War of Hearts - NCT Dream

debaixo do nariz real

Loucos, deveriam ser taxados assim, por simplesmente pensarem que em algum momento teriam exito na missão de roubar um bem precioso do pescoço de uma rainha.

Sim, eles sabiam que daria muito errado.

- Estamos exatamente embaixo do castelo agora, existem milhares de guardas uns metros acima de nossas cabeças, e precisamos de um mapa - Jisung disse com uma tranquilidade invejável demais, porém no segundo seguinte seus colegas estavam seriamente refletindo sobre a possibilidade de lhe cortarem a cabeça - Temos mapas do castelo escondidos em todos os lugares, a biblioteca, na sala do trono até mesmo no meu quarto, não deve ser uma missão impossível.

- Claro que não, imagina quão agradável é ficar procurando escondido em todos os cômodos enquanto metade da equipe está longe - Para a surpresa de muitos, a frase irônica e carregada de rancor tinha vindo do príncipe Chenle, que não parecia estar nada feliz com a ideia de ficar muito tempo submerso, nenhum deles estava afina, mas para um príncipe com sua fonte de magia, era bem ruim não estar ao ar puro sentindo a brisa e os sons da floresta, aquilo mexia com seu humor.

- É exatamente por isso que estamos fazendo esse esforço, Renjun e Donghyuck ficaram bravos em não poder ajudar, mesmo Jaemin que já está acostumado ficou magoado, se não formos bons por nós mesmos, que sejamos por nossos amigos - Mark estava levemente bravo, todos notaram, o comportamento do irmão não o agradava, mas ainda que fosse só isso.

Todos sabiam que Mark estava bravo por seus poderes de cura não terem sido suficiente para ajudar Renjun a se sustentar ali embaixo, e mesmo que fossem, não teria conseguido, poderes muito fortes tendem a se testarem mais e mais, ainda tinham lembranças claras de Renjun invocando almas do reino dos mortos para ajudá-los contra gigantes, se não fosse por Chenle poderiam não estar mais ali, mas pelo menos saberiam o porque de ser tão perigoso o elfo negro perder o controle de seus poderes.

- Se conseguirmos achar pelo menos um furo de luz ou algo assim, conseguiremos saber onde estamos, mas sem chamar atenção e sem fazer grandes bagunças, se formos pegos a rainha pode usar como moeda de troca ou algo do gênero para negociar com os outros reinos, há quem peça até mesmo nossas cabeças - Jeno disse baixinho, começando a andar devagar pelos corredores molhados.

O corredor não tinha água, afinal era muito mais fácil capturar sereias enquanto elas estivessem usando suas pernas, já que não tinham a mesma agilidade sem as caudas, eram armadilhas completas para as guerreiras reais, é por isso que estava extremamente desprotegido. Jeno empunhou sua espada e Chenle deixou seu arco em posição de ataque, estavam ouvindo cada vez mais barulhos de água.

- Devemos estar perto da sala do trono, a água ao redor do trono da rainha dá direto para o calabouço - Jisung parou a distancia de uma porta, dava para ver pelas frestas da mesma iluminação e água, o príncipe falava baixinho, fazendo os companheiros baixarem suas armas - Se conseguirmos chegar as masmorras podemos entrar no tribunal, mas seria complicado passar pelas sereias.

- Você pode me explicar de uma forma lógica como que vamos achar mapas do sistemas de túneis do castelo num tribunal? Sem contar que podemos nos deparar com um dos incontáveis súditos da rainha sendo julgado - Mark falou, olhando para trás deles, tinham tantos corredores escuros e frios, não podiam nem mesmo escolher o menos pior para seguir sem medo de serem pegos - Não podemos simplesmente ir para o seu quarto?

- Uma boa opção se ele não fosse no topo da torre leste com pelo menos dez guardas em cada andar - Resmungou, se aproximando devagar da porta - Está calmo, a rainha deve estar ocupada, é realmente difícil ela ficar em paz enquanto está lá.

Poderiam perder tempo ali debatendo sobre o que fazer, mas quem perdeu foi Chenle, e foi a paciência, abaixou seu arco e abriu a porta devagar, olhando ao redor e simbolizando para que os outros saíssem e contemplassem a riqueza que era aquele palácio, era até um pouco intimidador, o ouro brilhava e se destacava dos diversos tons de azul, diamantes davam ainda mais luz, as perolas deixadas no chão como um caminho até o trono de sua majestade eram lindas e limpa, tudo gritava riqueza e luxo.

