Capítulo 16 - Nascimento de algo novo

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Algumas horas após partirem da cidade Central, os três alquimistas juntamente com a mecânica de automails, continuavam seguindo caminho e agora aproximavam-se de Rush Valley, para alegria de Winry que já quase não conseguia conter a empolgação de finalmente poder conhecer o paraíso dos automails e de Ed que já não aguentava mais ouvi-la falando a respeito das próteses metálicas. Só queria poder almoçar tranquilamente, sem toda aquela lengalenga sobre parafusos e placas de metal. Era pedir demais?

-Na verdade dá pra fazer automails não apenas para braços e pernas, já ouvi falar de modelos que até serviam para substituir olhos!

-Heeeh? Sério? – Ani a ouvia falar interessada enquanto comia. – E é tipo um olho normal ou um olho biônico com visão noturna ou sei lá?

Winry ri.

-Normalmente é só um substituto sem grandes aprimoramentos, mas se está falando de possibilidades, é possível sim!

A conversa segue, não demorando para finalmente desembarcarem em Rush Valley e assim que pisam seus pés para fora do trem, também não leva muito tempo para que Winry se encante e grude seu rosto em alguma vitrine, totalmente hipnotizada em meio àquele mar de diferentes modelos.

-Hoooh! O comércio daqui parece realmente todo voltado a mecânica de automails! – Ani comenta num ar admirado enquanto olhava em volta.

-Por favor, não vá ficar igual a ela. – Ed resmunga.

-Como se você a detestasse. – Resmunga de volta.

-Que?

-Nada não. – Leve sorriso. – Winry-chan, me espera!!

Vendo Ani fugir de responder suas perguntas e correr para junto de Winry, Ed apenas bufa, revirado os olhos. Pelo jeito já tinha perdido totalmente o respeito dela como mestre. – Não que se importasse muito com isso.

-Elas se tornaram boas amigas, não é? – Alphonse comenta, observando-as conversando em frente a vitrine. Edward apenas o responde com um resmungo. – Ani nunca entrou muito no assunto, mas ela dá a impressão de não ter tido muitos amigos quando criança.

-Bem, ela vivia em uma fazenda e casas no campo costumam a ser distantes uma das outras. Nós mesmos só teríamos tido contato com a Winry se não tivéssemos ido à escola.

-Pensando bem, a Winry também nunca foi próxima de outra garota. Talvez por isso elas tenham se entendido tão bem.

-Pra mim tem mais a ver com as duas terem um parafuso a menos do que com gênero.

Em meio ao mau-humor rotineiro de Edward, os dois irmãos não percebem uma estranha movimentação que se formava atrás de ambos, percebendo as presenças ali apenas quando escutam uma voz os chamar.

-Ei, você, garoto loiro!

-Hm? – Responde sem ânimo.

E antes que pudesse perceber, Ed estava completamente rodeado de vários mecânicos interessadíssimos em seu automail, já prontamente – E sem nem ao menos pedir autorização. – puxando a manga de sua blusa para expor a prótese mecânica.

-Eu nunca vi um modelo como esse!

-É muito interessante!

-Como foram feitas as conexões elétricas?

E não tendo tempo de sequer protestar, Edward é atacado por aquela multidão de mecânicos sedentos por informações e completamente alheios ao dono da prótese, que simplesmente arrancam suas roupas como hienas famintas apenas para ver melhor a peça.

Ouvindo os gritos de seu mestre atrás de si, Ani olha para trás, arregalando seus olhos ao ver a confusão.

-W-Winry-chan!

Sugar HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora