Little Things | Rafe Cameron

20• Céu

Estou exausta hoje, parece que passou um carro forte por cima de mim.Única coisa que eu quero agora é pegar umas ondas sem ninguém pra encher o saco.
Felizmente faltam apenas 4 minutos para pode ir embora.
Mal vejo a hora.

_Esse relógio é muito paquerado em.- Sr. Carrera brincou ao me ver encarando o objeto na parede

_ Acontece- Sorri  pegamos a bandeja que a Sr. Carrera havia colocado sobre o balcão.
Última mesa a ser entregue, por mim.
 
Assim que o ponteiro virou marcando exatamente  as 17:30, passei pelo corredor e fui até o banheiro de funcionários pegano minha mochila e indo me trocar

_ Ta apressada hoje?-Kie falou da cabine ao lado

_ Um pouco.- sai indo até o espelho

_ Vai surfar?

_ Vou, eu até te chamaria mas eu não quero companhia hoje kie

_ Tudo bem- ela riu- vou sair com Pope.

_ Vocês vivem entre tapas e beijos não é?

_ Cala a boca cara.

_Fico feliz que estejam bem, espero que dure o momento de paz

_ É, eu também, odeio quando o Pope enche o saco e fica me refutando

_ Ninguém mandou querer pegar um nerdola-  coloquei minha mochila nas costas e fui até os fundos do estabelecimento.
Coloquei meu  skate e fui rumo a praia, não posso negar, hoje o dia estava lindo.
É meio clichê, mas eu gosto de ver o céu, acho interessante como tem dias que ele está fechado e feio e em  outros está colorido e ensolarado. É semelhante a nossa vida, dias bons, dias ruins...
 
Me sentei um pouco na areia, não queria entrar de imediato na água, o dia tá tão lindo que me sinto na obrigação de sentar aqui pra ver nem que seja por 10 minutos.

Minha mãe, ela adorava vir a praia no fim de tarde pra ver o sol, ela dizia que não importa como tenha sido o dia, no final sempre tem um céu lindo pra mostrar que tudo pode acabar bem...

Costumo vir aqui quando penso em desistir ou estou chateasa. Sempre à um pôr do sol esperando pra ser visto.

_ Sinto sua falta mamãe- apoiei minha cabeça em meus  joelhos.

Não importava quantos anos passem, sempre dói, sempre. Parece uma ferida que não cicatrizar, ou então quando cicatriza alguém vai la e arranca a casquinha fazendo com que doa de novo.

Fazem cerca de 9 anos que perdi minha mãe, mas eu ainsa não consigo acreditar que ela realmente se foi, pra mim ela só esta viajando, por ai, em qualquer praia desse mundo.
As vezes sinto falta de suas sermões quando eu não queria comer os legumes, ou então quanso eu implicava com JJ para poder ver Meninas super poderosas na tv enquanto ele queria ver Ben 10.
Quanto perdemos algo ou alguém pra sempre, sentimos falta até do que mais odiávamos.

_ Posso?- escuto uma voz baixa e cautelosa atrás de mim

_ Claro. - virei meu rosto para o outro lado, não gosto que me vejam em meus momentos frágeis

_ Tudo bem com você?

_ Sim, e você?- limpei meu rosto respirando fundo

_To bem- passou um de seus braços  em meus ombros me puxando pra perto- O que aconteceu?

_ Nada- apoiei minha cabeça em seu peito tentanto controlar minha respiração.

_Também sinto falta da minha mãe, sei como dói.- Ele alisou meus cabelos.

Nunca o vi falar de sua mãe com ninguém. Não sei oque exatamente aconteceu com a Sr. Cameron, acho que nunca vi ela na ilha, se eu vi, deveria ter uns 4 anos de idade

_Como perdeu sua mãe?

_ Acidente de carro, um otário bêbado bateu no carro dela enquanto ela ia me buscar numa festinha, eu vi tudo.

_ Eu sinto muito Rafe.-  me afastei para poder olhar seu rosto.
Seus olhos estavam vermelhos e ele parecia prender o choro.
Deve ser terrível ver sua própria mãe morrer em sua frente.

_Como a sua morreu? Ja ouvi histórias, mas quero ouvir a verdade- passou uma de suas mãos em minhas bochechas

_Tempestade. Ela veio a praia procurar meu balde de areia, uma onda pegou ela.- olhei pa cima na tentativa de fazer as lágrimas voltarem.Foi em vão, não consegui segurar, desabei nos braços dele

_ Respira ta bom?- ele pegou uma de minhas mãos que eu nem havia percebido que estava tremendo .
Minha respiração ainda estava pesada e meu peito doía.
Um milhão de pensamentos invadiam minha cabeça.

_Eu deveria ter cuidado melhor daquela droga de balde..

_ Não foi sua culpa- Ele apertou mais minha mão

_Se eu tivesse cuidado, ela não precisaria estar lá, não teria morrido Rafe.

_ Não diga isso, Anna. Por favor- seus olhos estavam brilhando,eram lágrimas. - Essas coisas acontecem, não à nada que possamos fazer pra evitar.
Também ja me culpei pela morte de minha mão, as vezes ainda  me culpa.

_ Também não foi sua culpa.
Realmente não podemos impedir a morte de chegar...

_ Então não se culpe mais, meu bem. Por favor.- ele me deu um selinho rápido e acariciou meu rosto novamente.

Não falamos mais nada,  e não foi necessário, fiquei entre as pernas de Rafe enquanto nos abraçavamos.
Eu não sabia que por trás daquela pose toda de Rafe existia um menino quebrado, semelhante a mim.
Talvez todos sejamos asism, quebrado por dentro, e por fora usamos uma máscara, um tipo de proteção pra esconder os cacos.

De alguma forma, Rafe fazia com que toda dor, "doesse menos".
Ele era tipo um analgésico, eu não sei como ele faz isso, mas ele faz.

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Hj to meio soft gostaro?

Mt obrigada por lerem ate aqui, não se esqueça da estrelinha por favooorr