- Se tivéssemos toda sua riqueza Jisung, com certeza não faríamos o mínimo esforço para ir aquela reunião ridícula com os outros líderes - Jeno disse, encantado como os outros amigos, se sentiam até humildes em estarem ali, itens raros e valiosos eram usados como artefatos de decoração - Bem por isso dizem que a princesa  Wendy é uma das mais mimadas.

- Isso é verdade, ela não tem postura de princesa, posso levar essas plantinhas para minha mãe? Se você disser que não eu vou roubar do mesmo jeito - Nem era difícil de esperar que o príncipe Zhong já estivesse próximo a água analisando a vegetação local.

- Não precisa roubar, quando casarmos você vai poder levar todas  as que quiser, vai ser sua casa também afinal - E o sorriso espontâneo do arqueiro de cabelos verdes foi sendo substituído por um forçado, como se estivesse fazendo algum mínimo esforço para concordar.

Todos sabiam que ele estava confuso, era por isso que príncipes e princesas não faziam acordos matrimoniais fora de seus reinos, porque sempre teriam conexões e responsabilidades no lugar onde nasceram.

E muito se falava sobre o futuro rei Taeyong nomear o irmão como guardião magico do reino.

- Vamos descer logo, se perdemos tempo aqui podem nos pegar, na verdade em todo lugar podem nos pegar - Jeno suspirou, claramente frustrado antes de entrar na água, sendo seguidos pelos outros.

- Só tem mais um probleminha - Jisung riu fraco, nervoso completou - Não são sereias que cuidam das celas e dos prisioneiros... São enguias elétricas que não entendem bem a nossa língua, e qualquer um que não tenha o feitiço único para desmaia-las será morto imediatamente.

- Então vão ter que seguir sem mim depois que chegarmos lá embaixo - Chenle deu um pequeno sorriso, não seria aquilo que iria fazê-lo um grande herói, mas sim, tinha que faer, pelo bem de seus amigos - Meus dons precisam ser usados alguma hora para alguma coisa, sou bom em contar histórias, posso enrola-las.

- Não precisa fazer isso se não quiser - Jisung tocou o rosto de Chenle, fazendo um leve carinho, se antes tinham vergonha de fazer em público e só se falavam as escondidas, agora estavam sendo carinhosos até demais para seus amigo - Podemos dar outro jeito, não podemos? Achar um novo caminho ou até mesmo tentar falar com minha mãe...

- Não, está na hora de se comportar como um príncipe de verdade - Mark puxou sem força o braço do azulado - Você tem que entender que tanto ser um príncipe quanto ser um herói implica em escolhas que você nem sempre deve fazer do jeito certo, meu irmão sabe as suas responsabilidades tanto nessa missão quanto para com nosso reino e as segue, deveria fazer o mesmo.

Chenle sabia que tudo que o irmão estava falando não era simplesmente para aquele momento, e sim para a situação complicada que seu relacionamento o enfiou, nessas horas agradecia aos céus por ter um irmão mais velho como todas as suas forças, porque se dependesse apenas de si, jamais saberia como explicar aquela situação.

- Quanto mais você perder tempo ficando calado e apenas pensando, maior vira a bola de neve que você mesmo está criando  - Jeno sussurrou no ouvido do amigo, que concordou calado apenas, Chenle suspirou e seguiu nadando, se preparando mentalmente para fazer uso de seu grande presente da mãe natureza.

Quando chegaram no chão, sentiram o frio tocar seus corpos e arrepios correrem por suas espinhas, o caminho tinha luzes do mar um pouco cobertas por musgo, o lugar era gelado e mal iluminado, claramente adaptado para acomodar os criminosos e traidores da coroa que eram presos ali, no fundo do corredor, estalos de energia, leves curto-circuitos chamavam a atenção para as criaturas de rostos nada agradáveis, cujo os olhos brilhavam em um vermelho ameaçador, davam muito medo.

- Chenle... Tem certeza? - Jisung o encarou, e o mesmo concordou e lhe deu um pequeno selar antes de entrar, balbuciando palavras estranhas e chamando atenção das criaturas assassinas.

Devagar, enquanto Chenle tomava toda a atenção das enguias, os outros passaram lentamente pelos cantos das selas, ainda nervosos pelos presidiários que olhavam os príncipes, uns surpresos por verem seu monarca ali a frente e outros implorando para que fossem soltos.

Tão inocente, não tinham alguma noção do que a rainha fazia com aqueles que imploravam pela sua liberdade, alguns acusados tão injustamente...

Chegaram a uma porta, abriram devagar, Jeno com a espada em mãos e todos pedindo tanto que ninguém estivesse ali, torcendo para que passassem com as cabeças asseguradas em seus pescoços.

E não tinha, estavam invadindo silenciosamente o lugar mais seguro de todo o mar bem embaixo do nariz de sua rainha.