo, Hanagaki Takemichi.

Quando seus pais anunciaram que finalmente iriam se separar, tanto a garota quanto o irmão puderam enfim respirar aliviados. No entanto, essa sensação de alívio durou pouco tempo, pois para o contragosto de [Nome], seu pai havia conseguido sua guarda na justiça fazendo assim com que a menina tivesse que ir morar com ele.

Você entrou em desespero. Tatsumi possuía um temperamento altamente explosivo e por mais que não precisasse ser dito, você tinha plena noção que ele só pegou sua guarda por ser a irmã mais velha e consequentemente dar menos trabalho — coitado, mal ele sabia. Entretanto, outro fator que aumentara a sua lástima foi o fato de seu pai ter recebido uma proposta de emprego, que o faria se mudar para Nova York.

Abandonar o lar e tudo o que tinha em Tokyo por mais que não fosse muito, foi sem sombra de dúvidas uma das coisas mais difíceis que você fez.

No decorrer desses três anos que passaram, [Nome] sentiu na pele o que era estar no inferno e no céu. Seu pai, devido à males que não paravam de atormentar sua vida descontava toda a frustração que sentia na menina, como se, ao fazer isso ele estivesse liberando toda a sua raiva e estresse. Isso acontecia uma vez ao mês.

Depois de ficar cheia de hematomas por todo o seu corpo, ele vinha lhe mimar e pedir desculpas pelo ocorrido. E era aí que seus dias de glória começavam, pelo menos até ele surtar novamente.

Você era uma pessoa genuinamente boa, muitos de seus antigos amigos, mas em específico — Baji Keisuke — sempre lhe falara que seu coração era bom demais pra esse mundo, então entendia superficialmente os motivos de seu progenitor praticar determinadas ações, pois o homem também sofria de bipolaridade. Mas o fato de ser boa não a impedia de ressentir, guardando mágoa e rancor.

𝒞𝑙𝑎𝑟𝑖𝑡𝑦 // 𝔇𝔯𝔞𝔨𝔢𝔫Onde histórias criam vida. Descubra agora