Capítulo 07 - Aproximando-me de você

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-Hey, a quanto tempo, não é? Pedi para que ele tomasse conta de você, mas aquele idiota foi covarde e não cumpriu sua promessa. Depois que saiu da casa daquele homem... eu não a encontrei mais. Você também esteve com medo? Acabou indo parar tão longe, afinal. Teve medo do que? Está tentando fugir de quem? Quem é seu inimigo? Bem... isso não importa agora! Eu estou indo até você... não deixe que eles te encontrem antes de mim.

-x-

Pouco a pouco começava a retomar a sensibilidade sobre sua pele. Gradativamente, a imagem daquela boca pronunciando aquelas palavras, juntamente com aquele sorriso enigmático sumiam de sua cabeça. Ouvia vozes ao seu redor, sentia algo fofo em suas mãos enquanto apertava as pálpebras e resmungava baixinho.

Poucos minutos se passaram até que seus olhos se abrissem e a primeira coisa que pode ver, fora branco. Um teto inteiramente branco juntamente com uma luz clara que incomodava seus olhos sonolentos. Percebeu que havia algo sobre sua testa, algo úmido. Franziu o cenho, um tanto confusa.

-Ei.-Automaticamente virou a cabeça para o lado, encontrando dois rostos conhecidos. Um deles riu alegremente, enquanto o que lhe dirigia a palavra possuía um fraco sorriso- Finalmente acordou.

Ainda sem dizer nada, Ani sentou-se na cama, sentindo algo cair de sua testa. Olhou para seu colo e descobriu que o que repousava ali anteriormente era um pano úmido.

A jovem parecia atordoada e confusa, seu corpo inteiro apresentava lentidão. Na forma como piscava e como movia suas íris azuis analisando o cômodo, a forma limitada que movia o corpo e como ainda não havia dito nenhuma palavra. Ani parecia um corpo vazio, exausto e sem alma.

Olhou novamente para os irmãos, só então percebendo o que Ed estava sem seu automail e Alphonse parcialmente destruído. Como se sua consciência tivesse sido reconectada, seu rosto finalmente ganhou expressão, arregalando os olhos quando as lembranças invadiram sua mente como uma avalanche. Suas sobrancelhas se curvaram numa feição preocupada e assustada, ficando claramente inquieta logo em seguida, só então podendo finalmente dizer algo:

-E Scar? O que houve com ele?

-Ele escapou.

-E vocês dois? Estão machucados?

-Nós?- Ambos começaram a rir- Você acabou de acordar na cama de um hospital! Não quer saber se você está bem?

-E-Eh? Eu?

Só então Ani pareceu tomar plena ciência de que de fato estava sobre a cama de um hospital. Analisou seu corpo por um momento e pôde constatar alguns curativos em seus braços e mãos, juntamente com alguns arranhões certamente provocados pelo desespero em fugir de Scar. Sua cabeça doía amenamente e sentia fome. Porém, apesar disso, parecia estar bem quando comparada aos dois.

-Durante a noite sua temperatura subiu muito. -Diz Alphonse, capturando a atenção de Ani para si.- Coronel nos disse que quando chegou, Scar estava te sufocando... e que você ficou inconsciente logo depois dele te soltar. Depois disso a febre e parecia ter dores... ficamos preocupados!

-A temperatura baixou próximo do amanhecer e você começou a dar sinais de melhora. E agora acordou.

Ani absorveu a explicação em silencio. Estranhamente, não pareceu surpresa ou assustada com o que havia acontecido enquanto estava inconsciente, simplesmente suspirou de maneira cansada e balançou a cabeça positivamente.

-Entendi... Desculpe por ter causado problemas.

-Você não causou.

Ani olhou para seu próprio colo, tomando o pano úmido em mãos. Não dizia nada, mas em seu olhar e expressão era possível ver que sua mente estava agitada de pensamentos, refletindo profundamente sobre alguma coisa em seu amago.

Sugar HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora