Capítulo 15 - O mal que existe no bem e o bem que existe no mal

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Após a aparição repentina e no mínimo inusitada de Ina, os três alquimistas a encavam com olhares desconfiados, pois nunca sabiam quais eram as intenções dela sempre que surgia. Desta vez ela vinha em paz? Só queria conversar? Estava pronta para começar um combate ali mesmo? Sempre era uma incógnita saber o que ela queria.

-Ah. Ela realmente veio. – Ani ainda estava chocada. – ... É assim que eu te "invoco" ou sei lá? – A pergunta besta a fez levar outro cascudo de Ed. – AIE! EU SÓ TÔ PERGUNTANDO!

Vendo a cena, Ina continua os encarando de forma inexpressiva e ao ouvir a pergunta de Ani, suspira.

-Eu não vim porque me chamou. – Se aproxima. – Vim para ver você.

Vendo a outra se aproximar, Ani se levanta da cama e caminha até ela, a encarando com uma feição incomodada. Ainda não tinha se acostumado a ver o próprio rosto em algo que não fosse seu reflexo em um espelho ou numa poça d'agua.

Ina a encara em silêncio durante alguns segundos, levando uma das mãos até o rosto dela e acariciando sua bochecha suavemente. Sem saber muito bem como reagir a aquele toque, Ani permanece parada em silêncio.

-O que houve com seu braço? – Pergunta voltando o olhar para ele.

-Oh. Eu o machuquei lutando com o Slicer.

-Oh... – Feição compreensiva. – Com aquela explosão.

-Sim. Dizem que a energia é sempre liberada dos dois la- PERAI! – Arregala os olhos. – VOCÊ TAVA ALI VENDO TUDO? – Ina balança a cabeça positivamente. – E POR QUE NÃO FEZ NADA? NÓS QUASE MORREMOS ALI!!

-Aquela armadura parecia mais concentrada no alquimista e não em você. Mas se estivesse realmente machucada, eu faria algo. – Responde com frieza. – Além disso... Estando naquele lugar eu queria evitar ao máximo exposições desnecessárias

-Está falando daquelas pessoas com a tatuagem? Sabia que elas estavam ali também?

-Eu tinha uma ideia. – Ela fecha sua expressão. – Se tivesse ficado em silêncio, eu acreditava que eles não reconheceriam você já que faz muito tempo... E por você não se lembrar de nada. Mas infelizmente... – Encara Edward com certa raiva em seu olhar. – Eu me esqueci do seu apreço por este alquimista. – Abre um sorriso sem ânimo. – As coisas ficaram complicadas agora.

-Como assim?

-Eu lhe pedi para ficar longe dos militares, eu pedi para ficar longe dos alquimistas...

-É! Você me pediu tudo isso depois de me dar zero explicações sobre o porquê disso! – Ani começava a se irritar, já de saco cheio de tantos mistérios e de tantas perguntas sem resposta. – Eu sei que você diz que está tentando me proteger, mas... Mas eu tenho muito mais motivos para confiar neles do que em você! – Aponta para os irmãos, Ina desvia seu olhar. – Então se quer que eu acredite em você, vai ter que me explicar quem são aquelas pessoas, o que diabos significa aquela marca e por que tenho ela!

Ina parece travar por um momento, arqueando uma sobrancelha assim que ouve o final da fala dela. A expressão dolorida que havia assumido após ter sido colocada abaixo dos irmãos Elric se suaviza por um momento.

-Você? – A encara surpresa. – Você também tem essa marca?

-E-Eh..? Bem, tenho...

A feição de Ina adquire uma surpresa maior, que em breve se transforma num largo sorriso e um suspiro aliviado.

-M-Mesmo? De verdade?

-S-Sim. – Foi a vez de Ani arquear a sobrancelha. – Você não sabia disso? Você sempre parece saber de tudo!

Sugar HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora